Diversas vezes em minha vida precisei compreender que Deus é minha Vida, minha única Vida, assim como se lê no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy: “Essa Ciência ensina ao homem que Deus é a única Vida, e que essa Vida é a Verdade e o Amor” (pp. 471–472). Tive de compreender essa Verdade e esse Amor, Deus, de todo o coração, alma e mente, como a Bíblia ensina.
Uma dessas grandes experiências ocorreu quando eu estava viajando de Katmandu, no Nepal, para Delhi, na Índia, em um avião indiano superlotado, sentada entre dois indianos que tinham como bagagem, inumeráveis cestas grandes empilhadas em baixo, ao redor e acima de nós. No meio de tudo aquilo quase não havia lugar para colocar meus pés no chão, ou para sentar-me, tão apertado estava.
Repentinamente senti uma dor lancinante na parte superior de um de meus tornozelos. Comprimida como estava, em meio ao calor tropical, a corpos úmidos, e a todas aquelas cestas cheias, o que eu podia fazer era só orar. Outra vez aquela dor, e mais oração! Não tinha idéia do que havia acontecido, mas sabia que eu precisava compreender que Deus era a minha Vida, o meu Tudo, tal como somos ensinados a orar na Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris'tiann sai'ennss..
Em Delhi, ajudada por oração constante, desci com dificuldade do avião e fui para o hotel e direto para a cama. A dor era intensa. Como meu marido e eu tínhamos de cumprir uma escala pré-estabelecida, foi preciso continuar a viagem. Desse modo, apesar de não mais poder caminhar, segurando em oração a mão do Pai, noite e dia, fiz a viagem de avião até Karachi, no Paquistão, e depois até Cabul, no Afeganistão, de ônibus através do maravilhoso Passo de Kaiber.
Continuamente vinha a sugestão de que mesmo se não perdesse a vida, perderia a perna. Tive de enfrentar quadros mentais que me entristeciam, pois descortinavam uma vida de invalidez. Em Cabul tive de ser levada no carrinho de bagagem, escorada por travesseiros, sobre um tapete de pele de ovelha. Não havia cadeira de rodas disponível. Em Teerã, a companhia aérea gentilmente pôs à disposição uma cadeira de rodas e um acompanhante para ajudar-me a passar pela alfândega e a conseguir um táxi que me levasse a um hotel, onde permaneci durante três semanas.
Havia duas grandes inchações, uma no peito do pé e outra logo acima do tornozelo. Parecia que só podia encontrar conforto quando estirada de costas e com o pé em cima de seis travesseiros do hotel.
Tive que chamar um médico americano da clínica recomendada por nossa embaixada em Cabul, para examinar a perna, a fim de satisfazer o pessoal do hotel, que me sugeria fosse eu para um hospital.
O médico disse gentilmente: “A senhora deve estar sofrendo muito. Foi picada por uma serpente ou um escorpião. Não posso determinar qual dos dois.” (A serpente ou escorpião evidentemente encontrava-se num dos cestos a meus pés, sem que o indiano, meu companheiro de banco, o soubesse.) O médico disse então: “Vou lhe dar um analgésico, porque senão a luta que seu corpo terá de enfrentar, será terrível. Sinto muito.” E então esqueceu-se de dar o análgésico que, de qualquer modo, não teria sido utilizado, pois eu estava me apoiando 100 por cento no fato de que o Pai cuida de tudo.
Em meio à dor e à luta contra o medo de que o mal viesse a ser fatal, eu reivindicava e sabia constantemente que eu sempre estava com o Pai e que Ele e Seu amor sempre estavam comigo, como a Bíblia nos ensina. Declarei e compreendi que Ele estava curando-me, apoiando-me e cuidando de mim, apesar de todas as evidências materiais em contrário. Por cabograma pedi apoio em Ciência Cristã a um praticista, e esse apoio me foi gentilmente dado, e o recebi com gratidão. Preocupações e ansiedades de muitas espécies foram vencidas em oração.
