Quando viemos de Fortaleza, e meu pai foi trabalhar em um de seus primeiros empregos no Rio de Janeiro, ele encontrou um exemplar da revista O Arauto da Ciência Cristã escondido no fundo de uma gaveta, em sua mesa de trabalho. A partir daí, ele começou a estudar a Ciência Cristã e a nos levar todos os domingos a uma Igreja de Cristo, Cientista, no centro da cidade.
Eu tinha nove anos quando participei de minha primeira aula na Escola Dominical. Hoje, ao relembrar essa experiência, penso no maravilhoso achado de meu pai por encontrar aquele Arauto. Embora a igreja da Ciência Cristã ficasse muito distante do bairro onde morávamos — tínhamos de pegar um ônibus, um trem, e depois caminhar por cerca de trinta minutos — lembro-me de pensar que os momentos que passávamos juntos durante nossas viagens eram muito bons. No caminho de volta da igreja, conversávamos sobre o que havíamos aprendido na Escola Dominical, e meu pai compartilhava algumas ideias da Lição Bíblica semanal do Livrete Trimestral da Ciência Cristã.
Atualmente, sou membro de Primeira Igreja de Cristo, Cientista, Rio de Janeiro, localizada no bairro do Maracanã, e participo de suas atividades. Depois de fazer o Curso Primário da Ciência Cristã em 2011, comecei o treinamento em enfermagem da Ciência Cristã, em 2013. Posso dizer que, para mim, essa tem sido uma jornada maravilhosa. Em Retrospecção e Introspecção, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, escreve: “O despertar, que nos eleva acima do senso errôneo de que haja vida, substância e mente na matéria, ainda é imperfeito; mas pelas lúcidas e duradouras lições do Amor, que conduzem a esse resultado, eu agradeço a Deus” (p. 21). Eu também agradeço a Deus por ter me conduzido a esse caminho, e pelas lições do Amor divino.
Quando começaram a surgir notícias sobre a pandemia, eu trabalhava como agente administrativa em um grande hospital federal, no Rio de Janeiro. Devido à sua localização, esse hospital atende moradores de muitas favelas, e se tornou referência para o tratamento da Covid-19. Eu trabalhava na área administrativa, cuidando da documentação burocrática, e não havia recebido máscara, protetor facial nem luvas, os quais eram escassos e reservados para os profissionais da área médica que cuidavam dos pacientes.
Eu estava amedrontada com aquela situação, então, certo dia, abri o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, no qual a Sra. Eddy escreve: “As provações ensinam os mortais a não se apoiarem em um cajado material, em uma cana quebrada que traspassa o coração” (p. 66). Em vez de confiar em algo que poderia ser considerado “uma cana quebrada”, compreendi que eu podia confiar em Deus, e senti o medo diminuir. Entretanto, quando estava próximo o final de meu turno de 24 horas, ajudando muitos pacientes de Covid com os registros, comecei a apresentar febre. A febre foi tão alta que fiquei inconsciente.
Quando acordei, percebi que estava na UTI. A equipe médica do hospital havia me colocado em isolamento total. Eu não tinha comigo meu livro Ciência e Saúde nem minha Bíblia — apenas meu celular. Diante dos sintomas preocupantes e do medo nos olhos dos colegas — todos eles vestidos com batas e usando máscaras e protetores faciais — eu não conseguia acalmar meus pensamentos. E não conseguia orar. Eu começava uma oração, mas não conseguia terminá-la. Sentia-me aprisionada e incapaz de me elevar acima do medo. Foi então que me lembrei de uma passagem de Ciência e Saúde, em que a Sra. Eddy diz: “No sagrado santuário da Verdade há vozes de significado solene…” (p. 232).
Logo em seguida, lembrei-me do percurso até a Escola Dominical, durante minha infância, e da “declaração científica sobre o existir” da página 468 de Ciência e Saúde, a qual sempre encerrava as atividades na Escola Dominical. Todavia, como eu só conseguia me lembrar da primeira linha dessa declaração, e não conseguia ir além, eu continuava voltando para a mesma frase: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria”. Então, comecei a declarar cada palavra bem lentamente e me agarrei a essas verdades espirituais. Compreendi que havia feito uma escolha com muita firmeza: a de manter meu pensamento em Deus, o Amor, e reconhecer a verdade sobre mim mesma, ou seja, de que eu sou a amada ideia de Deus.
