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Original para a Internet

RELATOS DE CURA

Fomos salvos durante uma inundação repentina

Da edição de janeiro de 2024 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 16 de outubro de 2023.


Durante algum tempo, meu marido e eu moramos em uma cidade cercada por belos vulcões, onde as águas das tempestades tropicais, que desciam por suas encostas, costumavam ocasionar inundações repentinas e traiçoeiras.

Certa noite, quando estávamos de carro na estrada, durante uma dessas tempestades, percebemos que outros motoristas estavam saindo da pista e parando no acostamento. Comentamos o fato, mas não seguimos esse sábio exemplo. Quando os dois carros à nossa frente pararam no meio da pista, meu marido ficou impaciente e os ultrapassou – entrando, sem querer, direto em uma área inundada. Percorremos alguns poucos metros, e o motor morreu. Enquanto estávamos lá, parados, fiquei irritada com ele, por ter sido sua a decisão de ignorar o fato de que outros motoristas estavam parando no acostamento. Minha raiva, porém, rapidamente se transformou em medo, pois percebemos que o carro estava sendo levantado pelas águas e começava a flutuar.

Devido à tempestade, não havia energia elétrica naquela região, e estava bastante escuro. Não tínhamos certeza de nossa localização, mas sabíamos que a estrada, já encoberta pelas águas turbulentas, passava por um desfiladeiro, e nesse trecho não havia grades de proteção. Também sabíamos que aquela parte da cidade era considerada perigosa, devido ao alto índice de crimes violentos.

Eu sabia que precisava conter o medo que ameaçava me inundar, então comecei a orar. O primeiro pensamento que me ocorreu foi que eu devia deixar de criticar a decisão de meu marido, a de tentar passar pela área inundada. O segundo foi que eu precisava parar de me criticar por não ter sugerido que fôssemos para o acostamento. Expulsar esses pensamentos me deixou livre para orar, sem me sentir sobrecarregada com a recriminação e a culpa.

Busquei a Deus para que Ele me ajudasse a compreender que estávamos a salvo, e que jamais poderíamos estar separados do cuidado e da proteção de Deus, o Amor divino, independentemente das circunstâncias que estivéssemos enfrentando. Sempre encontrei muito conforto nesta passagem do livro-texto da Ciência Cristã: “Quando a ilusão da doença ou do pecado te tentar, agarra-te firmemente a Deus e Sua ideia. Não permitas que coisa alguma, a não ser Sua semelhança, permaneça no teu pensamento. Não deixes que o medo ou a dúvida obscureçam tua clara compreensão e tua calma confiança de que o reconhecer a vida harmoniosa — como a Vida é, eternamente — pode destruir toda sensação dolorosa daquilo que a Vida não é ou toda crença naquilo que ela não é” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 495). Nesse caso, a ilusão do pecado, sob o disfarce do medo, era o que precisava ser refutado em oração.

 

Quando comecei a ficar mais calma, percebi que entrava água no carro, do lado em que eu estava. Quando a água chegou na altura de meus joelhos, gritei: “Deus, nós precisamos de ajuda, e precisamos dela agora!” — com a plena expectativa de que Ele atenderia à nossa necessidade.

Quase de imediato, surgiu do meio da escuridão um grupo numeroso de homens. Eles pareciam estar embriagados, rodearam nosso carro e nos observaram pelas janelas, segurando fósforos acesos para poderem nos ver melhor. Era uma cena assustadora e sinistra, que aumentou nossa ansiedade. Nossa primeira reação foi temer um assalto ou coisa pior.

Novamente, voltei-me a Deus em busca de orientação. Ficou claro que eu precisava reconhecer que aqueles homens não eram nossos inimigos, mas sim eram filhos de Deus, tanto quanto meu marido e eu. E eu sabia que era fundamental reconhecer que cada filho criado por Deus, ou seja, cada um daqueles homens, é amado por Deus, nosso Pai-Mãe, que mantém generosamente todos os Seus filhos. Estas palavras de um hino do Hinário da Ciência Cristã me trouxeram o discernimento necessário: 

Deus nunca fez imperfeição

Ao modelar o ser;

Ideia impura não formou,

Pois com amor criou.

(Mary Alice Dayton, Hino 51, trad. © CSBD)

Foi reconfortante perceber que, como existe somente a Mente divina, Deus, que governa a todos, ninguém pode jamais ser levado a ter ideias ou atitudes “impuras” — como, por exemplo, a crença na ausência do bem ou o desejo de tomar posse de algo que pertence a outra pessoa. Meu marido estava relutante em abrir a janela, temendo que isso nos deixasse mais vulneráveis. Ele me alertou para não resistir, se os homens exigissem dinheiro ou quisessem levar o carro. Por isso, ficamos aliviados e gratos quando, em vez disso, eles se ofereceram para nos empurrar até um local mais elevado, cobrando para isso um valor bastante razoável.

Ficamos nesse local mais elevado por cerca de uma hora, e isso nos proporcionou mais tempo para orar. Ao continuar afirmando que Deus estava no controle de nossa vida, vi que essa era uma oportunidade de orar pela segurança de todos na cidade. Quando as águas chegaram até esse local mais elevado, o grupo voltou e se ofereceu para nos empurrar até um posto de gasolina, que ficava diversos quarteirões adiante, onde poderíamos telefonar, para que alguém viesse nos ajudar a fazer o carro funcionar novamente. Mais uma vez, o preço foi razoável, e ninguém do grupo mostrou um comportamento ameaçador ou indelicado.

Sou muito grata pela proteção e pelo cuidado de Deus naquela noite. A maior lição que tirei dessa experiência, porém, foi que, ao orarmos para ver a verdadeira identidade espiritual daqueles homens, a de filhos amados e amorosos de Deus, encontramos apenas disposição de ajudar e boa vontade. Embora esse fato tenha acontecido há algum tempo já, ele ainda me faz lembrar de interagir com as pessoas a partir da compreensão de que todos somos criados por Deus, o Amor divino.

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