Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer
Original para a Internet

Tomar a cruz diariamente é algo a ser almejado. Realmente!

Da edição de março de 2024 dO Arauto da Ciência Cristã


O propósito de tudo o que Cristo Jesus disse e realizou foi fazer com que as pessoas vissem e sentissem na própria vida a vitalidade do reino dos céus, a supremacia e a realidade de Deus, o bem. Talvez essa boa notícia do poder e da soberania do Espírito parecesse inicialmente algo muito distante e separado do dia a dia das pessoas, algo pelo qual se poderia ter esperança, apenas. Contudo, Jesus insistiu em afirmar que esse reino da harmonia estava dentro de cada um. Por meio de cada cura, cada evidência do poder espiritual, cada lição do Amor divino, Jesus estava mostrando a seus seguidores que vivenciar a própria identidade espiritual não era algo que dependia de condições materiais, mas dependia do pensamento, daquilo a que eles estavam dedicando o coração e a energia mental.

A promessa é que à medida que consciente e humildemente buscamos viver o espírito do Cristo, isto é, a verdadeira ideia espiritual do existir, passamos a ter cada vez mais autoridade e domínio sobre as limitações materiais.

Mas é preciso estarmos atentos! Uma perspectiva cristã e científica do ministério de Jesus deixa absolutamente claro que a orientação material e a esperança espiritual não podem coabitar harmoniosamente em nossa consciência. Não podemos estabelecer e organizar espaço para ambas, nem achar que podemos simplesmente acrescentar algumas melhorias espirituais a uma vida mortal, como se estivéssemos colocando a cobertura em um bolo. Em verdade, Jesus usa a mais nítida das imagens — a cruz, um meio de execução sumária — quando diz: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará” (Lucas 9:23, 24).

Jesus nos mostra que o Cristianismo não é uma religião que seguimos, mas uma vida que descobrimos e passamos a viver como verdadeiros filhos de Deus, o Espírito divino. Esse novo “homem e mulher” criado por Deus não pode existir junto com o velho senso mortal de vida, que percebia tudo através da matéria e acreditava que poderia haver vida separada de Deus. Esse velho senso de existência tem de desaparecer e devemos estar dispostos a ajudar em sua crucificação. É claro que nunca extinguimos aquilo que é real. O que Deus cria é imortal. Estaremos simplesmente eliminando a crença, por mais convincente que pareça, de que vivemos na matéria e estamos sujeitos às suas limitações.

Pode parecer que temos dois “eus” com que lidar. Há o já bem conhecido ego mortal com sua perspectiva e corpo materiais, o qual argumenta constantemente que somos apenas isso, e distribui prazer ou dor, alegria ou medo, dependendo das circunstâncias materiais em que nos encontremos. E existe a individualidade espiritual menos barulhenta, mas mais esperançosa, que ama, encontra sentido na vida, é criativa e conhece a mais profunda alegria. Essa identidade talvez seja menos visível para o mundo material, mas cada um a sente intuitiva e intimamente.

Pode parecer que estejamos presos a um senso material de existência, enquanto tentamos abrir mais espaço para nossa identidade espiritual, ou talvez estejamos tentando usar essa identidade espiritual de maneira a ajudar na melhoria de nosso ego material. Afinal, o argumento é que todos temos de nos alimentar e vestir, e enfrentar as exigências de cada dia, embora também nos digam que certamente ajuda se conseguirmos arranjar algum tempo para nós mesmos, para nos divertirmos, esquecermos os problemas, ou relaxarmos para melhor lidar com o estresse do mundo.

Um sinal importantíssimo de que não estamos lidando verdadeiramente com duas realidades separadas, ou dois “eus” diferentes, é o fato de que não importa a situação na qual nos encontremos, estamos sempre agindo a partir de nosso próprio pensamento — a mesma e única consciência que temos. Portanto, a questão nunca é: “Em que realidade estamos?”, mas sim: “Nossa consciência está sendo distraída pelo senso material de ego ou está focada na realidade e no poder do viver espiritual?”

A Ciência Cristã nos assegura que existe uma lei de Deus constantemente em operação, pela qual cada vez que tomamos a cruz e crucificamos em alguma medida o homem mortal, também vivenciamos aqui e agora algum novo aspecto de nossa vida em Cristo. Acaso não era exatamente isso que Paulo estava enfatizando, quando escreveu: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2:19, 20).

Falando em termos práticos, o que significa tomar a cruz diariamente? O que é que Jesus está nos pedindo na prática diária de nossa fé? Talvez uma resposta seja que precisamos fazer a coisa mais certa, com a maior confiança espiritual, muitas vezes no exato momento em que nos sentimos menos capazes de fazê-lo. Quando optamos por não permitir que o medo nos impeça de avançar, no momento em que somos tentados a ficar paralisados por ele, aí estamos tomando a cruz. Quando procuramos a cura e sentimos que fizemos todas as orações possíveis, mas ainda não vemos progresso, e mesmo assim trabalhamos para aprofundar nossa confiança no cuidado do Amor, em vez de nos deixarmos dominar pelo desânimo, aí estamos tomando a cruz. Quando enfrentamos o escárnio ou o ódio de alguém, e ainda assim nos esforçamos para amá-lo como a um irmão ou irmã, aí estamos tomando a cruz. Esses são os momentos em que o ego material, que se apoia em si mesmo e em seus próprios hábitos e inclinações, cede lugar a uma confiança mais profunda no Espírito e na manifestação daquilo que significa ser criatura de Deus. 

A Descobridora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, escreveu: “Lembrai- -vos de que a primeira e a última lição da Ciência Cristã é o amor, o perfeito amor, o amor que se aperfeiçoa por meio da cruz” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 138). E um dos trabalhadores de sua casa lembrou que ela dizia com frequência: “Quanto maior a dificuldade de orar, com mais força temos de orar” (Irving C. Tomlinson, Twelve Years with Mary Baker Eddy, Amplified Edition [Doze anos com Mary Baker Eddy, Edição Ampliada], p. 107).

O sentimento rebelde e angustiante, que argumenta que a oração mais profunda é difícil demais, ou que não somos dignos de sermos curados, tem sua origem estritamente no senso mortal de existência que pretende habitar em nossa vida, sem a intenção de ir embora. Mas essa é mais uma razão para estarmos determinados a enfrentá-lo, destruí-lo e acabar com ele. Essa luta não é fácil, mas deve nos trazer alegria.

Se nosso senso de Cristianismo consiste apenas em tentar ser uma boa pessoa em um mundo material, nosso progresso será lento como uma lesma. Mas quando estamos dispostos a enfrentar e assumir todas as dificuldades e angústias de tomar a cruz, e desejamos não ter vida ou consciência além da que Deus nos dá, nossa perspectiva é transformada e nossos passos de progresso são gigantescos. Somos mais capazes de amar, mesmo quando a perspectiva se apresenta sombria. Sentimos mais poder em nossa oração, mesmo quando o corpo argumenta estar com medo ou dor. Encontramos mais cura do pecado e sofrimento em nossa vida ressuscitada. Não é de admirar que a Sra. Eddy tenha escrito: “Eu beijo a cruz, e desperto para ver / um mundo mais luminoso” (Escritos Diversos, p. 397).

Scott Preller
Membro da Diretoria da Ciência Cristã

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / março de 2024

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.