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“Água viva” —a graça transbordante do Amor

Da edição de julho de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã


A água é absolutamente vital para nós — a vida humana não pode existir sem ela. Em algumas partes do mundo, mulheres e crianças percorrem enormes distâncias todos os dias para buscar água. Mesmo em áreas onde há fartura, muita gente costuma levar consigo garrafinhas de água para tomar durante o dia. 

Quando considerada a partir de uma perspectiva espiritual, a água pode representar a própria essência da vida. Nas Escrituras, ela é frequentemente considerada símbolo da Palavra de Deus, que sustenta e nutre a humanidade. Cristo Jesus se refere à “água viva” — a fonte do vigor espiritual, que nunca está estagnada nem é escassa, mas sempre pura e eterna.

Um comentário bíblico define “água viva” como a “energia espontânea da graça interior infalível” (The Interpreter’s Bible [A Bíblia do Intérprete], Volume 8, p. 523). Levando em conta o fato de que Deus é o Amor imortal, essa vitalidade incondicional da graça nos preserva, pois somos a expressão direta de Deus.

O ilimitado amor de Deus fica claro para nós graças ao espírito do Cristo, descrito por Mary Baker Eddy como “uma influência divina sempre presente na consciência humana” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. xi). Por meio dessa influência do Cristo, somos capazes de perceber o Amor infinito que preenche, nutre e mantém nosso existir.

Às vezes, talvez sintamos muita sede de companheirismo, saúde, ou dinheiro para pagar nossas contas. Talvez nos sintamos em ambiente árido, sedentos de alegria e de alguma expectativa do bem. Mas nosso Pai celestial, Deus, dota Sua criação de todo o bem — incluindo a inspiração divina para superar uma perspectiva sedenta a respeito da vida.

A Bíblia nos diz que Deus “Da pedra fez brotar torrentes, fez manar água como rios” (Salmos 78:16), e nos convida a experimentar esta abundância inesgotável: “Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas...” (Isaías 55:1). Para mim, “águas” nesses versículos indica o eterno poder estimulante do Amor eterno.  

Como podemos nos valer do amor sustentador de Deus quando nos sentimos esgotados, sem aquilo de que necessitamos, quando o nosso reservatório de amor parece vazio? É nessa hora que podemos cavar mais fundo o nosso poço — em outras palavras, fortalecer a nossa compreensão do poder do Amor em nossa vida. Essa não é uma tarefa difícil! Nosso desejo sincero alimenta o esforço mental persistente que às vezes se torna necessário para reivindicar a onipresença do Amor e a ela agarrar-nos. Assim, somos impelidos a dedicar momentos de silêncio para comungar com o Amor, ou seja, para sentir a proximidade do Amor, que inclui ternas qualidades, e a nos alegrar com as evidências do Amor ao nosso redor.

Adquiri uma compreensão mais profunda da “água viva”, perceptível no terno amor de Deus.

Cristo Jesus expressou e praticou de forma constante o amor do Amor. Em seu encontro com uma samaritana, a ação de tirar água de um poço se transforma em uma metáfora viva para experimentar a presença vivificante do Amor (ver João 4:1–30). Acalorado e empoeirado devido à caminhada, Jesus chega à secular fonte de Jacó, mas não tem com que tirar água do poço. A mulher está enchendo seu cântaro no meio do dia, quando pouca gente se expõe ao sol do deserto. Jesus lhe pede de beber. Ela o questiona com um pouco de ceticismo, pois os judeus não se dão com os samaritanos. Mas ele responde a partir de um nível mais profundo de pensamento: “Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva”.

A resposta da mulher é literal: Como pode ele tirar água do poço quando nem sequer tem um balde? Então Jesus faz com que o pensamento dela se volte para um ponto de vista espiritual, explicando: “Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”. Ora, isso desperta o interesse da mulher! O Cristo, exemplificado por Jesus, lhe suscita o desejo de conhecer a Deus. Ela responde que quer esse sustento espiritual, para não voltar a ter sede.

