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Original para a Internet

Estamos nos apegando a um ego pessoal ou estamos ‘caminhando na luz de Deus’?

Da edição de junho de 2018 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 23 de abril de 2018.


Quem estaria interessado em apegar-se a um ego? Isso lembra egocentrismo e algo muito negativo. Por outro lado, quem não desejaria “caminhar na luz de Deus”, com toda sua elevação espiritual, seu potencial de cura e de novas possibilidades, ao invés de ficar atolado, pensando a partir do ponto de vista de uma limitada individualidade humana? Contrariamente à opinião e à vontade do ego humano, a verdadeira individualidade não fica perdida, mas é encontrada, quando nos achegamos a Deus.

Não admira que tenha sido Mary Baker Eddy quem levantou esta questão: apegar-se ao ego pessoal. Ela estava bem ciente da necessidade de se encontrar uma linguagem que ajudasse outras pessoas a captar a extensão e a profundidade daquilo que ela havia constatado em sua experiência espiritual. Às vezes, ela desenvolvia um termo, como: mente mortal ou ampliava consideravelmente o significado de uma palavra, como: erro.

Um dia, por exemplo, quando ela havia chamado alguns dos colaboradores que trabalhavam em sua casa, para aumentar-lhes a compreensão da Ciência Cristã, ela cunhou a palavra “selfishize” (que a rigor, não existe em inglês) e que, em português, pode ser entendida como “apegar-se ao ego”. Aqui está o que ela disse: “Não existem pessoalidades, pois Deus é impessoal e considerar a nós mesmos como pessoalidades, dizendo eu, etc., significa apegar-nos a um ego pessoal. Considerar os outros como pessoalidades equivale a apegar-se ao ego pessoal deles. Isso não é Ciência Cristã” (We Knew Mary Baker Eddy, Vol. II, Expanded Edition, [Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy, Vol. II, Edição Ampliada], p. 139).

Com uma única palavra, ela conseguiu transmitir a lição crucial de que, na verdade, o hábito que temos de considerar os outros como pessoalidades, não somente tende a centrar-se no ego e a faltar com o amor, mas também os identifica de maneira falsa, e nós nos contentamos em agir como se isso fosse totalmente verdadeiro.

Com que frequência muitos de nós, que até temos vivenciado sólidas experiências de cura por meio da oração, conforme aprendemos na Ciência Cristã, e que nos esforçamos para viver uma vida cristã, estamos inadvertidamente propensos a considerar os outros como pessoalidades separadas de Deus!

Podemos até mesmo ter a impressão de que seja nossa própria espiritualidade elevada que está nos apontando as falhas e defeitos dos outros, quer na igreja quer no trabalho, na família ou nos relacionamentos sociais.

Bem, o que há de errado nisso? Não temos nós de discernir o que é certo e o que é errado? Claro que sim. Mas dar espaço a uma crença equivocada do senso pessoal não é Ciência Cristã. É apegar-se ao ego do outro, de acordo com a Descobridora da Ciência Cristã. Isso, em última análise, seria menosprezo pela individualidade real dos outros e, inevitavelmente, pela nossa própria, se estivermos pensando em nós mesmos como um eu, uma pessoalidade material separada de Deus.

Essa maneira de pensar carece do Cristianismo revolucionário exemplificado por Cristo Jesus, que certamente percebia as pessoalidades que encontrava, mas sabia que a história humana apresentava muito pouco da individualidade real daquelas pessoas, quer fosse Lázaro ou Simão Pedro, Marta ou Maria. Seu amor, completamente isento de ego, estava trazendo à luz aquilo a que ele se referia como “o reino de Deus dentro de vós” (Lucas 17:21). Então, seguiam-se amplos casos de cura.

De forma semelhante, o amor irrestrito cultivado pela Sra. Eddy fazia com que o Amor todo-abrangente de Deus fosse tão tangível para ela, que a levou a descrever esse sentimento como o de uma criança que entra em um novo universo, onde o Amor divino a tudo permeia. Ela escreveu no livro-texto da Ciência Cristã: “O homem é a ideia do Espírito; ele reflete a presença beatífica, a inundar de luz o universo” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 266).

O amor despojado de ego continua ainda hoje a nos mostrar esse universo, e nós também podemos vivenciar seus poderosos efeitos sanadores. É claro que o progresso que fazemos no domínio sobre a pessoalidade e o apego a qualquer ego pessoal não anula a genuína individualidade de quem quer que seja, mas sim, lança mais luz sobre ela. Uma mãe, seu filho e sua nora, por exemplo, embora Cientistas Cristãos dedicados e zelosos, pareciam estar presos em uma situação de conflito. O filho e a nora, que moravam na casa da mãe e pagavam taxas modestas pelo uso do aquecimento e da eletricidade, de alguma maneira acreditavam que as taxas cobradas pela mãe eram injustas e, até mesmo, desonestas. Tanta amargura e senso de injustiça afloraram de tal maneira que a possibilidade de uma reconciliação parecia remota.

Entretanto, a mãe ligou para um Praticista da Ciência Cristã para obter ajuda. A ideia que veio, por meio da oração, foi a de que não havia egos separados que teriam de se encaixar harmoniosamente. Algo completamente diferente se fazia necessário e esse algo era o fato espiritual e divinamente científico que está na base de todas as obras de cura de Jesus, ou seja, o fato de que a impressão humana de que existam pessoas ou pessoalidades é um engano fatal e que, na verdade, todos somos expressões da única Mente divina. Logo os conflitos se dissiparam e em seguida desapareceram, tal como gigantescas nuvens de uma tempestade passageira.

A nora se tornou amiga da sogra e tanto o filho como a esposa tiveram inúmeras curas por meio da oração da mãe. A harmonia aprofundou-se como um acorde que continua a ressoar ao longo dos anos.

A Sra. Eddy compreendeu que as variadas formas do senso pessoal eram o exato oposto da Ciência Cristã, e que isso atrasaria o crescimento e o progresso naturais da Igreja que ela fundara. Ela sabia que essas impressões obstinadas cederiam ao amor e à união natural que se difundem através das igrejas e das famílias, fazendo progredir toda a Causa da Ciência Cristã, como vemos até hoje.

Ela uma vez comentou: “Ter uma única Mente significa que todos trabalham da mesma forma, ou seja, ‘não, tu trabalhas em teu trabalho e eu, no meu’, mas trabalhamos juntos. É hora de sermos hoje Cientistas Cristãos e mantermos esses pontos em mente, antes de fazermos qualquer coisa” (We Knew Mary Baker Eddy, Vol. II, Expanded Edition, p. 141).

O hino 592 do novo Christian Science Hymnal: Hymns 430603 [Hinário da Ciência Cristã: Hinos 430–603], com suas mais singelas palavras e seu jubiloso refrão, indicam o caminho: “Estamos caminhando, estamos orando, ó / Estamos cantando na luz de Deus” (Letra do refrão em inglês e da tradução para o português © 1984 Peace of Music Publishing AB [admin. Walton Music Corp., uma div. de GIA Publications, Inc.]).

Allison W. Phinney
Membro dA Diretoria da Ciência Cristã

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