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Original para a Internet

A igreja de Cristo, gloriosa e sem mácula

Da edição de junho de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 27 de abril de 2020.


A primeira vez em que entrei em uma igreja foi nos braços da minha mãe. Eu era um bebê de três meses de idade, e sei disso porque me contaram. Mal imaginava eu, então, que esse seria o começo de um feliz e duradouro relacionamento com a igreja.

Durante minha infância e adolescência, frequentei essa mesma igreja — uma filial dA Igreja Mãe, A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston — como aluna da Escola Dominical. Ali aprendemos a respeito da importância que a Bíblia exerce em nossa vida, aprendemos a respeito de Deus, e como orar. Lembro-me de uma vez, quando eu estava com uns nove ou dez anos de idade, em que durante a viagem de carro de volta para casa, com minha família, repassei mentalmente os conceitos espirituais que havíamos estudado na aula daquele dia. “Lembre-se”, disse eu para mim mesma, “de que você está aprendendo esses conceitos espirituais para colocá-los em prática”.

Desde cedo, compreendi que, participar da igreja não é uma atividade passiva, ou uma questão de aparecer nos cultos ou na Escola Dominical por um senso de dever ou de tradição familiar. Também não é uma questão de simplesmente assumir o trabalho em alguma comissão; pelo contrário, trata-se de ceder a Deus, momento a momento, e de deixar que o Amor divino permeie nossos pensamentos e purifique nossos motivos.

Assim que completei doze anos, a idade mínima para as crianças se tornarem membros, tanto dA Igreja Mãe como da igreja filial, preenchi os respectivos pedidos de filiação com grande entusiasmo, e fui calorosamente aceita como membro em ambos os casos. Minha primeira tarefa foi aprender os nomes de todos os membros da igreja filial, e cumprimentar amorosamente cada um deles após a aula na Escola Dominical.

Por que assumi esse compromisso de me filiar à igreja? Porque desde criança eu tinha visto muitas curas como resultado da oração, curas essas que comprovavam a praticidade das ideias espirituais que eu aprendia na Escola Dominical. Eu sabia, sem a menor sombra de dúvida, que a Ciência Cristã era a Ciência do Cristo, as leis divinas da Vida, da Verdade e do Amor, que Cristo Jesus demonstrou ao curar os doentes. Eu tinha o desejo de ajudar as pessoas a compreender essas leis espirituais e colocá-las em prática, como Jesus o fez. Intuitivamente eu achava que, fazer parte de uma comunidade em que todos têm o mesmo objetivo elevado de viver e amar de acordo com os ensinamentos de Cristo Jesus, fortaleceria e apoiaria a minha prática da Ciência Cristã. Não só ficou provado que esse foi o caso, como também me trouxe uma grande alegria e uma afinidade espiritual tangível com os outros membros.

Algum tempo depois de me filiar à igreja, constatei que fazer isso não era simplesmente um processo administrativo, ou um evento que ocorre apenas uma vez, mas era a demonstração exterior do nosso compromisso interior para com o crescimento espiritual e a cura. Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, escreveu: “Nossa igreja está construída sobre o Princípio divino, o Amor. Só podemos nos unir a essa igreja à medida que nascemos de novo do Espírito e alcançamos a Vida que é a Verdade e a Verdade que é a Vida, ao produzir os frutos do Amor — expulsando o erro e curando os doentes” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 35). A expressão “à medida que” é interessante nesse contexto, porque indica que, embora possamos nos filiar à igreja, unir-nos a ela é um processo contínuo de renascimento espiritual, através do qual demonstramos sua utilidade nos dias de hoje.

“O novo nascimento não é obra de um momento,” explicou a Sra. Eddy. “Começa com momentos e continua com os anos; momentos de entrega a Deus, de confiança como a dos pequeninos e de jubilosa aceitação do bem; momentos de renúncia ao ego, consagração de si mesmo, esperança celestial e amor espiritual” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 15). 

Cristo Jesus conversou certa vez com um dos principais dos judeus, um homem chamado Nicodemos, sobre a necessidade de “nascer do Espírito”. Ele lhe disse: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Pensando que Jesus estava se referindo ao nascimento material, Nicodemos perguntou: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?” Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (ver João 3:1–8).

Por que assumi esse compromisso de me filiar à igreja? Porque desde criança eu tinha visto muitas curas resultantes da oração.

Em outras palavras, para ver esse reino, ou seja, ter a altitude da visão espiritual que nos permite vivenciar a vida espiritual que Deus criou, temos de nascer de novo. Jesus ensinou que isso requer humildade genuína, a disposição de abandonar uma visão materialista da vida e aceitar a realidade espiritual. A partir desse ponto de vista mais elevado, vemos a vida e a identidade do homem como puramente espirituais, não limitadas pelos sentidos materiais e inseparáveis da Vida divina, ou seja, Deus.

