Alistei-me nas forças armadas dos Estados Unidos, no final da Guerra Fria. Naquela época, de modo geral, nosso país estava unido contra a ameaça externa de uma União Soviética munida de armas nucleares. Graças à união e à força, e com o forte apoio de nossos aliados, enfrentamos essa ameaça.
Hoje, a ameaça ao meu país parece ser de origem interna, partindo das divisões que temos visto já há algum tempo, em função do posicionamento político, econômico e racial. Isso faz com que muitos se perguntem se essas divisões não seriam profundas demais para serem superadas. Entretanto, ao longo dos anos, tenho visto divisões se dissolverem por meio da oração, por essa razão sei que a cura é possível.
Eu já concorri a um cargo no conselho municipal de minha cidade, por isso levo a sério o dever moral de apoiar as autoridades eleitas e de orar a fim de que aqueles que estão no governo ajam de acordo com o melhor objetivo do país, para promover a paz e a união. O apóstolo Paulo escreveu: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador” (1 Timóteo 2:1–3).
A oração, conforme aprendi na Ciência Cristã, atinge a raiz da desunião, porque identifica e derruba os conceitos do pensamento humano que tornariam uma organização, ou uma nação, vulnerável ao conflito. Um dos conceitos a serem corrigidos é a crença de que cada um de nós tem uma mente própria, separada de Deus, e essa crença em muitas mentes traz consigo opiniões e pontos de vista conflitantes. A Ciência Cristã revela que o oposto é verdadeiro. Deus é a única Mente, e cada um de nós reflete essa Mente divina em unidade espiritual.
A oração que eleva o pensamento até essa compreensão começa a dissipar a crença em muitas mentes conflitantes. Essa oração também traz à luz um conceito mais espiritual sobre o governo como sendo a ação orientadora da Mente única sobre todos os filhos de Deus. Além disso, a oração remove o medo de que, se o indivíduo “errado” assumir o cargo, sua política ou suas ações vão nos prejudicar. Em realidade, cada um de nós é governado diretamente pela Mente inteligente, harmoniosa, a fonte de todo pensamento verdadeiro. Podemos aplicar essa verdade em nosso dia a dia, compreendendo que ninguém pode ser impelido a pensar ou a agir em separado dessa Mente divina. Minha experiência tem sido a de que, à medida que nos convencemos desse fato, vemos mais evidências de união em nossa vida e no mundo ao nosso redor.
Por exemplo, há vários anos, eu fazia parte do conselho de uma organização que amo profundamente. Na época, havia ali um chefe que, na opinião de muitos, estava prejudicando a organização devido à sua má gestão. Os membros da organização estavam divididos entre aqueles que estavam a favor e aqueles que estavam contra esse chefe. Eu conhecia as pessoas que estavam apoiando firmemente cada um dos campos e, relembrar aquela situação, me remete muito ao que está acontecendo em meu país, hoje.
Na época, orei especificamente para saber que era Deus que estava governando e não uma pessoa. Mentalmente, recusei-me a ceder ao medo de que uma expressão individual de Deus, como cada um de nós é, pudesse prejudicar de alguma forma o bem que essa organização representava. Com isso, vislumbrei o fato de que a organização não poderia falhar, se Deus realmente a governasse — e Deus está sempre governando Sua criação. Isso me proporcionou a paz de espírito de que precisava; com o tempo, testemunhei a cura daquela divergência, o amor fraternal e a união foram restaurados.
Nas semanas que antecederam a eleição presidencial, em meu país, eu vinha pensando ao longo dessa linha, e ponderando a respeito de um dos pilares da plataforma da Ciência Cristã, detalhados em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy. Quando me candidatei a um cargo eletivo, eu tinha uma plataforma — uma lista de prioridades legislativas que prometi seguir se fosse eleito. Eu estava firme nessa plataforma. Ocorreu-me que os pontos principais em Ciência e Saúde constituem uma plataforma espiritual sobre a qual eu poderia “permanecer firme” em minhas orações, e que todos esses pontos são uma influência unificadora. Por exemplo, o nono ponto dessa plataforma declara, em parte: “O Cristo é incorpóreo, espiritual — sim, é a imagem e semelhança divina, que dissipa as ilusões dos sentidos; é o Caminho, a Verdade e a Vida, que cura os doentes e expulsa os demônios, que destrói o pecado, a doença e a morte” (p. 332).
Foi o Cristo, a ideia espiritual de Deus, que capacitou Jesus a curar a doença e o pecado da desarmonia e da dissensão. Eu sei que hoje, como outrora, o Cristo, a Verdade, está operando em cada consciência humana, dissipando a ilusão de que organizações ou nações possam ser divididas em campos opostos e irreconciliáveis, e está revelando nosso relacionamento harmonioso com Deus — consequentemente, nosso relacionamento harmonioso uns com os outros. Como filhos de um Deus único, estamos todos em um mesmo campo, sujeitos somente ao bem divino, o que inclui um governo justo. Sempre me ajuda muito lembrar-me disso, quando oro a respeito de um trabalho ou de um órgão político ou de uma igreja.
A Sra. Eddy orou muito em prol da união na Igreja que ela fundou (a Igreja de Cristo, Cientista). Certa vez escreveu para as filiais em Chicago: “Uma grandiosa sanidade, algo poderoso enterrado nas profundezas daquilo que não se vê, efetuou uma ressurreição entre vós e levantou-se em amor vibrante. O que é esse algo, essa chama de fênix, essa coluna durante o dia, que cintila, guia e protege o vosso caminho? É a união, o vínculo da perfeição, a expansão mil vezes maior que irá cingir o mundo — a união, que desdobra o nosso pensamento mais íntimo, levando-o ao que é mais grandioso e melhor, à soma total de toda a realidade e todo o bem.” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 164).
Se permitirmos que o amor vivo de Deus nos anime, esse amor nos ajudará a resistir às tentativas de nos dividir por partido político, raça, classe social, gênero ou por qualquer outra medida material. A união do Amor, “o vínculo da perfeição”, dá essa garantia a todos.
