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Original para a Internet

Escutar de todo o nosso coração

Da edição de março de 2024 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 8 de janeiro de 2024.


Eu costumava ler algo para meus dois filhos pequenos, antes de dormir, e eles ficavam tão absortos nas histórias, que não me deixavam parar, até que por fim eu tinha de colocar um ponto final, para que todos pudéssemos ir para a cama. Quando as crianças estão realmente interessadas em uma história, elas escutam de todo o coração. O pensamento delas fica completamente focado no que estão ouvindo. Uma receptividade assim dedicada, à semelhança daquela das crianças, é crucial na oração. 

Conforme relatado na Bíblia, os discípulos de Cristo Jesus certa vez lhe perguntaram: “…Quem é, porventura, o maior no reino dos céus?” O relato prossegue: “E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles. E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” (Mateus 18:1–4).

Para mim, isso significa que Jesus estava pedindo a seus seguidores que humildemente deixassem de lado o modo de pensar baseado na matéria, e que se abrissem para o que ele estava a ensinar-lhes acerca da vida espiritual. E hoje em dia, uma atitude de escuta semelhante à das crianças nos permite ser receptivos ao Cristo, o qual Mary Baker Eddy define, em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, como sendo “a ideia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana” (p. 332). Percebo que alcançar essa receptividade similar à das crianças, na qual eu tomo consciência da “mensagem divina de Deus” e sou receptivo a ela, depende do modo como eu oro.

Recentemente, li um lindo exemplo dessa atitude de escuta, dessa receptividade que é semelhante à das crianças. No artigo, a autora relata que machucou o tornozelo e pediu à filha pequena que orasse por ela. Essa mãe logo ficou curada. Então perguntou à filhinha o que ela havia pensado ao orar. A pequenina respondeu: “Mamãe, quando eu oro eu não penso, eu ouço” (Kate Mullane Robertson, “Orar é ouvir”, Arauto-Online, 25 de julho de 2022).

Para mim, o referido artigo ilustra a forma como posso orar, colocando em prática a receptividade semelhante à da criança — não dizendo a Deus o que necessito, mas sim, prestando atenção à inspiração que Ele envia.

Lemos no livro Ciência e Saúde: “Para orar corretamente, temos de entrar no quarto e fechar a porta. Temos de cerrar os lábios e silenciar os sentidos materiais. No silencioso santuário dos desejos fervorosos, temos de negar o pecado e declarar a totalidade de Deus” (p. 15). Tem sido minha experiência ao orar, que, conforme me empenho em “entrar no quarto e fechar a porta”, isto é, interromper planos pessoais e meros raciocínios humanos, para sinceramente escutar com a inocência e receptividade de uma criança — eu consigo discernir as mensagens angelicais de Deus (intuições espirituais).

Por exemplo: quando estava chegando a época de eu me aposentar, decidi permanecer no emprego até completar a idade normal de aposentadoria na minha profissão. Esse plano parecia ser o certo, até que mudou a chefia na empresa. Generalizou-se um ambiente de trabalho desagradável e trabalhar lá já não era uma experiência gratificante.

Naquele período, em momento algum me ocorreu que eu já tinha direito a uma aposentadoria antecipada, e até tinha meios financeiros para poder me aposentar. Então o plano de me aposentar na idade “normal” parecia incluir alguns anos de inevitável sofrimento.

Finalmente, fiz o esforço consciente de expulsar os pensamentos de limitação, idade, dinheiro e, nesse espaço mentalmente tranquilo, com humildade semelhante à das crianças, fiquei apenas na escuta. Logo, a mensagem de Deus me veio, clara perceptível: “É óbvio que você pode se aposentar antecipadamente. Existe um meio para isso, e você pode seguir em frente e ser útil aos outros de maneiras que nunca imaginou”. Subitamente, senti como se um peso tivesse sido tirado de meus ombros. Fiquei muito aliviado. 

Constatei que, de fato, eu podia me aposentar antecipadamente e que, na verdade, era mais interessante financeiramente para minha família que eu deixasse o emprego naquele momento, em vez de cinco anos mais tarde, como havia planejado. E depois que me aposentei, um mundo inteiramente novo se abriu para mim. Passei a ter tempo para cantar em corais e viajar com a família e desfrutar de muitas outras experiências que não haviam sido possíveis com meu horário de trabalho e limitado tempo de férias.

O mais importante foi poder servir aos outros de maneiras que eu não imaginava. Por exemplo, tive a oportunidade de trabalhar em um acampamento para Cientistas Cristãos, por quatro anos durante o verão. No amigável ambiente do acampamento, testemunhei crescimento espiritual na vida de jovens de várias partes do mundo. Que bênção foi dar apoio e ser parte disso! Foi naquele momento em que parei de me preocupar e assumi a atitude de uma criança, devotando minha oração a escutar a orientação de Deus, que o caminho se abriu para essa nova experiência de serviço e crescimento na Ciência Cristã.

Quando me chegou aquela mensagem divina, no final de minha carreira profissional, não tive dúvidas de que estava sendo guiado para a decisão certa para mim. Ouvir a Deus nos permite sentir aquela convicção profunda que abre o caminho para um maior crescimento espiritual. Como diz Mary Baker Eddy: “Os efeitos da Ciência Cristã se fazem sentir, mais do que ver. É o ‘cicio tranquilo e suave’, a voz da Verdade a se manifestar. Ou estamos dando as costas a essa manifestação, ou lhe estamos dando atenção e nos elevando. A disposição de tornar-se como uma criança e de deixar o velho pelo novo faz com que o pensamento seja receptivo à ideia avançada. A satisfação de deixar os falsos pontos de referência e a alegria de vê-los desaparecer — essa disposição contribui para apressar a harmonia final” (pp. 323–324).

A receptividade semelhante à da criança, quando oramos, nos ajuda a ter “essa disposição” que conduz a resultados harmoniosos e à compreensão de que o reino de Deus está dentro de nós. Sou imensamente grato pela capacidade que cada um de nós tem, como reflexo de Deus, de escutar de todo o coração aquilo que Deus está nos dizendo; e sermos receptivos e abertos para todo o bem que Deus está continuamente nos propiciando.

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