Eu me dirigi à cabine de pedágio e entreguei o dinheiro. Em vez de pegá-lo, porém, o operador acenou com a cabeça em direção ao carro que passara antes do meu, e disse: “Pode passar; aquele carro pagou para você”. Percebendo meu olhar confuso, ele acrescentou: “As pessoas às vezes fazem isso”. Mais tarde, quando passei pelo pedágio na volta, paguei para o carro que vinha atrás do meu. Esses dois simples atos de generosidade me proporcionaram uma sensação de paz e bem-estar.
Sim, essa é uma bela história. Mas também é muito mais do que isso. Percebi que é importante reconhecer que a generosidade não é apenas um ato humano de magnanimidade; é uma poderosa lei de Deus que se baseia na natureza infinita do suprimento e do Ser de Deus, do Amor divino, e que emana dessa natureza. No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy refere-se a Deus como “o infinito” que não pode “…fazer menos do que propiciar todo o bem, porque Ele é sabedoria e Amor imutáveis” (p. 2). Em outro trecho, ela se refere a Deus como “…Aquele que tudo concede” que é o mesmo “ontem e hoje… e… para sempre” (p. 112).
Deus, Aquele que tudo concede, é Tudo, e, portanto, a fonte de todo o bem; Ele também distribui o bem continuamente. Esse bem infinito, ilimitado, é espiritual e chega a nós por reflexão. Ele se torna visível e prático em nossa vida quando percebemos que nossa identidade verdadeira, espiritual, não é material e mortal, mas é o reflexo espiritual e imortal de Deus, o Espírito divino, e de tudo o que Deus inclui.
O reconhecimento desse fato abre caminho para percebermos a variada abundância do Amor divino, que inclui paz, saúde, emprego e companheirismo. Contrariamente às aparências e às expectativas frequentes da humanidade, não existe absolutamente nenhuma situação ou condição em que não possamos perceber por meio da oração que Deus já atendeu generosamente a todas as nossas necessidades. Jesus disse: “Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Marcos 11:24). Jesus sabia que, mesmo quando isso não era visível a princípio, nosso Pai-Mãe celeste sempre supre Seus filhos com tudo aquilo de que necessitam. Como lemos em Ciência e Saúde: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana” (p. 494).
Vemos a lei da generosidade de Deus em ação por toda a Bíblia, expressa não apenas no atendimento das necessidades humanas, na forma de alimentos, recursos ou de uma pátria, mas também no fornecimento de substância espiritual, como esperança, fé, sabedoria, força, coragem e assim por diante. A generosidade do Espírito divino, Deus, está sempre em ação, revelando-nos que Deus nos supre de tudo aquilo de que necessitamos.
O profeta Elias sentiu o imenso cuidado espiritual do Amor divino quando, ao se sentir deprimido e sobrecarregado, sentou-se debaixo de uma árvore desejando morrer, e Deus enviou um anjo para confortá-lo, alimentá-lo e animá-lo (ver 1 Reis 19:1–18). Elias reagiu a essa mensagem e a esse estímulo sagrado, mas ainda parecia se sentir desanimado e voltou a deitar-se.
A generosidade não é apenas um ato humano de magnanimidade; é uma poderosa lei de Deus.
Todavia, o grande coração do Amor divino não permitiu que Elias continuasse naquela situação. Deus não concluiu que, como Elias tivera sua chance e perdera a oportunidade, ele agora deveria ser abandonado definhando. Pelo contrário, o Amor divino falou com ele novamente para confortá-lo, reerguê-lo e inspirá-lo. Desta vez, Elias se levantou e caminhou até uma caverna no Monte Horebe. Ali, ele passou por mais um período de apreensão e dúvidas. Mais uma vez, porém, o Espírito divino, Deus, estava presente para encorajá-lo e guiá-lo. O Amor divino nunca hesita em nos suprir com tudo aquilo de que precisamos, sempre que necessário, não importa quantas vezes isso já nos tenha sido concedido.
