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Original para a Internet

Boas-novas

Quem, eu? Escrever para os periódicos?

Da edição de maio de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 4 de março de 2021. 


Primeiro ano da faculdade, introdução à arte de escrever. Como lição de casa, devíamos escrever uma redação de dez páginas, cada semana, o trimestre inteiro. Que pesadelo era para mim! Eu começava no domingo à noite, escrevia e reescrevia a semana inteira e mal cumpria o prazo de entrega, na sexta-feira. Quando a redação era devolvida, eu muitas vezes acabava em lágrimas. A nota era sempre baixa e as páginas vinham generosamente enfeitadas com correções em vermelho vivo, comentários e sugestões.

No último ano da faculdade, às vésperas da formatura, fiz uma lista, por ordem de prioridade, de todas as coisas que gostaria de fazer na vida. A ultimíssima coisa da lista era “coleta de lixo”. Depois de uma pausa, acrescentei em baixo: “escrever”.

Pois bem, com tal aversão pela escrita, eu teria uma justificativa para encontrar outras maneiras de servir a igreja. Contudo, eu tinha um profundo amor pelos periódicos da Ciência Cristã. Eles haviam se tornado amigos confiáveis, sempre atuais, sempre disponíveis. Muitas vezes, um artigo transformava pensamentos de desânimo ou depressão em um doce senso de gratidão. Eles pareciam ter sempre exatamente a inspiração adequada e continham ideias práticas para me ajudar a continuar progredindo espiritualmente.

Às vezes, esses periódicos traziam repreensões necessárias ou punham a descoberto áreas do pensamento que precisavam de cura. Sem sombra de dúvida, eles faziam com que minha maneira de pensar deixasse de focar apenas meus interesses pessoais e se voltasse para questões mundiais. Traziam ideias sanadoras, eram vozes poderosas da Verdade e, com frequência, tinham o efeito de um afago reconfortante.

No Manual da Igreja, eu li a declaração de Mary Baker Eddy de que os periódicos têm de ser “redigidos de forma competente e atualizada, de acordo com a época” (p. 44). Certamente isso requer uma vasta variedade de vozes, com novas e atuais contribuições, vindas de todas as partes do mundo.

Em Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, a Sra. Eddy diz: “Se meus próprios alunos não dispõem de tempo para escrever a Deus — quando se dirigirem a mim, eu me sentirei inclinada a enviar essas cartas a Ele, o Pai que temos em comum, por meio do The Christian Science Journal; assim eles cumprirão a obrigação moral que lhes cabe, de fornecer algum material de leitura para o órgão de nossa denominação. Penso eu que, se ponderassem sobre a missão universal que o Amor divino nos confiou, em prol do sofrido gênero humano, eles colaborariam com mais frequência para as páginas desse ágil veículo do pensamento científico; pois ele alcança um vasto número de sinceros leitores e buscadores da Verdade” (pp.155–156). 

Concluí que, realmente, qualquer pessoa pode escrever. Se eu sabia escrever uma carta para confortar ou incentivar um amigo, ou para expressar consideração ou gratidão, então também conseguiria escrever algo para os nossos periódicos. Cada um de nós tem uma voz distintamente individual e uma série pessoal de experiências de vida e de curas que podem servir de apoio e encorajamento para outros, se estivermos dispostos a dá-las a conhecer.

O Amor abrirá o caminho para comunicar nossa inspiração e os frutos de nosso aprendizado. Em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a Sra. Eddy escreve: “O Amor inspira, ilumina, designa o caminho e nele nos guia. Os motivos corretos dão asas ao pensamento e força e liberdade à palavra e à ação” (p. 454).

Eu comecei a escrever quando tinha duas filhas pequenas. Tinha acabado de exercer o mandato de Primeira Leitora, na igreja filial da Ciência Cristã da qual eu era membro, e sentia o profundo desejo de divulgar essa Ciência de forma mais ampla. Consegui encontrar uma creche para deixar as meninas por duas manhãs, na semana, e assim podia reservar algumas horas para um estudo mais profundo e para a oração.

Quando iniciei essa série de estudos, começaram a vir ideias para escrever artigos. Essa era a última coisa que esperava, ou buscava, mas elas vieram, às vezes completas, já com o título, experiências de cura e relevantes verdades espirituais. Eu me sentia impelida a colocá-las por escrito. Assim, começou um fluxo regular de contribuições para os periódicos, durante vários anos. Descobri que essa é uma maneira agradável de dar a conhecer a Ciência Cristã, e é algo que propicia satisfação.

Em minha experiência, escrever para os periódicos significou escrever do fundo de um honesto coração. Significou ouvir e obedecer com a caneta. Foi algo que surgiu de um profundo amor pela Ciência Cristã, um amor pelos outros, e a disposição de dedicar a isso algum tempo. Pensei muitas vezes na declaração de Cristo Jesus: “Eu nada posso fazer de mim mesmo…” (João 5:30) e também nesta afirmação do apóstolo Paulo: “…tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13).

Esse trabalho envolveu esforço? Sim! Todos os meus artigos foram aceitos imediatamente? Quase nunca! Foi um processo de aprendizado. O primeiro artigo que enviei foi basicamente uma coletânea de minhas melhores inspirações e incluía um testemunho de cura. Claro que não deu certo. Tive de aprender a escolher uma ideia clara como foco para todo o artigo e desenvolvê-la em profundidade. Também, tive de aprender a evitar o jargão e escrever em uma linguagem acessível a qualquer leitor, especialmente os novatos na Ciência Cristã.

Foi uma frustração receber um “Não, obrigado” ou a mensagem “Precisa de uma boa revisão”? Claro que sim e também exigiu humildade de minha parte! Normalmente, eu tinha de deixar de lado um artigo devolvido, até ouvir de Deus qual o passo certo a seguir. Constatei que o orgulho e a retidão própria eram o balde de água que extinguia a chama da inspiração. Quando estava pronta para ouvir a Deus e seguir com humildade as sugestões dos redatores, o resultado era um artigo mais proveitoso.

Mesmo quando um artigo não era aceito, eu ainda tirava bastante proveito por ter feito o trabalho. Às vezes, havia a necessidade de maior clareza e compreensão de minha parte, sobre o tema do artigo. Todo artigo me fez crescer em compreensão, graça, paciência e mansidão.

Às vezes, minha recompensa foi simplesmente sentir com mais força o bem, a abundância e o amor de Deus. Com essa percepção quase não importava mais o que aconteceria depois, com o artigo. Seguir em obediência à orientação de Deus mantinha aberta a porta da inspiração, e geralmente havia novos temas esperando por mim. Lembrando sempre que eu estava fazendo esse trabalho para Deus, recebi grandes bênçãos, fosse o artigo aceito, ou não.

Nós podemos escrever, ainda que essa seja a última coisa que acreditamos saber ou querer fazer. Quando o amor a Deus e por nossos irmãos, em todo o mundo, nos inspira a dedicar algum tempo a ouvir as ideias de Deus, as mensagens angelicais vêm. Então, podemos fazer parte do banquete de bênçãos contidas nos periódicos, que confortam e curam os corações receptivos, ao redor do mundo. A humanidade está aguardando um copo de água fresca oferecido por um amigo!

Joan Ware

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