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Original para a Internet

Confronte o pecado e reconheça que você é puro

Da edição de julho de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 24 de fevereiro de 2020.


O pecado é um conceito que intriga o pensamento da humanidade, pelos séculos afora. Curiosamente, na Bíblia, o pecado não é um assunto abordado logo no começo. 

No primeiro capítulo da Bíblia, lemos: “...Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” e “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom...” (Gênesis 1:26, 31). Também em Eclesiastes encontramos esta frase: “Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar...” (3:14). Será que podemos concluir dessas verdades bíblicas que somos eternos, e que a nossa verdadeira natureza é tão pura, santa e boa como a natureza de Deus? 

O primeiro capítulo do Gênesis se refere ao homem imortal, criado à imagem de Deus, o Espírito. Tanto o segundo capítulo, como os seguintes, apresentam um conceito humano mortal, pecaminoso, caído da graça, que define grande parte da visão religiosa moderna a respeito do homem.

É no primeiro capítulo do Gênesis que a Ciência Cristã encontra informações a respeito da realidade do homem de Deus, mas isso não significa que ignore ou descarte o pecado. Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, escreve sobre a vinda do Confortador, o Consolador, ou seja, sobre a revelação de Deus à humanidade do que é a Verdade divina. No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ela diz: “Essa vinda, como foi prometida pelo Mestre, é para seu estabelecimento como dispensação permanente entre os homens; mas a missão da Ciência Cristã, hoje, como na época de sua demonstração anterior, não tem na cura física seu aspecto mais importante. Agora, como outrora, operam-se sinais e prodígios na cura metafísica da doença física; mas esses sinais servem apenas para demonstrar a origem divina dessa cura ― para atestar a realidade da missão mais elevada do poder-Cristo, a missão de tirar os pecados do mundo” (p. 150).

Eu cheguei à conclusão de que o pecado é algo que nos impede de nos vermos sob a perspectiva espiritual e, ao mesmo tempo, nos impede de agir com coragem moral e integridade. Hoje, como sempre, o pecado parece uma realidade muito visível da natureza humana, e não pode ser ignorado. O pecado tem de ser curado na consciência humana por meio da Verdade divina, que põe a descoberto os malfeitos, substitui conceitos falsos pela compreensão da nossa natureza real como a semelhança espiritual de Deus, e inspira o arrependimento e a reforma.

No Evangelho de João lemos o seguinte, referindo-se a Jesus Cristo: “...Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (3:17). Se alguém está lutando com a autocondenação, devido a seus malfeitos, é de grande ajuda saber que Jesus ensinou que Deus condena o pecado, mas Deus não nos condena a nós, Seus amados filhos. É o amor de Deus o que nos corrige. Sabendo que Ele não nos condena, mas condena apenas o pecado, nós podemos seguir em frente em direção à nossa salvação. Em relação a isso, um dos seis fundamentos da Ciência Cristã explica qual é o trabalho que nós temos de fazer: “Reconhecemos que o perdão do pecado, por parte de Deus, consiste na destruição do pecado e na compreensão espiritual que expulsa o mal por discernir que ele é irreal. Mas a crença no pecado é castigada enquanto ela perdura” (Ciência e Saúde, p. 497). A salvação implica aceitar a onipotência de Deus e demonstrá-la, ou seja, ganhar domínio — por meio do sincero arrependimento, da reforma e da cura — sobre o suposto controle que o pecado parece ter sobre nós. 

Quando eu era pequeno, meu pai era oficial militar de carreira, e nós nos mudávamos constantemente de um lugar para outro. Aos dezesseis anos, eu já havia vivido em quatro países, e também em sete cidades nos Estados Unidos, e havia estado em quatro escolas de ensino médio.

De um lado, graças a essa experiência adquiri uma inestimável perspectiva sobre o mundo. Por outro lado, por ser continuamente transferido de um lado para o outro, eu achava que havia perdido uma variedade de coisas, inclusive situações que poderiam ser consideradas semelhantes à “vida dissoluta” do filho pródigo na parábola de Jesus (ver Lucas 15). Muitas vezes eu ficava imaginando que, se tivesse desfrutado apenas alguns daqueles momentos de diversão, eu estaria mais preparado, mais satisfeito e mais amado, em vez de me sentir despreparado, insatisfeito e isolado.

Felizmente, minha mãe me inscreveu em uma Escola Dominical da Ciência Cristã durante meu último ano do ensino médio. Isso mudou minha vida. Consegui aplicar o que aprendi na Escola Dominical a respeito da minha verdadeira natureza espiritual como a imagem e semelhança de Deus, para me ajudar a resistir à tentação persistente de vivenciar a “vida dissoluta”, cujos prazeres eu pensava ter perdido.

Aprendi a sempre começar a orar afirmando o que é Deus, e eu admitia cada vez melhor o que a Bíblia diz sobre Ele: Deus é o Amor. Ele é o único Criador. Deus é o bem, infinito, todo-poderoso, sempre presente, onisciente e verdadeiro. Então raciocinei que o mal, o oposto do bem (muitas vezes chamado de diabo), não tem nenhum amor; não cria nada; não tem nada de bom, nenhum lugar, nenhum poder, nenhuma presença, nenhuma inteligência e nenhuma verdade.

