Houve uma ocasião em que eu não conseguia encontrar emprego. Meu filho pequeno e eu ficamos sem um teto sob o qual morar. Eu o deixava na escola pela manhã, sem saber onde passaríamos aquela noite. Estávamos gratos pelo fato de que, no final de cada dia, éramos acolhidos por alguém da nossa igreja; mas nós nos mudávamos constantemente de uma casa para outra.
Todos os dias, enquanto meu filho estava na escola, eu ia à Sala de Leitura da Ciência Cristã para orar sobre a situação. Um dia, lembrei-me de um ensaio inspirador que minha mãe certa vez me havia dado para ler. As ideias nele contidas foram úteis enquanto eu orava para encontrar um emprego e uma moradia. Por exemplo, o autor, cujo nome é desconhecido, escreveu: “O lugar que você procura está procurando você, o lugar de que você precisa está precisando de você. O Princípio divino, o Amor, faz com que a procura e a oferta se unam para o bem mútuo”. A seguir, o autor encoraja o leitor a “…compreender para si mesmo diariamente — mais de uma vez por dia — que ‘os campos… já branquejam para a ceifa’ (João 4:35), e que ‘O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana’ ” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 494). É claro que as minhas necessidades humanas eram de emprego e moradia, portanto, à medida que eu continuava a procurar, me aferrava à ideia de que Deus, o Amor divino, estava satisfazendo a todas as minhas necessidades.
A Sala de Leitura que eu visitava ficava situada em um edifício comercial. Havia ali o escritório de um Praticista da Ciência Cristã, no segundo andar. Um dia, realmente desanimada, fui ver esse praticista para pedir ajuda em oração. Depois de conversar com ele, regressei à Sala de Leitura para continuar a estudar e a orar. Algumas horas depois, voltei ao seu escritório, pois o pânico começava a se instalar em minha consciência. O praticista afetuosamente compartilhou mais ideias espirituais e reafirmou que continuava a orar por mim.
Quando fui vê-lo pela terceira vez naquele dia, ele pediu com firmeza, mas de maneira amorosa, que eu não voltasse ao escritório sem ter feito três coisas. Primeiro, eu tinha de voltar à Sala de Leitura e abrir a Bíblia, Ciência e Saúde, ou um dos periódicos da Ciência Cristã, e ler o que quer que aparecesse diante de meus olhos. Segundo, eu tinha de começar a ficar grata por tudo o que me viesse à mente. E terceiro, eu tinha de fazer algo por alguma outra pessoa.
Com essa missão, regressei à Sala de Leitura e encontrei um artigo para ler nos periódicos da Ciência Cristã. Embora eu não me recorde do tema sobre o qual tratava, lembro-me de que o artigo me elevou espiritualmente e me permitiu começar a cumprir a segunda tarefa, isto é, a de expressar gratidão. Comecei a enumerar mentalmente tudo aquilo pelo qual eu estava grata: pelos membros da igreja que nos levavam a cada noite para suas casas, pelo praticista, pela Sala de Leitura, pela igreja, e assim por diante, até por coisas como árvores e flores.
A última tarefa era fazer algo por outra pessoa, e veio-me à mente ir buscar as fotografias da escola do meu filho, as quais tinham sido tiradas fazia pouco tempo. Enquanto eu dirigia o carro até a escola, expressei com alegria minha gratidão por todos os lugares pelos quais passava — até mesmo pela bomba de gasolina e pelo fato de o meu carro ter gasolina.
O fotógrafo da escola também gerenciava as publicações comerciais dessa instituição. As fotografias não estavam prontas, mas, quando saí, a assistente que trabalhava no escritório seguiu-me e me perguntou se eu havia encontrado emprego. (Eu não a conhecia, mas soube mais tarde que ela havia ouvido falar da minha situação, por outras pessoas.) Quando confirmei que ainda não havia encontrado emprego, ela me disse que aquele era seu último dia de trabalho, e seu supervisor ainda não havia contratado outra pessoa para o cargo. Sugeriu que eu voltasse a falar com ele e pedisse o emprego. Conversei alguns minutos com o supervisor, fui contratada na hora, e a assistente começou a me treinar.
Enquanto estávamos trabalhando juntas, ela também perguntou se eu havia encontrado um lugar para morar. Então me contou que conhecia uma senhora que planejava se ausentar da cidade por algum tempo e precisava de alguém para tomar conta da casa. Entrei em contato com essa senhora e pudemos, meu filho e eu, nos mudar imediatamente para ali. No devido tempo, conseguimos arranjar um apartamento para morar.
Não voltei novamente ao escritório do praticista naquele dia, mas claro que eu lhe telefonei para dar as boas notícias! Como ficamos, meu filho e eu, gratos por aquela resposta às nossas orações, o que na ocasião satisfez a todas as nossas necessidades! E como fomos abençoados por todas aquelas pessoas que tocaram nossa vida e tão amorosamente nos ajudaram. O cargo na escola me proporcionou um rendimento estável durante dois anos, até eu ir para um emprego que me permitia utilizar tanto as capacidades de liderança que eu havia adquirido no exército, como também no treinamento de professora que eu havia recebido.
Isso aconteceu há muitos anos. Agora estou aposentada, com um rendimento seguro, e sou proprietária da minha casa. Sempre me lembrarei com carinho dessa experiência, pois provou que o Amor divino realmente satisfaz às nossas necessidades de forma prática.
Charlotte G. Kinney
Carlisle, Pennsylvania, EUA
