Durante muitos anos, eu sofri de sérios problemas estomacais e digestivos. A certa altura, quando estava com aproximadamente quinze anos, optei por fazer uma cirurgia na tentativa de aliviar os sintomas, mas não houve melhora. Tempos depois, quando tinha uns trinta anos, fui hospitalizada devido a muitos sintomas que me haviam deixado debilitada e que tinham piorado com o passar dos anos, a ponto de ser muito difícil eu levar uma vida “normal”, ou mesmo sair de casa por longos períodos. Durante a estada no hospital, após vários exames, recebi o diagnóstico de doença de Crohn. Fui informada de que não havia cura para essa doença e que ela só poderia ser controlada com cerca de vinte medicamentos por dia, além de retornos mensais ao hospital para tomar injeções.
Minha mãe cresceu na Ciência Cristã e, quando se casou com meu pai, ele também começou a estudar essa Ciência. Meus irmãos e eu frequentamos a Escola Dominical, contudo, eu parei de frequentar mais ou menos aos quinze anos.
Já adulta, antes de me internar no hospital, eu estivera buscando um caminho melhor. Vinha lendo vários livros sobre espiritualidade e autoajuda, mas ainda não estudava os ensinamentos da Ciência Cristã com os quais eu crescera. Depois de receber o diagnóstico e deixar o hospital, procurei minha irmã, que era ativa Cientista Cristã, e pedi-lhe apoio. A primeira coisa que ela compartilhou comigo foi esta citação de Isaías: “…não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41:10). Senti um conforto imediato com essas palavras, embora tivesse dúvidas de que minha saúde se beneficiaria com elas.
Minha irmã sugeriu que eu falasse com uma Praticista da Ciência Cristã. Na hora, eu achei que seria inútil, mas fiz o telefonema. A praticista foi muito amorosa. Ela me assegurou que Deus estava me amando naquele exato momento e de que Ele sempre me havia amado e cuidado de mim. Não lembro exatamente quanto tempo estive em contato com a praticista, mas falei com ela umas duas vezes ao dia, durante várias semanas. Nossas conversas eram curtas e ela sempre me assegurava que Deus estava cuidando de mim. De fato estava, e de muitas maneiras!
Comecei a pensar profundamente em cada um dos sete sinônimos de Deus, que Mary Baker Eddy indica em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (ver p. 465) e procurei essas palavras no dicionário. Eu aprendera esses sinônimos (Princípio, Mente, Alma, Espírito, Vida, Verdade, Amor) na Escola Dominical da Ciência Cristã, mas já fazia muito tempo que não pensava neles. Esse foi o início de uma enorme guinada em minha consciência. Rapidamente me tornei uma dos que “sinceramente procuram a Verdade” (Ciência e Saúde, p. xii). Não conseguia parar de ler a Bíblia e Ciência e Saúde. Estudava esses dois livros ao despertar, todas as manhãs, e mesmo no meio da noite, quando acordava com pensamentos de dúvida e medo, devido ao diagnóstico. Estava faminta e sedenta de justiça, e fui sendo inteiramente suprida, tal como prometeu Cristo Jesus no Sermão do Monte (ver Mateus 5–7).
O ponto crucial, nessa cura, está muito vívido na minha memória, ainda hoje. Eu estava sentada na cozinha, estudando a Lição Bíblica daquela semana, encontrada no Livrete Trimestral da Ciência Cristã, quando ouvi um sussurro dizendo: “Dance”. Lembro-me de ter pensado em como aquilo parecia sem nexo. Mas ouvi novamente: “Dance”. Nesse momento, lágrimas de gratidão me brotaram nos olhos e eu soube que estava curada. Senti-me rodeada de luz e envolvida pelo amor de Deus e sabia que precisava obedecer. Portanto, levantei-me e dancei! Glorifiquei a Deus e Seu amor por mim.
Mais tarde, no mesmo dia, eu me desfiz de todos os medicamentos que me haviam sido receitados e continuei a estudar e prestar atenção à orientação divina. Nas semanas seguintes, rapidamente recobrei o vigor e logo também adquiri peso. O apetite voltou e as funções do aparelho digestivo voltaram a ser normais e sem dor.
Agora sei que aquilo que senti, no momento em que fui inspirada a dançar, foi o Cristo, a Verdade, falando à minha consciência. Ciência e Saúde nos diz isto: “A voz inaudível da Verdade é para a mente humana como quando ‘ruge um leão’ ” (p. 559). Embora tenha sido um sussurro no meu pensamento, eu fui literalmente levada a prestar atenção e a obedecer.
Guardarei com carinho na lembrança essa cura e continuarei a me lembrar dela como se fosse algo de ontem. Ainda sinto o amor de Deus, quando penso naquele momento. Sempre que leio o relato bíblico do homem coxo, que pediu esmola a Pedro e João na porta do templo, e leio que ele se “…levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram; de um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus” (ver Atos 3:1–11), eu me lembro daquele momento em que fui inspirada a dançar.
Embora eu seja muito grata pela cura física, que se realizou durante esse período de oração em que voltei a buscar a Deus, sou ainda mais grata pelas mudanças duradouras que ocorreram no meu caráter e em outros aspectos da minha vida. De alguma forma, consegui pagar a grande dívida da conta do hospital. Foram curados muitos problemas de relacionamento, bem como venci o hábito de fumar cigarros, o uso de maconha e desagradáveis traços de caráter que não se alinhavam com a criação de Deus. Eles simplesmente se dissiparam, como resultado de eu concentrar o pensamento em Deus e em como Ele me criou à Sua imagem e semelhança (ver Gênesis 1:26). Comecei a frequentar a igreja local da Ciência Cristã e fui recebida por todos os membros com muito amor. Logo me tornei membro, em seguida fiz o Curso Primário da Ciência Cristã e me filiei À Igreja Mãe.
Jesus disse: “…e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). A verdade da qual Jesus falou está disponível a todos. Sou a prova viva de que essa verdade nos livra completamente! Essa cura ocorreu há mais de quinze anos e não tive mais nenhum sintoma, desde o dia em que ouvi aquela mensagem do Cristo: “Dance!”
Sheryl Bristow
Phoenix, Arizona, EUA
