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Original para a Internet

A confiança total em Deus rompe os obstáculos

Da edição de março de 2022 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 6 de dezembro de 2021.


 Ao longo de grande parte da minha vida adulta, parecia que eu estava constantemente enfrentando o estresse da falta de recursos financeiros. Tive de criar minha família a maior parte do tempo sozinha, lutando com o que não passava de tentativas fúteis de me autossustentar. Apesar de muitas vezes eu trabalhar em mais de um lugar, não conseguia preencher as lacunas nos rendimentos, devido às múltiplas instabilidades nos empregos, demissões por redução de pessoal ou por falência de empresas. Apesar de minhas aptidões, talentos e bom nível de instrução, eu não conseguia estabelecer uma carreira bem fundamentada.

A certa altura, comecei a estudar a Ciência Cristã e trabalhei muitos anos com vários praticistas. Aparentemente eu estava aprendendo de maneira muito lenta que, de certo modo, o suprimento era em realidade espiritual — vindo de Deus — e que pode assumir, e, de fato  assume, formas tangíveis, graças às ideias vindas do Amor divino. Constatei esse fato, na vida prática, sob a forma de presentes úteis recebidos de amigos queridos, mas continuei a enfrentar instabilidade financeira e contas esmagadoras.

Foi então que um praticista, para quem eu estava ligando pela primeira, vez me surpreendeu, dizendo: “Se você tivesse um milhão de dólares no banco, o que faria?” Respondi: “Não sei”. Ele replicou imediatamente: “Bem, você iria reivindicá-los!” Presumi que ele estivesse se referindo ao abundante suprimento espiritual de Deus, sempre presente, e ao nosso direito inato de reivindicá-lo individualmente, como filhos de Deus, o que eu sentia que ainda não estava conseguindo fazer.

A razão pela qual a metáfora, ou observação intuitiva do praticista, me apanhou de surpresa, foi porque, em realidade, havia um legado na família — embora não de um milhão de dólares — que existia havia mais de 25 anos, desde o falecimento de meu pai. Certa vez eu havia tentado “reivindicar” assistência financeira para pagar uma conta e havia recebido uma quantia, com um recado de que esse montante seria concedido uma única vez. Disseram-me claramente para não voltar a pedir nenhum valor. Embora a redação desse legado declarasse claramente em linguagem jurídica comum que era para confortar, sustentar e apoiar os membros da família — principalmente as mães — parecia que os termos desse documento não estavam realmente sendo cumpridos. Devido à distância geográfica e à falta de dinheiro, eu não consegui reivindicá-lo legalmente.

Continuei a orar sobre o problema de vez em quando, com esse praticista, embora nunca mencionando a existência desse legado para a família. Pensar nisso só trazia à superfície que o dinheiro não estava disponível para mim, e uma longa história de desespero, vergonha, dor, mágoa e falta de comunicação saudável e construtiva dos parentes entre si. Para mim, era como se esse legado basicamente não existisse.

 Apesar disso, consegui sobreviver. Às vezes, algum amigo me ajudava no último minuto, quando eu precisava de dinheiro, dando-me, por exemplo, um cheque-presente, ou trazendo-me algum alimento. Essas expressões de amor eram uma confirmação do suprimento de Deus. Mas, mesmo assim, eu continuava me sentindo vítima da falta de dinheiro, em vez de vivenciar e expressar independência financeira.

Finalmente, cheguei a um ponto em que minha dívida no cartão de crédito só aumentava, pois eu o usava para as necessidades básicas. Eu não tinha nenhuma poupança, nem emprego, e a aposentadoria que eu recebia da Segurança Social era insuficiente. Eu não recebia nenhuma ajuda dos membros da família. Já não aguentava continuar tentando subir naquilo que me parecia uma escada rolante que só funcionava para baixo. 