Durante essas três semanas, quando havia sol, eu ia aos pulos, num pé só, até uma pequena sacada junto a meu quarto, de onde eu tinha uma gloriosa vista de montanhas com seus picos cobertos de neve. Essa batalha solitária contra a dor, e pela minha vida, cedeu o suficiente para que, depois de três semanas, eu sentisse que então podia seguir até Beirute onde encontrei-me com meu marido. Continuamos, como estava programado, até Atenas e dali fomos para Boston. O tratamento metafísico em espírito de oração, deu-me grande conforto, mas eu ainda não podia caminhar e assim pacientemente continuei a estudar e a ponderar a Bíblia e Ciência e Saúde.
Após um ou dois dias de silenciosa oração em meu quarto em Boston, repentinamente convenci-me de que “este é o dia que importa caminhar”. Assim, vesti-me e saí para a luz do sol. O Pai fora muito bom para comigo, cuidara de mim durante todo o caminho. A inchação havia praticamente desaparecido e agora eu sabia que poderia caminhar de novo.
Começando lentamente, andei várias quadras. Pouco a pouco, senti-me mais segura, e logo comecei a andar normalmente — todo o medo havia desaparecido, toda a dor passara! Então caminhei de volta, talvez mais de quilômetro e meio.
Aproximadamente um ano mais tarde, ao caminhar nos jardins de Villa d'Este, no Lago de Como, na Itália, tal como andara numa rua de Milão, cedo naquele mesmo dia ao descer de um avião — correndo para chegar em tempo ao culto dominical matinal da Ciência Cristã — uma amiga que estava comigo disse: “Como é que você pode caminhar tão depressa? Simplesmente não posso acompanhá-la.”
Ela nem sabia quanto aquele amável elogio indireto significava para mim, ao lembrar a batalha que tão recentemente travara em defesa de minha vida e de minha perna, e como eu fora completamente curada na Ciência Cristã!
De fato, essa fora uma cura lenta. Tive diversas curas maravilhosas na Ciência Cristã realizadas no espaco de uma hora, dentre alas uma de paralisia total e outra de febre tropical causadora de extremo enfraquecimento, numa ocasião em que me achava viajando pelo Oceano Índico. Dessa vez, evidentemente eu tivera algumas lições para aprender — principalmente a de confiar inteiramente nas verdades acerca de Deus, contidas nas Escrituras, e acerca de Sua maravilhosa criação do universo, inclusive o homem, — eu mesma — e de Seu constante cuidado por todos nós. Jesus via somente “Deus perfeito e homem perfeito” e essa era a “base do pensamento e da demonstração” em suas maravilhosas curas. “A compreensão crística acerca do ser infinito e da cura divina inclui um Princípio perfeito e uma idéia perfeita — Deus perfeito e homem perfeito — como base do pensamento e da demonstração” (Ciência e Saúde, p. 259). Tive de provar isso a meu modo.
Cristo Jesus diz: “Eis vos dou autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano” (Lucas 10:19). Essas palavras não são desprovidas de autoridade e inúteis. Elas têm poder!
E Paulo, quando foi picado por uma serpente e todos os que o viram pensaram que iria morrer, sacudindo ele “o réptil no fogo, não sofreu mal nenhum” (V. Atos 28:3–5). Apeguei-me a essas duas passagens bíblicas e ao final, também em meu caso, ficou provado que não mais sofri mal nenhum.
A Ciência Cristã cura! Disso estou certa. Vejo que meu sentido humano de vida está a manifestar Deus, a Vida; tenho minha perna e, dia a dia, obtenho, em certa medida, uma compreensão mais profunda acerca de Deus, de minha verdadeira identidade, de Seu amor por todos nós, quando estudo a Bíblia, a Lição-Sermão no Livrete Trimestral da Ciência Cristã, e as obras de autoria de nossa querida Líder, a sr.a Eddy.
“Obrigada, meu Pai”, digo diária e seguidamente, e com'o sinto-me profundamente grata!
Portland, Oregon, E. U. A.
Estou contente em poder atestar, por ter estado em contato direto com a experiência de minha esposa, da autenticidade das declarações que fez, e da nítida cura que teve da picada de uma serpente ou escorpião, exclusivamente por se ter apoiado, corajosa e constantemente, no poder sanador de Deus tal como ele é revelado na Ciência Cristã.
