Existe uma oração que sempre é atendida — a oração que visa conhecermos Deus. É dEle que realmente necessitamos.
A oração que não é respondida, é a oração que não é verdadeiramente altruísta, é a oração por aquilo que é menos do que render-se silenciosamente ao Pai perfeito. Quando, porém, por meio da Ciência, tornarmo-nos inteiramente conscientes de nosso ser espiritual que é uno com nosso Pai, simplesmente não haverá nada que possa prejudicar-nos — nem a doença, nem a ausência do bem, nem o poder do mal.
Tudo o que Deus pode conceder é Seu próprio ser perfeito. Se estamos orando por saúde física, por evidência material de suprimento, de companheirismo, ou de paz, estaremos de certa maneira orando em busca de falsidades que o bem imaculado do Pai naturalmente torna impossíveis. (Tudo o que a Mente cria e conhece é espiritual e impecável.) Suas respostas libertadoras nos vêm como a pura percepção espiritual acerca dEle.
Não obstante, a Ciência Cristã resolve problemas físicos. Satisfaz a toda sorte de necessidades humanas genuínas, como o demonstra uma olhadela nos testemunhos no fim deste exemplar. Ela assim o faz, não por tentar adicionar algo de bom à mortalidade material, nem tampouco por tentar harmonizar coisas falsas, mas por desacreditar as ilusões da mortalidade com a percepção da perfeita segurança, saúde, abundância, unidade — o reino incorpóreo do Pai aqui e agora.
As curas genuínas não decorrem da substituição de um conceito doentio e material por um conceito sadio e material. Ocorrem quando as crenças materiais se dissolvem ante a luz brilhante da realidade, quando tocamos o amor do Pai, quando sentimos a glória eterna que é o centro do universo.
A cura espiritual de problemas físicos nunca é menos do que a evidência espiritual percebida humanamente. Numa afirmação básica, a sr.a Eddy declara em Ciência e Saúde: “A Mente imortal, que tudo governa, tem de ser reconhecida como suprema, tanto no assim chamado reino físico, como no espiritual.” Ciência e Saúde, p. 427;
Não podemos permitir-nos encarar nosso universo como uma ilusão material que possui uma realidade espiritual que lhe é subjacente, nalgum ponto. O universo no qual nos encontramos agora é a perfeita manifestação da Vida e do Amor divinos. O que aparece como menos que isso, é um conceito insustentável que não tem existência, e na realidade não está presente. A cura física é possível porque esse falso conceito material é destrutível. Mas todas as orações do mundo nunca farão com que esse conceito errôneo torne-se bom.
Estabelecemos contato autêntico com a realidade quando deixamos de lado o eu mortal e egoísta que pretende ser o nosso eu. É somente a vontade humana, a determinação do ego mortal de acreditar em contrafações, o que parece tornar-nos estranhos ao reino resplendente do Pai. É a vontade mortal que vê matéria quando não há matéria; que almeja uma personalidade limitada e material ao invés de almejar o bem espiritual e individual; que acredita na crença geral e depois sofre devido a essa crença. No entanto, o seu estado de pensamento na realidade não nos pertence.
A vontade mortal se dissolve ante o puro anseio de conhecer o Pai, e ante a oração secreta a Ele. Não podemos forçá-la à dissolução, mas o egotismo mortal desaparece quando constantemente nos empenhamos em enxergar a bondade invencível do pai, confiamos nela e a vivemos. S. Paulo disse: “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.” Efésios 2:8; E Cristo Jesus com seu incomparável amor afirmou: “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino.” Lucas 12:32;
Por meio de nossos próprios esforços não podemos na realidade curar um caso sequer, não podemos dissolver nem um pouquinho da crença mortal. Mas em silenciosa união com o Pai, atentos ao fato de que não possuímos um ser separado de Deus, cessamos de atrapalhar nosso próprio caminho, nossa própria luz. Perdemos gradativamente o falso sentido de eu, e o Pai faz Seu trabalho através de nós. “Eu nada posso fazer de mim mesmo.” João 5:30; “O Pai que permanece em mim, faz as suas obras.” 14:10.
Na realidade, Deus não dá talento, saúde ou felicidade a pessoa alguma. O bem não é algo que vem e vai. Nosso Pai celeste preserva para Si mesmo a Sua própria e infinita habilidade, a Sua própria inteireza, a Sua própria paz por expressá-las alegre e continuamente através de cada um de nós. A nossa consciência espiritual individual é a forma que Sua auto-expressão assume.
Assim, se nossas orações não são atendidas, devemos examinar cuidadosamente o que estamos pedindo. O Pai pode atender apenas o desejo de conhecê-Lo. Todos os desejos que não coincidem com esse desejo soberano, permanecem forçosamente infrutíferos, porque em última análise são só aspirações a coisas falsas.
Enquanto escrevo, há uma rosa amarela em minha escrivaninha. Quando a observo sinto-me impressionado por sua beleza — como o brilho do sol emoldurado no mais pálido cor-de-rosa; as curvas aveludadas das pétalas encaixam-se perfeitamente uma na outra, não necessitando de auxílio externo.
Nossas orações serão tão completas em si mesmas como essa rosa quando consistirem de uma inflexível busca exterior e interior pelo Amor divino, o Pai de toda beleza. Dentro de cada coração há a semente da oração perfeita, o lugar onde se vê que o Pai é perfeito. Aí a oração e a resposta são uma coisa só — o desejo de conhecer o amor do Pai contempla esse amor refletido em si mesmo.
Quer oremos para nós mesmos ou para outros, não necessitamos orar por algo externo, assim como a rosa não necessita da mão humana para ajustar sua beleza. Dentro de si mesma, a rosa desabrocha a evidência de beleza. Dentro de nós o Amor divino desabrocha a evidência de perfeição, dizendo: “Aqui estou. Tudo sou.”