Foi nesse ponto que ocorreu um momento decisivo — entreguei-me completamente à confiança plena em Deus. Talvez esse momento tenha sido um pouco como aquele em que Moisés pega a serpente pela cauda, a qual, em vez de mordê-lo, se transforma em um bordão para Moisés se apoiar (ver Êxodo 4:2–4). Ou como o homem à beira do tanque de Betesda que, quando Jesus ordenou que ele pegasse seu leito de vitimização, foi curado, e andou (ver João 5:1–9). O temor aos cenários materiais ameaçadores — no meu caso, medo de declarar falência, de ficar sem teto ou de morar no meu carro — perdeu força em meu pensamento e foi substituído por um ímpeto de paz e de confiança total em Deus. Não senti que eu havia derrotado o problema, mas tive uma forte e sólida sensação de liberdade, sabendo que eu ficaria bem, independentemente das circunstâncias. Para mim, o que se seguiu pareceu um milagre, que, como afirma Mary Baker Eddy em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, é algo “divinamente natural, mas que tem de ser aprendido humanamente” (p. 591).

Até hoje realmente não tenho uma explicação para o que aconteceu. Contudo, depois de mais de 35 anos, o legado foi transferido para outro banco pelo administrador. Após essa mudança de bancos, com naturalidade falei, em uma conversa com um parente, sobre a possibilidade de declarar falência, porque tinha ficado impossível eu pagar todas as minhas contas mensais e minha dívida no cartão.

Para minha surpresa, esse parente falou com meu irmão, que então lutou com todo empenho para que o administrador desse legado viesse em meu auxílio. Com a ajuda deles e de outro parente, escrevi uma breve carta, solicitando assistência. Sem nenhum esforço da minha parte, a não ser o de manter a fé, seguir os conselhos dos meus parentes e não me meter no processo, recebi mais do que eu jamais havia imaginado.

Cerca de um mês depois, esse outro banco e o administrador leram e interpretaram o legado corretamente, pagaram todas as minhas dívidas e me outorgaram uma pequena pensão mensal. Nessa ocasião um querido amigo, que me ajudara de vez em quando, faleceu, e me deixou uma herança inesperada.

Já se passaram mais de dez anos e hoje acho difícil até mesmo me identificar como a pessoa que tanto batalhou durante aquela experiência. Mesmo assim, lutei por algum tempo com o tipo de solução que ocorreu. Quando recebi pela primeira vez o montante da pensão estabelecida pelo administrador do legado, achei que significava que eu era um fracasso, e tive vergonha, junto com gratidão e alívio. Ao longo dos anos, compreendi que estou recebendo essa ajuda financeira devido ao amor do meu Pai divino, Deus, expresso pelo senso mais elevado do amor de meu pai biológico, ao estabelecer esse legado. Da minha parte, a autocondenação, o constrangimento e a vergonha desapareceram. Sinto-me agora abençoada como filha de meu Pai eterno, e grata pelo cuidado demonstrado pelo meu pai humano.

 Também percebo que aqueles primeiros anos de luta me abençoaram, por libertar-me daquelas necessidades que são simplesmente pequenas vontades, e por apreciar uma vida simples e econômica. Diariamente, trabalho com gratidão para reivindicar e expressar melhor minha identidade espiritual e para receber minha herança como filha de Deus.

 Sou profundamente grata pelo amor e pela ajuda dos queridos membros da família que desempenharam um papel tão importante ao praticamente me abrirem a porta para essa bênção contínua. Essa experiência trouxe transformações na minha própria atitude para com eles, e na deles para comigo. Cada pessoa envolvida foi abençoada com um forte senso de que pode ajudar a fazer o que é certo e de se tornar mais amorosa e menos crítica, o que nos faz sentir mais unidos como família.

Também sou muito grata por ser estudante da Ciência Cristã e pelo trabalho dos sinceros praticistas, perspicazes e dedicados — principalmente aquele que foi tão claro ao reivindicar nossa confiança na abundância de Deus. O amor e as percepções dessas pessoas amorosas continuam a me abençoar até hoje.

Nome Omitido

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