Por aproximadamente dois anos, antes de eu começar a estudar a Ciência Crista, era frequente ter fortes sintomas de gripe e febre, os quais me deixavam prostrada por vários dias. Certa ocasião, os sintomas foram tão fortes que fui parar no pronto-socorro, porque não sabia mais o que fazer. Muitas vezes eu não conseguia trabalhar nem cumprir meus compromissos.
Depois de haver começado a estudar a Ciência Cristã, essas crises tornaram-se menos frequentes, mas não haviam parado por completo. Em meio a uma dessas crises, um membro da igreja de Cristo, Cientista, que eu frequentava, telefonou-me perguntando se eu poderia me encontrar com ela na igreja, à noite. Éramos encarregadas de monitorar o movimento noturno na área externa da igreja. Quando lhe disse que não estava me sentindo bem e que acabara de vomitar sobre meu edredom, com carinho e alegria ela disse que viria buscar-me e levaria o edredom para lavar e secar em sua casa, que ficava próxima da minha. Sugeriu que poderíamos apenas conversar ou eu poderia descansar, enquanto esperávamos que o edredom ficasse pronto. Fiquei muito grata!
Conversamos em sua sala de visitas, enquanto o edredom estava na lavadora. Não lhe pedi tratamento pela Ciência Cristã e ela tampouco ofereceu, mas conversamos como amigas, membros da igreja, sobre assuntos de interesse geral, alguns um tanto controversos. Por exemplo, descobrimos que, recentemente, havíamos ouvido o mesmo áudio que abordava a questão das operações policiais, e fiquei surpresa com a forma como ela falou sobre o assunto. Parecia ponderar sobre cada ponto com uma consideração e interesse genuínos, na certeza de que há uma resposta específica para cada necessidade e cada problema. Com satisfação dei-me conta de que nossa conversa não fazia oposição a ninguém, nem mesmo a um membro da igreja cujas opiniões eu temia serem contrárias, e até ofensivas, ao senso de justiça dessa amiga.
Muitas vezes eu me sentira dividida e confusa por admirar e respeitar pessoas com pontos de vista diferentes dos meus. Também tinha conflitos íntimos a respeito de minhas próprias ideias e crenças, às vezes contraditórias. No entanto, ao conversar com essa mulher, naquela noite, o sentimento de constante conflito evaporou-se à luz de uma visão mais elevada e espiritual. Eu poderia cantar com o Salmista: “Em meio à tribulação, invoquei o Senhor, e o Senhor me ouviu e me deu folga” (Salmos 118:5).
Depois, fomos até a igreja para inspecionar a propriedade e ficamos conversando do lado de fora por um bom tempo. Dei-me conta de que não mais estava me sentindo mal, apesar do frio. Até aquele momento, eu pensara que a febre iria seguir sua trajetória nos dias seguintes, mas ela simplesmente sumiu. Reconheço que fui curada pelo iluminado senso de equanimidade, união, afeto e esperança que me tocara, ao falar com esse membro da igreja.
O autor da Epístola aos Efésios escreve: “…no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Efésios 4:22–24).
Até então eu costumava ter um “diálogo” interior que considerava os filhos e filhas de Deus como desiguais. Ele foi descartado naquela noite pela revelação que tive graças à inspirada conversa com minha gentil e amável amiga da igreja; também desapareceram a febre, o medo e a tendência a adoecer.
Essa cura ocorreu há alguns anos e sou grata pela liberdade física que dela resultou. No entanto, mais valiosa para mim foi a clareza e a confirmação que essa cura me proporcionou sobre a verdade a respeito da atmosfera espiritual em nosso relacionamento com outras pessoas, como manifestações do único Princípio — Deus, o bem — que nunca está em desacordo consigo mesmo.
Meghan Dunn
Toluca Lake, Califórnia, EUA