“Uma fonte a jorrar para a vida eterna” — que promessa! No entanto, Jesus não se limita a manter a conversa com a mulher, só para explicar a verdade sobre o relacionamento entre Deus, o Pai, e o homem, a Sua ideia. Ele também não lhe passa um sermão a respeito de seu estilo imoral de vida. Ele simplesmente pede que ela vá buscar seu marido — trazendo à tona o fato de que, depois de ter tido cinco maridos, ela agora está vivendo com um homem, fora dos laços do casamento. O amor cristão põe a descoberto aquilo que tinha de ser purificado, antes que a mulher possa captar o amor contínuo que Deus tem por ela. A mulher corre para a sua aldeia a fim de espalhar a notícia a respeito desse homem incrível: “Será este, porventura, o Cristo?”

Não é assim que muitas vezes vivenciamos o amor que Deus tem por nós? Quando estamos nos sentindo sedentos — isolados, inadequados, doentes ou angustiados — o Cristo traz ao nosso coração a própria graça pela qual ansiamos. Na realidade, o amor incessante que Deus tem por nós já está presente dentro de nós e sempre disponível para todos. Esse amor nunca está mirrado, chamuscado, nem exaurido. Pode-se dizer que estamos cem por cento “hidratados” pelo Amor. Assim como Jesus respondeu à necessidade da mulher na fonte, o Cristo vem à nossa consciência para nos oferecer a verdade pura e clara do cuidado e da proteção de Deus. Levando em conta que a nossa identidade emana do Amor, somos sempre amados, amorosos e dignos de ser amados.

Tal como a mulher na fonte, nós também talvez precisemos enfrentar a necessidade de purificar-nos. Aprendi essa lição há anos, quando estava na faculdade. Naquela ocasião, muito antes de existir operações bancárias on-line, meus pais enviavam minha mesada em dinheiro. Em determinado mês, essa mesada foi furtada do meu dormitório. Eu não só fiquei sem dinheiro durante aquele mês, mas também me senti lesada. Depois de ter relatado o fato aos funcionários da escola, me dispus a orar de forma dedicada e profunda.

Mesmo não sendo eu a pessoa que havia cometido esse crime, eu sabia que precisava enfrentar a minha forte reação à perda de suprimento e de amor, que aquela situação representava para mim. Eu ansiava por uma compreensão mais clara da verdade sobre o homem de Deus — isto é, cada um de nós — como amoroso, honesto e totalmente suprido de tudo o que é necessário. Comecei a discernir que as nossas “garrafas de água” espirituais, os nossos reservatórios do pensamento, estão preenchidos pelo Amor infinito. Por isso, não podia haver nenhum lugar em que a honestidade estivesse faltando, pois a Verdade, que é um sinônimo de Deus, é onipresente.

Durante os seis meses seguintes, até o final do ano letivo, fiz um esforço dedicado para ser totalmente honesta e amorosa em meus pensamentos e ações, e para rejeitar qualquer suposta evidência de que a desonestidade ou ausência de amor pudesse existir na criação de Deus. Adquiri um senso muito mais profundo de que tanto as minhas necessidades como as da pessoa que me furtara eram completamente atendidas pelo Amor.

No final do ano, o dinheiro me foi devolvido, com uma nota dizendo que a pessoa que me furtara também estivera orando sobre honestidade. Ainda mais precioso para mim foi o modo como o Cristo me despertou para que eu pudesse perceber a fonte divina do bem. Pude compreender a impossibilidade de uma ideia do Amor estar desprovida do bem, quer fosse suprimento ou um senso mais profundo de honestidade. Também adquiri uma compreensão mais profunda da “água viva”, perceptível no terno amor de Deus, compreensão essa oferecida por Jesus à mulher samaritana.

Todos nós somos continuamente abastecidos com as águas do Amor infinito, que proporcionam vida. As palavras de um hino colocam essa mesma ideia desta maneira:

Vê a fonte d’água viva
    Que do puro Amor brotou,
Satisfez os filhos todos, 
     A carência desterrou. 
Com tão grande abundância,
     Quem irá desfalecer?
Graça eterna é fragrância 
     Que nos vem fortalecer. 
(John Newton, Hinário da Ciência Cristã,  71, trad. © CSBD)

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