“Você chama isso de cura?!” Gritei para mim mesma, arremessando para longe a Bíblia e o livro-texto da Ciência Cristã, em meu dormitório na universidade. Eu estivera lendo, no Livrete Trimestral da Ciência Cristã, a Lição Bíblica daquela semana, que consiste em trechos selecionados desses dois livros. Ao longo dos anos, essas Lições haviam ancorado as minhas orações para vencer um problema antigo ― a recorrente perda de consciência conhecida como “epilepsia petit mal”, ou ataques de ausência de consciência. No meio da Lição, eu sofri um apagão. Quando recobrei a consciência, olhei os livros que estavam no meu colo e me lembrei do que estivera fazendo. Em seguida, vencida pela frustração que beirava a fúria, arremessei os livros para longe.
Depois disso, o quarto me pareceu excessivamente calmo e espaçoso. Naquela vasta quietude, pensei na pergunta que eu havia lançado ao ar, junto com os livros. A reflexão profunda e o discernimento espiritual que se seguiram é uma das lembranças mais vivas em minha vida.
As crises de ausência de consciência começaram quando eu tinha oito anos. De repente, sem nenhum motivo, eu perdia a consciência durante uns 15 segundos, e ficava fixando o espaço com um olhar vazio. Não raro, esses episódios aconteciam várias vezes ao dia. No entanto, eu levava uma vida ativa, fazendo o que as crianças normalmente fazem. No verão, eu nadava, fazia caminhadas e andava de bicicleta. No inverno, eu patinava no gelo, esquiava e andava de trenó. Também desfrutava de muita liberdade e alegria. Como família, fazíamos muitas coisas juntos e meus pais estavam sempre atentos às minhas necessidades e à minha segurança. Nunca houve nenhum acidente relacionado às crises de ausência de consciência.
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