Algumas pessoas talvez possam argumentar: “Eu não preciso de igreja para ser espiritual ou para compreender a Deus”. Contudo, servir em uma comunidade religiosa oferece oportunidades únicas para o crescimento em graça, para que cada membro nutra o progresso espiritual do outro em amor e respeito mútuos, e para apoiar coletivamente aqueles na comunidade que estão em busca de cura e são receptivos ao que a Ciência Cristã tem a oferecer.

Percebo que minha maneira de ver a igreja e participar das suas atividades inevitavelmente vai se revitalizando, à medida que ocorre em mim um renascer, originado no Espírito. Os pensamentos desanimadores, tais como: “Eu não estou recebendo nada da igreja”, ou “A igreja não tem relevância no mundo de hoje” — pensamentos esses que tentam nos impedir de nos engajarmos incondicionalmente na missão de cura da igreja — têm de ceder à Verdade divina. Sempre que me deixei tentar por essas sugestões, a oração a Deus, que é a Mente única e divina, me libertou dessas imposições da crença mortal e me proporcionou vislumbres mais elevados do que é o verdadeiro significado e propósito da Igreja.

A experiência mostra que o que recebemos da igreja depende inteiramente do nosso conceito de Igreja. Por essa razão, acho instrutiva e edificante a definição de Igreja no livro-texto da Ciência Cristã, basicamente como “a estrutura da Verdade e do Amor; tudo o que assenta no Princípio divino e dele procede” (Ciência e Saúde, p. 583). Certamente, a estrutura da Verdade e do Amor, ambos sinônimos de Deus, não é um edifício físico ou uma organização de pessoas que se reúnem e cumprem as tradições religiosas, no esforço de concordarem umas com as outras. Mais que isso, a Igreja é uma ideia espiritual, concebida e estabelecida por Deus, a Mente divina, a única inteligência, e é governada pelo Princípio divino, o único legislador.

Sempre achei que tiro o máximo proveito da igreja quando oro pela instituição, pelos seus cultos sanadores e por todas as suas atividades de cura. Antes de cada culto começar, eu me esforço para manter no pensamento a definição espiritual de Igreja. Reconheço que os Leitores, e todos os demais que colaboram no culto, são uma transparência para a mensagem de cura do Cristo, da Verdade divina. E reconheço que a congregação, na qual me incluo, está desperta e receptiva a essa mensagem, que Deus está sempre comunicando a cada um de nós. Sei que muitos outros na igreja estão orando também.

Certa vez, fiquei incomodada por uma situação pessoal intimidante para a qual eu não conseguia ver uma solução. Naquele domingo na igreja, enquanto ouvia a Lição Bíblica que estava sendo lida do púlpito, compreendi uma passagem de Ciência e Saúde sob uma nova luz, e o medo se dissolveu. Percebi que esse despertar para a Verdade, que trouxe a luz da compreensão espiritual, era um resultado tangível das orações da congregação.

O livro de Efésios fala do amor do Cristo pela igreja e como ele “a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (5:25–27). Eu amo o pensamento de que cada um de nós está sendo chamado para compreender a igreja de Cristo, gloriosa e sem mácula.

Muitas vezes, quando me sinto desanimada ou sobrecarregada com as atividades da igreja e acho que, por exemplo, alguém não está agindo como deveria, ou que muito poucas pessoas assistem aos cultos, esse medo se dissipa à medida que eu vislumbro a ideia puramente espiritual de Igreja que abre nosso coração para amar a igreja, e para vê-la como Cristo Jesus a viu.

Oro com persistência para que todos nós tenhamos consciência dessa gloriosa Igreja que abraça toda a criação espiritual de Deus, onde tudo é bom, e para que expressemos incessante gratidão e louvor ao nosso Criador. Nessa Igreja não há “mácula, nem ruga”, ou seja, nenhum desânimo, medo, declínio ou preocupação para com os meios e modos materiais, por que o seu fundamento é espiritual, sólido e tão eterno quanto Deus; e porque é uma ideia completa, sempre nova no Espírito.

À medida que o pensamento cede a essa ideia espiritual de Igreja, adquirimos novas perspectivas espirituais das melhores maneiras de apoiar a missão de cura da nossa organização de igreja, incluindo seus membros e a comunidade; nossos motivos e ações são purificados, e refletimos o amor do Cristo.

Longe de ser algo enfadonho ou rotineiro, servir a igreja torna-se uma experiência enriquecedora e jubilosa.

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