Parece, às vezes, que estamos tentando nadar contra a correnteza. Mesmo quando procuramos mudar nosso curso e seguir na direção certa, pode ainda parecer difícil navegar por águas agitadas e profundas. Nesses momentos de aparentes “afogamento”, ou seja, nos momentos de confusão e agitação, sempre encontro conforto, orientação e soluções completas, ao recorrer a Deus em oração. A Ciência Cristã me ensinou que Deus não somente tem todas as respostas, mas Ele é a resposta. E nunca estamos desamparados.
Na Bíblia, no livro do Êxodo, lemos que, quando Moisés era bebê, para protegê-lo do Faraó, sua mãe o colocou numa cesta, e deixou que ela deslizasse rio abaixo. O segundo livro de Reis conta que Eliseu estava com um grupo de homens, cortando madeira em um bosque, quando um machado que era emprestado caiu no rio Jordão; contudo, o machado flutuou. No Apocalipse, João descreve sua bela visão de um rio com a árvore da vida, que produz o seu fruto de mês em mês. Histórias belas, inspiradoras e significativas, que nos mostram o terno amor de Deus, Sua constante proteção e Seu suprimento infinito!
Ainda hoje usufruímos dos rios para obter água para beber e cozinhar, irrigar plantações e nos banharmos. O rio era, e continua sendo, parte essencial da vida de muitas pessoas e dos animais.
Quando penso na importância dos rios, tanto na história quanto hoje, sou levada à definição metafísica de rio que a Sra. Eddy dá no Glossário de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, e que diz: “Canal do pensamento.
“Quando manso e não obstruído, simboliza o curso da Verdade; mas lamacento, agitado e impetuoso, é uma indicação do erro” (p. 593).
Considero esse “canal do pensamento”, no significado espiritual, como a nossa boia salva-vidas — a comunicação contínua de Deus com Sua ideia, o homem. Essa comunicação, “mansa e não obstruída”, está sempre disponível, permanentemente ativa e traz a cura. Nunca é rápida demais, não fica parada nem se seca, mas está sempre em movimento e fluindo no ritmo certo e na direção certa. Nunca ficamos sem os pensamentos de Deus.
Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy também nos apresenta a definição de quatro rios mencionados na Bíblia:
“Eufrates (rio). A Ciência divina, abrangendo o universo e o homem; a verdadeira ideia de Deus; uma indicação da glória que há de vir; a metafísica tomando o lugar da física; o reino da retidão. A atmosfera da crença humana antes de aceitar o pecado, a doença ou a morte; um estado do pensamento mortal, cujo único erro é a limitação; o finito; o oposto do infinito” (p. 585).
“Giom (rio). Os direitos da mulher reconhecidos no âmbito moral, civil e social” (p. 587).
“Tigre (rio). A Ciência divina compreendida e reconhecida” (p. 588).
“Pisom (rio). O amor ao bom e ao belo, e à imortalidade destes” (p. 593).
Essas definições foram ferramentas muito úteis para mim; elas me ajudaram a obter uma compreensão mais clara dos nossos direitos como filhos de Deus. Certo dia, há mais ou menos vinte anos, toda a minha família apresentava sintomas de gripe — meus dois filhos, meu marido e minha mãe. Eu também não estava me sentindo bem. Estava exausta e me deitei para orar. Sentia-me sobrecarregada por ter de cuidar de todos. Até um dos nossos cães apareceu com sinais de algum problema estomacal. Olhei para ele, incrédula, e com um suspiro pensei: “Sério? Você está de brincadeira comigo?” Mas naquele momento, eu me sentei e disse: “Chega!”
Considero esse “canal do pensamento”, no significado espiritual, como a nossa boia salva-vidas — a comunicação contínua de Deus com Sua ideia, o homem.
Percebi que meu pensamento estivera flutuando, acompanhando a maré mundial de doença. Mas quando “acordei”, meu pensamento parou de lutar usando os meios humanos — tentando acertar, sobreviver e trazer conforto à matéria — e passei a reconhecer que a lei espiritual está sempre presente e ativa. Uma luz se acendeu!
Fui para minha escrivaninha e li um artigo intitulado “Contágio” da Sra. Eddy, que consta em Miscellaneous Writings [Escritos diversos] 1883–1896. Ele começa assim: “Tudo aquilo que o homem vê, sente ou de que, de alguma maneira, toma conhecimento, tem de ser captado por meio da mente, visto que a percepção, a sensação e a consciência pertencem à mente e não à matéria. Levados pela correnteza popular do pensamento mortal, sem questionar a confiabilidade de suas conclusões, nós fazemos o que os outros fazem, acreditamos no que os outros acreditam e dizemos o que os outros dizem. O consentimento geral é contagioso e torna contagiosa a doença” (p. 228). Eu sabia que precisava orar a respeito do pensamento generalizado de contágio. Fui para a definição de rio em Ciência e Saúde, e analisei cada um dos rios cuja definição constava no Glossário, e refleti sobre como cada uma dessas definições se aplicava à necessidade da minha família, naquele momento. Aqui estão algumas das ideias tiradas dessas definições, com as quais orei.
Com a definição do rio Eufrates: senti-me confortada pelo pensamento da “Ciência divina, abrangendo o universo e o homem”. Isso me deu um claro senso de que toda a minha família está envolta pelo Amor divino.
Com a definição do rio Giom: percebi nossos direitos e nossa liberdade como filhos de Deus, tanto homens como mulheres, sustentados pelo amor todo-abrangente de Deus.
Com a definição do rio Tigre: reconheci que todos nós podemos saber qual é nosso propósito e sentir o conforto e a paz da Ciência divina.
Com a definição do rio Pisom: encontrei conforto ao compreender que Deus está sempre nos mostrando o caminho que leva à saúde, à liberdade e à perfeição.
Por um curto espaço de tempo, naquela manhã, cada um dos membros da família havia relatado que estava se sentindo pior do que na noite anterior. Contudo, dentro de uma hora após a minha oração, todos estavam vestidos e prontos para as tarefas diárias. Meu marido foi para o trabalho, meus filhos para suas atividades, minha mãe me ligou e disse que estava saindo para fazer compras, e até o cachorro estava correndo no pátio. Ao orar naquela manhã, senti a calma tomar conta de mim, como um rio que flui, e senti que eu também estava curada. O medo cessara por completo, assim como a febre. E tudo foi muito rápido!
Aprendi que nunca estamos desamparados ou sobrecarregados, nem somos arrastados pela correnteza das atuais tendências ou do modo de pensar do mundo. A Ciência Cristã orienta nosso pensamento, e o Amor nos eleva suavemente acima do modo de pensar errôneo, e coloca-nos no fluxo certo das águas sanadoras da Verdade. Podemos ver claramente que estamos livres do medo, da indecisão e de qualquer tipo de sugestão mortal. Quando nosso pensamento está receptivo a Deus, expressamos continuamente progresso, seguimos em frente sem cessar e somos eterna e amorosamente guiados por Deus.
A inspiração que tive, orando com as definições desses rios bíblicos, permanecerá comigo para sempre. Constatei que, graças a esse “canal do pensamento”, temos a certeza de que nunca estamos separados do cuidado de Deus, pois tal como a fonte da qual fluem todas as águas de um rio, Deus, o bem, é a única fonte de nossa vida.
    