Cristo Jesus demonstrou a generosidade de seu divino Pai-Mãe durante seu extenso e bem-sucedido ministério de cura. Sua parábola do filho pródigo (ver Lucas 15:11–32) é uma bela ilustração da abundância e da generosidade ilimitadas do Amor divino. Na parábola, o caçula dos dois filhos pede sua parte na fortuna do pai, e acaba desperdiçando tudo em terras distantes. Algum tempo depois, volta para casa de mãos vazias, sentindo-se envergonhado e arrependido. Mas o pai não repreende nem recrimina o jovem. Em vez disso, ele generosamente perdoa o filho e comemora seu retorno.
Mas aqui está o que me surpreende. Quando o irmão mais velho reclama que sempre fora responsável, mas nunca recebera uma festa em sua homenagem, o pai ternamente responde: “Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu”. Tudo. O pai já havia dado parte de sua fortuna, que fora dissipada; ainda assim, esse filho estava recebendo tudo o que ele possuía. O suprimento do nosso Pai-Mãe é infinito, portanto, mesmo que uma parte de algo pareça ter sido desperdiçada, o tudo ainda permanece. Uma parte da infinitude continua sendo infinita. O Amor, nosso Pai-Mãe, verdadeiramente possui os recursos infinitos do Espírito para abençoar a todos nós, e a graça de Deus está continuamente concedendo a cada um de nós tudo o que Ele possui.
A mão de Deus está sempre aberta para nos dar tudo aquilo de que necessitamos. Visto que somos o reflexo de Deus, é natural refletirmos essa mesma generosidade. A cultura contemporânea pode até dar ênfase ao ato de reter em vez de enaltecer a generosidade. Mas podemos superar esse falso fascínio e perceber que a lei da generosidade de Deus nos permite ser doadores sinceros e receptores gratos.
Quando meus filhos eram pequenos, nossa família, que era grande, era muito feliz, embora não tivesse muito dinheiro. Às vezes, eu queria que as crianças participassem de algumas atividades realizadas durante o verão, mas isso parecia fora das nossas possibilidades financeiras. Eu acalentava esse desejo em silêncio, satisfeita em saber que o Amor divino sempre providenciava tudo o que cada criança precisava para seu crescimento, educação e alegria. Eu orava para saber que o bem não poderia faltar porque todo o bem se origina no Amor divino, que está continuamente derramando sua generosidade sobre todos nós. O Amor divino satisfaz toda necessidade e nunca retém nada.
Então, certo dia, um membro da igreja muito atencioso se ofereceu para fornecer os meios para que meus filhos e outras crianças de nossa Escola Dominical pudessem participar das atividades que eu estivera considerando. Anos depois, nossa família também teve condições de ajudar outros a participar dessas atividades. A lei da generosidade de Deus está sempre presente, não apenas para satisfazer cada uma de nossas necessidades, mas também para proporcionar oportunidades para que nós também possamos ajudar outras pessoas.
Em nosso dia a dia podemos praticar com alegria a generosidade de Deus e então observar a multiplicação do bem ao nosso redor. Assim como quanto mais flores cortamos de uma planta florida, mais flores surgem, quanto mais amor, bondade e generosidade expressarmos, mais veremos desses atributos divinos se manifestando em nossa vida. Visto que Deus é a fonte ilimitada e a substância de todo o bem que temos, praticar a generosidade só pode fazer aumentar, nunca diminuir, as bênçãos para todos. Como escreve Mary Baker Eddy: “Dar não nos empobrece no serviço de nosso Criador, e reter tampouco nos enriquece” (Ciência e Saúde, p. 79).
Então, vá em frente, faça uma contribuição para uma instituição beneficente, dê uma gratificação ao praticista, pague o almoço do entregador, mas, acima de tudo, expresse amor infinito, paciência, tolerância e compreensão a todos que você encontrar! Isso significa ter e expressar o espírito de generosidade inerente a Deus, que é a única fonte infinita e Aquele que concede todo o bem. A lei da generosidade de Deus vai melhorar e perpetuar o seu bem-estar físico e mental, proporcionando mais alegria, saúde e harmonia do que você jamais poderia imaginar, pois “…Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Coríntios 2:9).