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Original para a Internet

A identidade espiritual, a moralidade e o amor incondicional

Da edição de fevereiro de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 5 de dezembro de 2019.


As mudanças de perspectiva, ao longo das últimas gerações, sobre moralidade sexual, oferecem para os que estudam a Ciência Cristã uma oportunidade de crescer na compreensão de que nossa verdadeira identidade é espiritual, em vez de física; e oferece também a oportunidade de ajudar o mundo a encontrar mais estabilidade e saúde por meio da escolha que cada um faz quanto à moral, ao amor incondicional e à oração. Minha experiência pessoal me levou a aprender alguns pontos importantes a respeito do valor dessa abordagem, especialmente no que concerne ao amor incondicional. 

Tornei-me avó em meados da década de 1970, quando minha filha adolescente deu à luz uma menininha. Foi um imenso desafio para mim, pois eu valorizava o padrão tradicional de que o sexo pertence ao casamento, o que é coerente com a Ciência Cristã. Fiquei muito triste com a experiência de minha filha. Mas ao mesmo tempo, foram os ensinamentos da Ciência Cristã que me possibilitaram enfrentar com amor essa situação, um amor que a cada ano fortaleceu mais e mais a coesão de nossa família, incluindo essa neta maravilhosa. 

A moralidade envolve muito mais do que relações sexuais, mas como o consenso geral é de que nossa identidade básica é física, a conduta sexual hoje em dia às vezes é deixada de fora nas conversas a respeito da moralidade. Contudo, o senso físico de identidade e de suas assim chamadas necessidades e impulsos tem um papel predominante na vida de todos os seres humanos, e influencia nossos sentimentos e pensamentos mais básicos. Isso afeta o modo como nos conduzimos, às vezes levando a um amor ao ego que não leva em consideração os interesses dos outros e da sociedade em geral. 

A religião desempenha um papel importante no estabelecimento de padrões morais para a humanidade, os quais servem para proteger tanto o indivíduo quanto a comunidade, ao elevar os valores espirituais como normas para uma vida moral. Mas sem uma clara compreensão de nossa identidade espiritual, a capacidade de viver de acordo com esses valores fica totalmente à mercê da força de vontade, que reconhecidamente não leva a bons resultados. E assim, a hipocrisia nos âmbitos religiosos fez com que muitas pessoas se afastassem da religião e do conceito de moralidade.

Mesmo assim, os princípios básicos da Bíblia, contidos nos Dez Mandamentos e no Sermão do Monte, permanecem como guias inspirados por Deus para o comportamento humano. Mas é necessário que esses princípios sejam compreendidos em nível mais profundo. É aí que entra a Ciência divina do Cristianismo, a revelação dada por Deus a respeito do senso espiritual dos escritos bíblicos, começando com a descrição do homem como sendo criado à imagem e semelhança de Deus, incluindo as qualidades do existir espiritual, as quais são tanto femininas quanto masculinas (ver Gênesis 1:26, 27).

Assim, em vez de começar com o senso material do que é o homem, e depois ver a Deus como a semelhança do homem, a Ciência Cristã começa com a compreensão, fundamentada na Bíblia, de que Deus é o Espírito divino: a Vida, a Verdade e o Amor; e com a compreensão de que o homem, a semelhança de Deus, é inteiramente espiritual. Esse senso espiritual do que é Deus nos permite ver nos Dez Mandamentos as indicações positivas do modo de viver, como expressão valiosa de Deus, muito amada por Ele próprio. Jesus revela no Sermão do Monte as qualidades morais e espirituais que nos são inatas, com as quais podemos viver de acordo com os Dez Mandamentos; não por meio da vontade e determinação humanas, mas por cedermos à vontade de Deus, o que nos traz verdadeira liberdade, melhor saúde e alegria. 

Mas é necessário crescer na compreensão de nossa verdadeira identidade, e de como expressá-la na vida prática. A esse respeito, o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, escrito por Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, recomenda: “Emerge suavemente da matéria para o Espírito. Não penses em resistir à suprema natureza espiritual de todas as coisas, mas vem com naturalidade para o Espírito, por meio de melhor saúde e melhor moral, e como resultado do progresso espiritual” (p. 485). Que terna abordagem para nós usarmos, ao instruir nossos filhos e filhas hoje, e também ao orar pelo mundo.

Com frequência aqueles que estudam a Ciência Cristã alcançam uma percepção de valor próprio, e de que são amados por Deus, quando aprendem a respeito da natureza pura e perfeita do homem como a amada imagem, ou reflexo, de Deus. Mas ao mesmo tempo isso pode ser um desafio, quando reconhecemos em nós mesmos certos traços de caráter que não estão à altura desse padrão. É então que, quando nos tornamos humildes, nos voltamos a Deus, como fez David, ao orar assim: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” (Salmos 51:10). 