Enquanto eu estava cercada por enfermeiros que temiam me atender, com receio de serem contaminados, senti-me inspirada a refletir sobre o tipo de cuidado que um enfermeiro da Ciência Cristã oferece. Eu sabia que um enfermeiro da Ciência Cristã sempre mantém o pensamento elevado, voltado para a Verdade, voltado para o Cristo, para poder realizar o trabalho necessário e adequado no quarto do doente. Sabia que eu também desejava ser elevada pela Verdade. Então, liguei imediatamente para uma enfermeira da Ciência Cristã. Conversamos rapidamente sobre o Amor e o cuidado divino e sobre a providência pontual de Deus. Quando a enfermeira da Ciência Cristã me falou sobre o cuidado amoroso de Deus por todos nós, isso acalmou meu medo.
Eu tinha sido conectada a um equipamento que me ajudava a respirar, logo no primeiro dia em que fui levada para a UTI. Após minha conversa com a enfermeira da Ciência Cristã, minha respiração e os níveis de oxigênio se normalizaram e a febre baixou. Devido a essa rápida recuperação, o hospital me deu alta e me liberou no terceiro dia.
Eu creio que essa reviravolta em meu estado de saúde não teria acontecido, se eu não tivesse me comunicado com a enfermeira da Ciência Cristã. Durante nossa conversa, eu me conscientizei do terno cuidado que Deus tem por mim. Embora tenha recebido alta do hospital e voltado para casa com uma lista de medicamentos a serem tomados, e apesar de os resultados dos exames que recebi, quando estava em casa, confirmarem que eu havia contraído a Covid, optei por confiar totalmente na Ciência Cristã para obter ajuda. Não tomei a medicação prescrita. Fiquei grata por ter escolhido continuar com o tratamento da Ciência Cristã, o que elevou meu pensamento e fez toda a diferença. Graças a isso, todos os sintomas da Covid que eu ainda apresentava desapareceram no dia seguinte.
Devido às leis trabalhistas, fiquei afastada de minhas atividades no hospital por 14 dias, mas isso me deu a oportunidade de participar remotamente das reuniões de estudo conjunto da Lição Bíblica semanal, promovidas pela Associação Brasileira de Cientistas Cristãos Arco-Íris, e dos cultos dominicais de Primeira Igreja de Cristo, Cientista, Rio de Janeiro — todos realizados on-line. Essas atividades me ajudaram a me sentir novamente em casa, na consciência do Senhor, em harmonia e segurança, lugar esse de onde eu nunca havia saído.
Durante todo esse tempo, senti-me guiada por Deus, conforme descreve esta passagem do livro do Êxodo: “O Senhor ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite” (13:21). Em Ciência e Saúde lemos que: “Moisés fez progredir uma nação até a adoração de Deus em Espírito, em vez de na matéria, e mostrou as grandiosas capacidades humanas do existir, outorgadas pela Mente imortal” (p. 200). A cada dia eu sentia essa luz e esse progresso. Já estava curada da Covid e sentia que Deus estava indo adiante de mim, guiando-me na travessia do deserto do medo da pandemia. Depois das duas semanas afastada do trabalho, fiz novamente o teste para Covid, e o resultado foi negativo. Retomei minhas atividades sem problemas e sem efeitos colaterais.
Sou muito grata por ter sido conduzida à Ciência Cristã e sei que tudo o que aprendo nessa jornada — estudando e participando das atividades relacionadas a essa Ciência — me ajuda a progredir.
Minha jubilosa gratidão reconhece que o que eu aprendi nos últimos anos me tem sustentado em todas as situações, com harmonia e paz, as quais já estão estabelecidas e são mantidas por Deus.
Elizabeth Moreira Queiroz
Rio de Janeiro, Brasil
