Sou muito grata pelas reuniões de testemunhos das quartas-feiras transmitidas on-line pelA Igreja Mãe, A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston, e por todos aqueles que tornam essas reuniões possíveis.
Há algumas semanas, a leitura feita nesse culto foi sobre a luz espiritual e incluiu este versículo de Isaías: “…Todos vós, que acendeis fogo e vos armais de setas incendiárias, andai na luz do vosso fogo e entre as setas que acendestes…” (50:11, conforme a Bíblia em inglês, versão King James). Achei esse texto engraçado porque, na África do Sul, estamos há vários meses passando até 14 horas por dia sem energia elétrica, devido ao racionamento estabelecido pela empresa estatal do setor.
Na manhã da quinta-feira, após o culto, eu precisava ligar o gerador para que tivéssemos energia. Eu estava com muita raiva de tudo e de todos, especialmente do governo e de meu marido, que frequentemente trabalhava fora de casa por muitas horas, e não estava presente em momentos como esse, quando eu precisava dele.
Ao empurrar o gerador, que era extremamente pesado, senti um estalo nas costas e, de repente, não conseguia mais me mexer. Sentei-me no chão, com pena de mim mesma, e comecei a refletir sobre a leitura da reunião de testemunhos do dia anterior. Então lembrei que Deus é a fonte de toda luz verdadeira e que essa luz é espiritual e não pode ser apagada. Não podemos ficar sem ela porque o Espírito, Deus, preenche todo o espaço.
Outros dois versículos da Bíblia me vieram ao pensamento: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus…” (Salmos 46:10) e “…não pequeis; consultai no travesseiro o coração e sossegai” (Salmos 4:4). Perguntei ao Pai celestial o que eu precisava ver. A resposta que ouvi foi que eu deveria permanecer mentalmente calma e receptiva ao Cristo, a Verdade, a mensagem sanadora de Deus. Ao me acalmar e examinar meu coração, percebi que o ressentimento que eu estava nutrindo não era meu próprio pensamento; era uma imposição baseada na percepção falsa de que a vida seja material e mortal. No entanto, a realidade é que o filho de Deus — ou seja, cada um de nós — é isento de pecado, perfeito, puro, amoroso, amado e digno de ser amado. Além disso, eu não dependia de outra pessoa nem de suas decisões, mas de Deus, e, com Sua ajuda, eu poderia fazer tudo o que fosse necessário.
À medida que essas verdades foram ocupando meu pensamento, eu me libertei de todo ressentimento contra meu marido, contra o governo e contra a concessionária de energia. Compreendi que, naquele momento e para sempre, eu estava sob a luz da Verdade a que se refere o livro do Apocalipse — a luz perpétua que provém de Deus e não de uma lâmpada ou de um equipamento — “…porque o Senhor Deus brilhará sobre eles…” (22:5).
Subitamente, eu me senti livre e elevada espiritualmente. Todo o ressentimento havia sumido, e consegui me levantar do chão. Em cerca de dois dias o desconforto havia desaparecido por completo.
Martine Blackler
Uvongo, KwaZulu-Natal, África do Sul
