No livro de Daniel, na Bíblia, três homens são submetidos a um teste de lealdade um tanto brutal: caso não se curvem às exigências do rei, serão jogados dentro de uma fornalha. Sem hesitar, eles explicam que já tomaram sua decisão, e que continuarão a adorar a Deus e não o ídolo que o rei havia estabelecido.
Eles então são jogados na fornalha, mas saem de lá ilesos. De acordo com a história: “Ajuntaram-se os sátrapas, os prefeitos, os governadores e conselheiros do rei e viram que o fogo não teve poder algum sobre os corpos destes homens; nem foram chamuscados os cabelos da sua cabeça, nem os seus mantos se mudaram, nem cheiro de fogo passara sobre eles” (Daniel 3:27).
Uma cura que tive há alguns anos tem correlação com essa história bíblica. Eu tinha a que havia sido diagnosticada como febre reumática, que me deixou paralisado por diversos meses. Com o apoio das orações amorosas de uma praticista da Ciência Cristã e da minha família, eu me recuperei completamente. E adquiri maior compreensão de que a minha existência é totalmente espiritual, não material. O prognóstico médico (eu estava em licença médica no trabalho, e precisava de um atestado médico) era que, se eu me recuperasse, teria crises de reumatismo pelo resto da vida. Isso não tem acontecido.
Meu pai, que era médico e que morava em outro país, havia ficado muito preocupado com o meu estado de saúde, no período em que eu estivera doente. Depois da minha cura, fui com a minha família visitar meus parentes, durante um período de férias. Acontece que o meu pai tinha marcado para mim diversos exames no hospital local, durante o período em que eu estaria lá.
Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy explica: “Se essa Ciência tiver sido aprendida a fundo e bem assimilada, podemos conhecer a verdade mais precisamente do que o astrônomo pode ler as estrelas ou calcular um eclipse. Essa leitura pela Mente é o oposto da clarividência mediúnica. Ela é a iluminação da compreensão espiritual, que demonstra a capacidade da Alma, não do senso material. Esse senso da Alma vem à mente humana quando esta cede à Mente divina” (p. 84–85). Esse parágrafo tem o título marginal de “Presciência científica”.
A praticista me incentivou a continuar reconhecendo que a cura havia sido completa, afirmando que as “chamas” não haviam me ferido, apenas me mostrado a necessidade de espiritualizar o meu pensamento. Em Ciência e Saúde, nós lemos: “As crenças materiais nunca se misturam com a compreensão espiritual” (p. 276). Oramos para entender, de maneira completa, que os filhos espirituais de Deus não podem ficar doentes e, por isso, não podem ter sequelas. Também oramos para ter a convicção de que esses exames não poderiam levantar nenhuma dúvida sobre a cura que eu havia tido.
Todos os resultados dos exames foram negativos — nenhum sinal de qualquer doença. Meu pai não conseguia acreditar no que havia acontecido.
Mais recentemente eu fiz a conexão da minha experiência com a história bíblica que lemos no livro de Daniel. Imaginemos que, após a experiência na fornalha, os três homens fossem para uma outra cidade. Talvez algumas pessoas não acreditassem que eles haviam estado dentro da fornalha acesa, porque fisicamente não havia qualquer sinal disso. Mas, esse fato não diminuiria a confiança daqueles homens em Deus. No meu caso, eu e aqueles que haviam testemunhado a minha cura sabíamos que eu havia sido curado, e nada, nem mesmo o ceticismo dos outros, poderia eliminar o crescimento espiritual que eu havia tido.
Agora compreendo melhor a importância de declararmos com segurança nossas curas. O nosso verdadeiro estado de saúde é espiritual e, por meio da oração, podemos demonstrar melhor em nossa vida que somos totalmente espirituais. Sou profundamente grato à Sra. Eddy pela Ciência Cristã, que ela descobriu, e pela Igreja que ela fundou, reestabelecendo a cura cristã. Que privilégio é poder dar prosseguimento a essa obra!
Philippe Beauvais
Riedisheim, França
Original em francês
