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Original para a Internet

A Bíblia: Nosso manual de incentivo ao destemor

Da edição de novembro de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 3 de setembro de 2020.


Desde que os ensinamentos da Ciência Cristã me levaram a amar a Bíblia, o mês de novembro foi transformado em algo novo para mim. Novembro era o mês em que começava a aparecer a estação do ano de que eu menos gostava, o inverno. Agora, vejo em novembro o mês em que são comemorados o caloroso brilho da gratidão a Deus (Dia de Ação de Graças) e, especificamente, o mês de um profundo e genuíno apreço pela própria Bíblia (Semana Nacional da Bíblia nos Estados Unidos e Dia Internacional da Bíblia).

Refletir sobre a Bíblia estimula o aparecimento de uma perspectiva muito renovadora e edificante a respeito de tudo em nossa vida, especialmente quando discernimos sua mensagem espiritual e sanadora, que é a própria essência da Bíblia e que a lente da Ciência Cristã amplia de maneira magnífica. Aqui está uma simples mudança que essa nova forma de pensar me trouxe: Aprendi a amar o inverno!

Mas a Bíblia nos traz novas perspectivas de alcance muito mais amplo. Ajuda-nos a discernir o nosso próprio modo de pensar e a compará-lo com o padrão de pensamento que permeia suas páginas, inspirado no Cristo, totalmente desprendido do conceito de tempo. Uma carta do apóstolo Paulo diz: “…Nós… temos a mente de Cristo” (1 Coríntios 2:16), que destaca um ponto-chave nos ensinamentos da Ciência Cristã: A verdadeira fonte dos nossos pensamentos é a Mente divina, Deus, conforme foi exemplificado em Jesus de forma muito clara. Outra carta atribuída a Paulo dá um vislumbre de qual é a natureza dos pensamentos que vêm da Mente: “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Timóteo 1:7).

Que possibilidade promissora! A nossa verdadeira consciência é a Mente que havia em Cristo Jesus ― destemida, poderosa, amorosa e sã. Esse belo ideal espiritual torna-se praticável na medida em que compreendemos e aceitamos o Cristo, a verdadeira ideia da nossa unidade espiritual com Deus, como Jesus tão claramente demonstrou. Ele vivia a vida tão consciente de que esse verdadeiro existir era um com Deus, que os diagnósticos e prognósticos sombrios do medo ― tão patentes na mente e no corpo dos doentes com quem ele se deparava ― davam lugar à verdadeira mentalidade do homem como o reflexo divino da Mente imortal. A mentalidade mortal oposta, quando exposta à luz da percepção espiritual de Jesus acerca de seus semelhantes, cedia seu suposto domínio. Então os males nela envolvidos  incluindo febre, cegueira, paralisia, demência e lepra ― eram curados.

Nós também, graças a alcançar uma percepção semelhante à do Cristo a respeito da nossa identidade espiritual, podemos desafiar a concepção errônea de que a nossa mentalidade seja menos do que a manifestação destemida de uma Mente destemida. Como o reflexo do “perfeito amor” que “lança fora o medo” (1 João 4:18), nós verdadeiramente somos destemidos. Quando compreendemos e aceitamos essa verdade espiritual, o medo perde o domínio em nossa consciência humana, mesmo quando o motivo para o medo parece racional a ponto de dar a impressão de ser sólido e concreto.

Foi assim que me senti há algum tempo, aterrorizado diante de uma situação que eu tinha de confrontar. Eu estava paralisado de medo, ao prever uma inevitável altercação e suas consequências. Mas a Bíblia oferece um exemplo poderoso de como libertar-nos do temor diante de um confronto.

Um dos patriarcas hebreus, Jacó, enfrentou um desafio muito mais difícil do que o meu, quando seu irmão Esaú estava vindo ao seu encontro com quatrocentos homens. Jacó havia se apossado do direito de progenitura e da bênção de Esaú anos antes e agora se encontrava assustado com o que estava por vir. Assim diz um comentário sobre o capítulo 32 do Gênesis, na tradução da Bíblia The Voice [A Voz]: “Com Esaú a caminho, amanhã a esta hora ele (Jacó) poderia muito bem estar morto, e sua família, exterminada ou capturada. Ele precisa desesperadamente da bênção e da proteção de Deus, por isso passa toda a noite sofrendo, angustiado”.

Ao esforçar-me para aprender com tais relatos, fui muito beneficiado pelo livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, que traz à luz o significado espiritual desses relatos bíblicos. Nesse caso, Ciência e Saúde destaca como Jacó compreendeu e superou a percepção errônea de que somos materiais, em vez de espirituais.

Comentando sobre a noite de angústia e transformação de Jacó, em que a Bíblia descreve que Jacó estava lutando com um homem, Ciência e Saúde explica que ele estava lutando contra um senso falso e material do que é o homem: “Jacó estava sozinho, lutando contra o erro ― debatendo-se com o senso mortal de que a vida, a substância e a inteligência existam na matéria com seus falsos prazeres e dores ― quando um anjo, uma mensagem da Verdade e do Amor, lhe apareceu e lhe tocou a articulação, ou seja, a força do seu erro, até que Jacó reconheceu a irrealidade do erro; e a Verdade, que desse modo foi compreendida, deu-lhe força espiritual nesse Peniel da Ciência divina” (p. 308). Essa visão interior do que era e do que não era real trouxe a Jacó uma paz incondicional. A seguir, houve uma jubilosa e gloriosa reconciliação com Esaú.

Essa história encorajou-me a reconhecer que, muito embora o confronto que eu temia parecesse algo externo a mim, eu também precisava lutar interiormente e distinguir qual é o real e determinante, ou seja, se é o Espírito, ou a matéria. Quando assim fiz, o denso nevoeiro do medo começou a se dissipar. Compreendi que, embora o medo me parecesse inteiramente racional, o que lhe servia de base era eu aceitar que Deus não estava no controle da situação. Em vez disso, compreendi que podia confiar no fato de que é a Mente divina que governa, e “tem de ser reconhecida como suprema, tanto no reino físico, assim chamado, como no espiritual”, como diz Ciência e Saúde (p. 427).

Com essa firme convicção, encontrei a liberdade para refutar a aparente legitimidade do medo. Uma paz profunda e sagrada, enraizada em um senso espiritual da realidade e da autoridade de Deus, assumiu o controle. Nesse espaço mental calmo, veio-me à mente uma maneira diferente de conduzir a questão causadora da contenda, e senti-me impelido a telefonar imediatamente para a outra pessoa, em vez de esperar pelo encontro marcado. Para meu regozijo, o que se apresentara como uma tenebrosa ameaça, como uma situação potencialmente controversa, havia se tornado uma questão irrelevante, e tivemos uma conversa agradável e harmoniosa.

Quer enfrentemos dificuldades de relacionamento, de doença, ou de carência, a Bíblia nos mostra como obter a coragem necessária e encontrar a cura, ao apoiar-nos em Deus como a nossa fonte sempre-presente de pensamentos poderosos, amorosos e firmes. Por vezes, essa cura ocorre rapidamente, em outros casos é preciso perseverança. Mas não importa o quão lógico e concreto possa parecer o medo, o Cristo pode nos elevar muito acima do temor. O pensamento temeroso nunca é em realidade o nosso pensamento, porque a Mente, Deus, não tem medo, e é dessa Mente que verdadeiramente provêm os nossos pensamentos.

Tony Lobl
Redator-Adjunto

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