Às vezes nosso progresso moral e espiritual pode parecer lento, mas será firme e seguro se houver humildade em nosso motivo e se sinceramente nos esforçarmos por viver uma vida que dá testemunho da bondade e perfeição de Deus e do homem; visando a beneficiar não apenas a nós mesmos, mas também à humanidade inteira. E é o próprio Deus que apoia nosso progresso. 

Seremos testados pelas opiniões sociais comuns e tentados a baixar o nível dos nossos pensamentos e motivos a ponto de identificar os outros e nós mesmos como sujeitos às limitações da fisicalidade. Esses tipos de pensamentos restritivos fazem com que fiquemos infelizes e frustrados, e levam a pensamentos e comportamentos imorais e antiéticos, tais como ganância nos negócios, egotismo e tirania no governo, e conduta e pensamentos sexuais inapropriados nas relações humanas.  

Precisamos ter coragem e persistência para viver conforme as qualidades morais como “senso humanitário, honestidade, afeto, compaixão, esperança, fé, mansidão, temperança” (Ciência e Saúde, p. 115), que promovem o progresso, tanto nosso como da humanidade. Encontraremos resistência, seja em nossos próprios pensamentos, seja nos de outras pessoas que ainda não percebem como é natural abordar a vida sob o aspecto espiritual. Mas o Cristo, a verdade a respeito da identidade espiritual do homem, essa verdade, vivida e demonstrada por Jesus, está aqui presente, para nos ajudar. E podemos adotar, para ajudar a outros, o modo de melhorar a saúde e a moralidade que foi ensinado por Jesus. Lemos em Ciência e Saúde: “A natureza divina teve sua melhor expressão em Cristo Jesus, o qual lançou sobre os mortais um reflexo mais nítido de Deus e elevou a vida deles a um nível mais alto do que lhes permitiam seus pobres modelos de pensamentos — pensamentos que apresentavam um homem expulso da graça divina, doente, pecador e moribundo” (p. 259). Com certeza, um objetivo elevado. Mas alcançável, quando confiamos no poder do Amor divino para nos apoiar e orientar.  

Uma das lições que venho aprendendo é que temos de ser vigilantes para não entreter nenhum senso de retidão pessoal, que nos leva a um comportamento crítico e preconceituoso para com os outros, o que afasta as pessoas de nós, ou as coloca contra nós. As pessoas precisam sentir nosso amor incondicional, mesmo quando adotam valores morais bastante diferentes do padrão que elas sabem ser o nosso. 

A Ciência Cristã nos ajuda a separar das pessoas todo comportamento antiético ou imoral, e não identificá-lo como pensamentos e conduta nossos, nem dos outros. Em nosso coração, temos de condenar tudo que é dessemelhante de Deus, e que, portanto, não faz parte da verdadeira natureza de ninguém. Temos de fazer isso e simultaneamente amar a verdadeira identidade, o perfeito e valioso reflexo espiritual de Deus em cada indivíduo, incondicionalmente, e sem nos prendermos ao ego.

É fácil agir assim? Não! É importante? Supremamente! Podemos fazer isso? Sim, se nos apoiarmos no poder divino, e não na força de vontade humana.

Deus, o Amor imparcial e universal, é o Princípio divino do homem, impelindo todo pensamento e ação que levam ao progresso humano. E por meio do nosso diligente estudo da Bíblia e de Ciência e Saúde, além de nossos esforços diários para viver de acordo com o Princípio divino, alcançamos mais felicidade, relacionamentos mais harmoniosos e melhor saúde, tanto para nosso próprio benefício quanto para o progresso do mundo. Essa é a maneira moral de viver e de amar, pela qual a humanidade está clamando. 

Ao realizar nossas atividades diárias, todos temos de fazer escolhas que serão melhores para o progresso, nosso e dos outros, inclusive em nossas igrejas, nossos locais de trabalho, estabelecimentos comerciais, e em nossos pensamentos a respeito dos que ocupam cargos governamentais, assim como em todas as interações de que participamos. Mary Baker Eddy dá um conselho importante: “A sabedoria nas ações humanas começa com o que está mais próximo de ser o certo dentro das circunstâncias, e a partir daí alcança o absoluto” (Miscellaneous Writings [Escritos diversos] 1883–1896, p. 288). Nossa opção pelo “que está mais próximo de ser o certo” será evidente sempre que for guiada pelo infalível amor do Cristo, a Verdade.

Nunca é cedo demais ou tarde demais para viver e amar de acordo com nossa verdadeira identidade, a semelhança divina. Essa maneira de viver, sem apego ao ego, serve para elevar o padrão moral para nossas famílias e para o mundo. 

Barbara Vining
Redatora-Chefe

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