À medida que eu orava e estudava habitualmente a Bíblia e os escritos da Sra. Eddy, crescia a minha compreensão de Deus como o Amor ― como meu Criador, a fonte do meu existir. Comecei a aceitar que nada tem existência real a não ser Deus e Sua criação perfeita e sem pecado. Além disso, à medida que minha jornada de descoberta espiritual progredia, passei a compreender que cada um de nós, como semelhança espiritual de Deus, é eternamente completo, satisfeito e amado ― não nos falta nada de bom; realmente não há nenhum prazer no mal; há apenas um único Ego, um único Deus, que nos ama eternamente, e nós estamos em união com Ele.

Cada um de nós é eternamente puro, santo, inocente, completo, satisfeito e amado como filho de Deus.

Compreendi que as miríades de formas de pecado estão enraizadas em uma falsa crença de que nos falte algo ou alguém, e esse aparente vazio possa ser materialmente preenchido. Mas essa sugestão agressiva de sermos incompletos, e de que algo fora de Deus vai nos tornar completos, é uma mentira absurda, porque não há nada fora do infinito Deus, o bem. Que alívio saber que, como o homem de Deus, Sua semelhança ou reflexão, Seu reflexo, já somos completos e, consequentemente, não dependemos de nada nem de ninguém para nos tornar completos!

Em Ciência e Saúde, lemos esta passagem libertadora: “Quem cessará de cometer pecado enquanto acreditar nos prazeres do pecado? Uma vez que os mortais admitam que o mal não proporciona prazer, o deixarão para trás” (pp. 39–40). À medida que eu começava a despertar para a minha verdadeira identidade espiritual, tornava-se cada vez mais claro para mim que, assim como não há prazer ou satisfação em comer sujeira, também não existe prazer ou satisfação no vício ― ambos são igualmente antinaturais, sem valor e não nos satisfazem. A satisfação vem da nossa relação indestrutível com Deus, o Espírito, o Amor. A crença de que haja prazer no pecado é falsa. Tal como o filho pródigo, que caiu em si depois de sua vida desregrada, nós também podemos despertar e ver que o pecado nos impede de ter uma vida verdadeiramente satisfatória. 

“Assim como uma gota de água é uma com o oceano, um raio de luz é um com o sol, do mesmo modo Deus e o homem, Pai e filho, são um no existir”. Essa afirmação de Ciência e Saúde (p. 361) foi de vital importância para mim na luta contra as falsas crenças de isolamento e inveja que surgiram por eu pensar que havia perdido alguma coisa. Compreendi que, levando em conta o fato de sermos a semelhança de Deus e, portanto, de estarmos em união com Ele, eu não podia realmente ter uma identidade ou um ego separado dEle ou estar isolado do bem. Deus é o único que age, e Suas ações são totalmente boas. O homem é exclusivamente a expressão de Deus. A compreensão de que não podemos estar separados de Deus, o Amor, dissipa os sentimentos de isolamento, de inveja e de apego ao ego; e suplanta todos esses sentimentos com amor e desprendimento do ego.

Minha forma de pensar estava mudando drasticamente. Passei, cada vez mais, a ver os outros, e eu também, como a ideia de Deus, eternamente inocente, completa, satisfeita e amada. Eu me esforçava para mentalmente discernir que o mal não fazia parte das pessoas que eu via. E me esforçava para compreender que é um erro acreditar que o mal seja uma parte inerente à verdadeira individualidade de alguém. O mal é um estranho à nossa verdadeira identidade e pode ser expulso da nossa vida, se para isso nos empenhamos com muita sinceridade e, muitas vezes, com persistência; é como se fosse sujeira, algo estranho à sua pele, que vai embora quando você lava as mãos.

Cheguei à conclusão de que, para que o homem, que é a imagem e semelhança de Deus, fosse pecador, Deus teria de conhecer o pecado, e, no entanto, Deus não pode conhecer o pecado porque Ele é “tão puro de olhos, que não pod[e] ver o mal” (Habacuque 1:13). Ciência e Saúde coloca isso assim: “O homem real não pode se apartar da santidade, nem pode Deus, de quem o homem provém, engendrar a capacidade ou a liberdade para pecar” (p. 475).

Os sentimentos que eu tinha, de ser incompleto, insatisfeito e solitário, foram expulsos e substituídos por um profundo senso de completude e satisfação, e por uma convicção de que eu vivia em união com Deus, o Amor. Depois de anos de estresse, eu estava livre e em paz. Já não achava que havia perdido alguma coisa. Fiz amizades valiosas. Passei a sentir um amor e uma proximidade muito maior com as outras pessoas, vendo-as como ideias sagradas de Deus, em vez de mortais pecadores. Viver dessa maneira tem um efeito encorajador e estimulante também sobre as outras pessoas.

Cada um de nós é eternamente puro, santo, inocente, completo, satisfeito e amado como filho de Deus. Portanto, podemos enfrentar corajosamente qualquer tentação de sermos atraídos pelo pecado, e podemos nos recusar a romantizá-lo sob qualquer forma. Deus é a nossa única origem verdadeira. O fato espiritual de que o pecado está perpetuamente excluído da nossa verdadeira identidade é algo a ser profundamente acalentado e vivido.

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