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A CONTINUIDADE DA BÍBLIA

[Série de artigos que mostra o desenvolvimento progressivo do Cristo, a Verdade, do começo ao fim das Escrituras.]

Abraão e o Sacrifício Iminente de Isaque

Da edição de maio de 1974 dO Arauto da Ciência Cristã


Dentre todas as provas que, durante um bom número de anos, testaram a fé de Abraão, nenhuma foi mais incisiva do que a que está relatada no capítulo vinte e dois do Gênesis. O desejo ardente de ter um herdeiro, nascido de sua esposa Sara, havia agora sido satisfeito e lhe havia sido assegurado que os descendentes dele, por intermédio de Isaque, seriam inumeráveis; porém, antes que o rapaz estivesse em idade de ter seus próprios filhos, veio ao pensamento de Abraão que ele mesmo deveria sacrificar o filho único e tão querido.

À compreensão imperfeita do patriarca, esse pensamento veio como uma ordem direta de Deus. Os papéis desempenhados por Abraão e por seu Deus no drama vívido, como o relata a Bíblia, podem parecer agora estranhos e quase inacreditáveis; mas um estudo mais minucioso de seu contexto e do pensamento e das atitudes dos contemporâneos de Abraão projeta um pouco de luz sobre a penosa prova tão bravamente enfrentada pelo pai e por seu filho.

Por um lado, é importante notar que na versão “King James” de Gênesis 22:1, a frase em língua hebraica traduzida como: “Deus tentou Abraão” não se refere à tentação no sentido moderno de incitação ao mal, pois o verbo apresenta as definições fundamentais de “testar, tentar, provar, analisar” — como testamos ou analisamos os metais preciosos para descobrir sua pureza fundamental e conseqüente valor. E mais, não poderia tal prova indicar um reconhecimento implícito da habilidade do patriarca em resistir até mesmo a uma prova tão severa quanto essa?

Além disso, na época primitiva em que Abraão viveu, quase dois mil anos antes do advento do cristianismo, o sacrifício de seres humanos era considerado popularmente como a mais elevada forma de oferta que se poderia fazer; não se limitava, no entanto, a ritos puramente pagãos, pois muito tempo depois da época em que o patriarca viveu, esse sacrifício era realizado, em determinadas ocasiões, como no caso da filha de Jefté (V. Juízes 11:30–35, 39), embora fosse, de modo geral, condenado (V. 2 Reis 16:3; 23:10).

Que Abraão pudesse pensar que seu Deus lhe exigia imolasse pessoalmente seu herdeiro como sinal de devoção para com a Divindade não é, por certo, de se censurar, se levarmos em consideração as circunstâncias. Não poderia, realmente, comparar-se sua atitude em certos pontos à de Cristo Jesus, quando no Jardim do Getsêmani viu-se confrontado com o sofrimento e a crucificação que se aproximavam, e contudo declarou (Marcos 14:36): “Não seja o que eu quero, e, sim, o que tu queres”?

Poucas cenas em toda a literatura são tão impressionantes e comoventes como aquela na qual Abraão e seu filho viajaram juntos durante três dias para um lugar desconhecido ao rapaz, que não podia imaginar que ele mesmo pudesse vir a ser a vítima no sacrifício iminente. Em tais circunstâncias a confiança que Isaque depositava em seu pai, foi igualada apenas pela confiança que seu pai depositava em Deus.

No momento final, quando estava tudo preparado para o sacrifício, a obediência e a disposição, tanto do pai como do filho, foram recompensadas nas palavras atribuídas ao “Anjo do Senhor”: “Não estendas a mão sobre o rapaz, e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho” (Gênesis 22:12). Como tão bem o expressa um comentarista de The Interpreter's Bible: “A história que começou como uma tragédia ameaçadora, termina na perfeita união entre o coração de Deus e o coração do homem”.

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