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Original para a Internet

Praticar a Ciência Cristã frente à cultura da medicina

Da edição de janeiro de 2024 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 21 de agosto de 2023.


O que poderia nos impedir de sermos totalmente beneficiados por confiar em Deus para a cura? É quase o mesmo que perguntar por que nem sempre obtemos total benefício do brilho do sol. A partir de uma perspectiva meteorológica, a resposta pode ser bem simples: provavelmente há nuvens no céu. O sol está brilhando, mas quanto mais densas as nuvens, menos nos beneficiamos do calor e da luz do sol. No entanto, em um dia sem nuvens, podemos desfrutar de toda sua radiância.

Da mesma maneira, quando estamos lutando para sentir a proximidade do poder e da presença de Deus, podemos nos perguntar: “Que nuvens estão pairando sobre minha paisagem mental?” Por eu estar, há muitas décadas, na prática da cura pela Ciência Cristã, passei a perceber que muitas dessas “nuvens” se enquadram em uma classificação abrangente — o aparente predomínio da medicina material. Em outras palavras, o pensamento médico convencional tornou-se tão difundido que passou a se tornar parte da atmosfera mental coletiva; e talvez tenhamos sido involuntariamente influenciados por ela, mesmo enquanto continuamos a nos voltar para Deus em busca de cura. Existem várias maneiras específicas pelas quais essa influência pode estar interferindo em nosso trabalho de cura. 

O impulso de querer consertar

Quando conheci a Ciência Cristã, eu achava que a cura significava consertar alguma coisa. Em outras palavras, se havia um problema, a oração seria aplicada para reparar ou consertar o problema. Com base no modelo da medicina tradicional em que fui criada, parecia natural começar pelo problema para chegar a uma solução.

Contudo, a Ciência Cristã explica que a oração eficaz começa com Deus. É uma abordagem totalmente oposta à tradicional, mas era a base na qual Jesus curava, e ele nos mostrou o caminho; é o que ele ensinou e demonstrou. Vivenciamos a cura quando reconhecemos que a criação de Deus está sempre intacta. É espiritual, íntegra, inviolável, completa, portanto, não precisa ser consertada. Nosso trabalho é mudar o foco da evidência externa dos sentidos para o fato espiritual, e essa realidade pura e intocável fica então evidente.

Quando visto a partir dessa perspectiva, um desafio físico não é algo que precise ser consertado, mas sim uma oportunidade de ver o que é realmente verdadeiro. E essa visão fundamentada em Deus não inclui doença nem pecado.

Considerar o tempo como fator determinante

Outro conceito errôneo que eu tinha a respeito da cura, e que foi corrigido com a prática da Ciência Cristã, foi o de que o tempo é um requisito para restabelecer a saúde. O exemplo de Jesus também é de grande ajuda aqui. Por meio de sua prática de cura, ele mostrou que tudo o que é necessário para a plena restauração física é um claro reconhecimento da realidade, ou seja, daquilo que Deus conhece. Para Jesus, o tempo não era um fator determinante. Os Evangelhos estão repletos de exemplos de todos os tipos de doenças físicas — mesmo as de longa duração — sendo instantaneamente curadas, apenas por ele ter plena consciência do bem inabalável de Deus.

A crença sutil de que leva tempo para sermos curados pode ser um obstáculo para a cura instantânea. Portanto, em nossas orações, precisamos estar alertas a isso. Se pensamos que estamos tentando mudar um corpo físico, é possível que realmente leve algum tempo. Mas quanto tempo leva para mudar um conceito mental? Um nanossegundo? A cura pela Ciência Cristã envolve uma mudança de pensamento, deixar o senso limitado de realidade e do que é possível, para focarmos em Deus, o infinito Tudo.

