Durante algum tempo, meu marido e eu moramos em uma cidade cercada por belos vulcões, onde as águas das tempestades tropicais, que desciam por suas encostas, costumavam ocasionar inundações repentinas e traiçoeiras.
Certa noite, quando estávamos de carro na estrada, durante uma dessas tempestades, percebemos que outros motoristas estavam saindo da pista e parando no acostamento. Comentamos o fato, mas não seguimos esse sábio exemplo. Quando os dois carros à nossa frente pararam no meio da pista, meu marido ficou impaciente e os ultrapassou – entrando, sem querer, direto em uma área inundada. Percorremos alguns poucos metros, e o motor morreu. Enquanto estávamos lá, parados, fiquei irritada com ele, por ter sido sua a decisão de ignorar o fato de que outros motoristas estavam parando no acostamento. Minha raiva, porém, rapidamente se transformou em medo, pois percebemos que o carro estava sendo levantado pelas águas e começava a flutuar.
Devido à tempestade, não havia energia elétrica naquela região, e estava bastante escuro. Não tínhamos certeza de nossa localização, mas sabíamos que a estrada, já encoberta pelas águas turbulentas, passava por um desfiladeiro, e nesse trecho não havia grades de proteção. Também sabíamos que aquela parte da cidade era considerada perigosa, devido ao alto índice de crimes violentos.
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