Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer
Original para a Internet

EDITORIAL

“Ser grato é riqueza”

Da edição de novembro de 2022 dO Arauto da Ciência Cristã


Certamente eu era a pessoa menos abastada do local, naquele Dia de Ação de Graças. Os frequentadores daquela igreja, no bairro de classe média alta que eu estava visitando, davam graças por coisas que eu, com 20 e poucos anos, simplesmente não possuía: casa própria, casamento, carreira. No entanto, eu também estava repleto de gratidão. Por meio da oração, eu havia confiado em Deus para suprir a necessidade de chegar de alguma maneira aos Estados Unidos, para ser padrinho no casamento de um amigo meu e, nos Estados Unidos, eu confiara em que Deus me revelaria como encontrar os meios de voltar ao Reino Unido. Todos os recursos foram conseguidos por meio de doações em dinheiro, vindas de fontes completamente inesperadas, de pessoas que nada sabiam das minhas necessidades específicas.

Assim, a carência acabou em motivos para eu ser grato: minha necessidade financeira imediata fora atendida; a cerimônia do casamento fora pura alegria; e eu havia sentido um profundo senso da realidade e da praticidade do cuidado de Deus.

Também compreendi que, como diz um hino, a própria gratidão é riqueza:

Ser grato é riqueza,
Pobreza é queixa alvar;
São provas as tristezas,
Mas bênçãos vêm nos dar.
A vida é luz e ouro
Que Deus tornou veraz;
Ser grato é tesouro,
Felicidade traz.
(Vivian Burnett, Hinário da Ciência Cristã, Hino 249, trad. © CSBD)

Adotar essa riqueza espiritual traz bênçãos que não têm preço. A gratidão destrói o medo e abre nosso coração para o Cristo— a mensagem de Deus sobre a realidade espiritual — que nos transmite soluções des. A lógica humana talvez diga que, para sermos gratos, temos de ter saúde mental ou física, recursos suficientes e felicidade. Mas muitas pessoas constataram que um coração incondicionalmente grato nos eleva à consciência do bem de Deus, e essa consciência traz à luz toda a saúde mental e física, recursos suficientes e a felicidade.

Essa gratidão incondicional já faz parte de nossa identidade espiritual, como criação de Deus. Adotar esse senso espiritual de nós mesmos não nos impede de apreciar as pessoas que amamos, o trabalho que fazemos, o país em que vivemos; ao contrário, esse senso nos liberta da crença de que nossa gratidão dependa de todas essas coisas. O motivo mais elevado e libertador para sermos gratos está disponível gratuitamente para todos e é um poderoso ponto de partida para a oração que cura. É a gratidão pelo próprio fato de que Deus é Deus — o Criador infinitamente poderoso e eternamente terno, que perdoa todas as nossas iniquidades e cura todas as nossas enfermidades (ver Salmos 103:3).

É impossível não se sentir grato, ao vislumbrar a realidade desse Criador todo-poderoso e todo abrangente. Mas nossa gratidão não se limita a agradecer pela natureza sanadora de Deus. Nossos agradecimentos mais profundos incluem apreciar o que significa ser o progênito espiritual de Deus, invariavelmente amado e cuidado pelo bem infinito, como a sua reflexão, o seu reflexo espiritual, sempre querido.

Aqui está um retrato do que esse reflexo inclui. Usando a palavra homem para significar a verdadeira natureza espiritual de todos, a Sra. Eddy, em Escritos Diversos 1883– 1896, diz: “O homem é o progênito e a ideia do Ser Supremo, cuja lei é perfeita e infinita. Em obediência a essa lei, o homem está para sempre desdobrando as beatitudes infindáveis do Ser; pois esse homem é a imagem e  semelhança da Vida, da Verdade e do Amor infinitos” (p. 82).

Essa identidade espiritual, divinamente abençoada, não é um ideal abstrato, quando comparado a qualquer posse ou status pessoal que tenhamos ou desejemos. Na verdade, as coisas materiais em nossa vida são menos substanciais do que parecem ser, porque sua base, a matéria, é por si mesma ilusória. Por isso, até mesmo o melhor que a matéria parece oferecer, sendo mortal, vem com a obsolescência embutida. Em contrapartida, o Espírito divino é imortal, imutável, e quando nós nos voltamos para o Espírito, Deus, recebemos ideias espirituais atemporais, que nos levam a expressões apropriadas do bem em nossa vida. Embora a maneira pela qual o bem necessário é expresso possa evoluir com o tempo, a ideia por trás do bem divinamente demonstrado é fixa e inabalável para sempre, de modo que o próprio bem está assegurado.

Riquezas duradouras, então, são as que têm origem no Espírito, especialmente a inestimável percepção espiritual da perfeição divina e sua expressão universal. Essa visão do Cristo a respeito do existir foi mais bem incorporada por Jesus, que não buscou a riqueza material nem a acumulou. Seus ensinamentos até deram destaque ao vazio e à vulnerabilidade embutidos no ato de priorizar a riqueza material. Ele falou a respeito de um homem cuja terra produziu colheitas abundantes e começou a fazer planos para construir celeiros maiores, a fim de armazená-las (ver Lucas 12:16–21). A Bíblia descreve esse homem dizendo para si mesmo, com satisfação, que tinha bens guardados para muitos anos, e que poderia então relaxar e simplesmente “comer, beber e regalar-se”. Mas esse era um senso distorcido de abundância e felicidade, atrelado à falsa premissa da existência mortal, que rapidamente o decepcionou. Ele morre antes de poder desfrutar dos frutos acumulados de seu trabalho. Ao expandir a lição para todos nós, a parábola conclui: “Assim é o que  entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus”.

O que significa ser “rico para com Deus” é exemplificado pela vida de serviços abnegados que Jesus prestou a Deus e à humanidade. Mas essa vida cristã, que prioriza o espiritual, não se traduz em uma vida espartana. Acalentar e comprovar a realidade do bem divino abençoa sensivelmente aquele que segue esse ensinamento. E cada demonstração desse bem mais profundo amplifica seu valor, muito além do benefício proporcionado a uma pessoa, porque o bem trazido à luz por meio da compreensão espiritual, em um determinado caso, está pondo a descoberto o que verdadeiramente existe para todos, em todas as ocasiões e em todos os casos. Com base na realidade universal de cada pequeno bem demonstrado, Jesus curou incontáveis casos de doença, alimentou milhares de pessoas, quando praticamente nenhum alimento estava disponível, e até mesmo restaurou a vida a alguns que haviam falecido.

Em vários casos, a Bíblia conta que Jesus deu graças a Deus antes que esses feitos notáveis acontecessem. Ele tinha a consciência incessantemente grata a respeito da natureza eterna do abundante dom que Deus proporciona a todos nós sob a forma de harmonia, saúde e vida espiritual.

Esse estado de consciência foi fundamental para o permanente legado de bênçãos que Jesus deixou à humanidade e que serve de modelo para o amor altruísta e sanador que cada um de nós pode ter, o que invariavelmente inclui gratidão e alegria. Sempre que sentimos essa gratidão, sabemos que somos a pessoa mais rica do lugar… assim como todos os outros que também se encontram no lugar! Somos todos igualmente dotados da capacidade de descobrir a mesma gratidão centrada em Deus, originada por Deus e que glorifica a Deus.

Tony Lobl
Redator-Adjunto

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / novembro de 2022

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.