Diagnóstico

Outro impedimento para a cura eficaz é a tentação de fazer um diagnóstico físico. Visto que isso é obrigatório para a prática médica tradicional, não surpreende o impulso tão prevalente de pesquisar os sintomas no Google, perguntar sobre eles a outras pessoas ou absorver as mensagens de anúncios correlatos. Um diagnóstico físico é considerado universalmente essencial na medicina tradicional, para poder definir o medicamento adequado; mas a partir da perspectiva da Ciência Cristã, ele pode em realidade obstruir o progresso na cura, porque um diagnóstico material parte da premissa de que somos organismos biológicos em uma rota ditada pelas alegações da mortalidade. A Ciência Cristã tem uma visão oposta, a de que somos totalmente espirituais, governados pelas leis divinas da saúde e da harmonia, as quais são absolutas e substituem qualquer outra alegação de que a matéria possa ditar leis.

Em minha própria jornada, foi útil encontrar esta observação perspicaz de Mary Baker Eddy, que tinha uma extensa experiência de cura. No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ela escreve: “…um diagnóstico físico da doença tende a produzir a doença” (p. 370). Ela deixa claro que em vez de ser um estado físico, a doença é pensamento e, portanto, assim deve ser tratada. Um diagnóstico material gera medo, levando à direção errada por dar uma justificativa ao obstáculo a ser superado.

O que precisamos para a cura é saber o que é espiritualmente verdadeiro, e não os detalhes do que está errado. Constato sempre que manter a fidelidade a Deus efetivamente traz a solução para qualquer problema, não importa se eu sei ou não como este é chamado pela medicina tradicional.

A “bala de prata”

Às vezes acho que existe a propensão a tentar encontrar a pessoa perfeita para nos ajudar na cura, ou o trecho perfeito que outra pessoa achou útil na Bíblia ou nos escritos da Sra. Eddy para remediar a situação. Isso não é muito diferente de procurar o medicamento ou forma de tratamento adequados para obter os resultados desejados.

Mas a cura pela Ciência Cristã envolve regeneração do pensamento, isto é, deixar de acreditar em uma base física de existência para reconhecer a realidade espiritual do existir. Isso pode acontecer de infinitas maneiras, quando abrimos nosso pensamento para Deus e Suas ideias espirituais elevadas.

Libertar-nos de todos os conceitos errôneos mencionados acima nos capacita a ter uma cura mais rápida e definitiva — mesmo em situações aterradoras. Aqui está o relato de um amigo que estava viajando em uma parte remota da Ásia:

“Perdi os movimentos do braço e da mão esquerda repentinamente. Fiquei em total angústia. À medida que orava, lembrei-me de que estamos ‘no reino’ — uma referência ao ensinamento de Jesus de que ‘está próximo o reino dos céus’ (Mateus 4:17) — e nada de ruim pode nele entrar. Portanto, mantive o foco apenas nessa ideia, porque era a única coisa que conseguia fazer.

“Raciocinei que eu estivera fazendo um trabalho que representava certas qualidades de Deus, o bem. Mantive-me firme nessa ideia. Não podia haver um obstáculo para esse trabalho, nem mesmo a perda dos movimentos do braço e as fortes dores. Em certo sentido, isso significava ‘estar no reino’ — estar consciente de Deus, o bem — intocado.

“Isso fez todo o sentido para mim. Curiosamente, a dor desapareceu, porque sua realidade não parecia lógica ou possível nesse contexto ampliado. Mas estar livre da dor, além de recuperar os movimentos do braço e da mão, não era o objetivo final, já que ‘não ter algo negativo’ não pode ser considerado um autêntico ponto positivo. O que ajudou especialmente foi essa compreensão do reino.”

Como mostra o exemplo de meu amigo, nenhuma abordagem médica foi necessária para que a cura ocorresse. Pelo contrário, o que lhe proporcionou a cura foi sua mudança no pensamento, passar daquilo que parecia estar errado e chegar à percepção do que já era real, do que estava presente e tinha poder, ou seja, o fato absoluto de que Deus, o bem, é tudo e ama Sua criação.

Mantermo-nos conscientes do bem é o caminho que nos liberta de qualquer “tempo nublado” que estejamos enfrentando e nos guia em direção ao brilho da Verdade, que nos mostra que já somos, e sempre seremos, completos.

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