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A Necessidade de Autocorreção

Da edição de junho de 1974 dO Arauto da Ciência Cristã


Como é bem-vinda e recomendável, em nós e em outros, a atitude humilde que procura saber o que se necessita fazer a fim de mudarmos para melhor! O desejo sincero de corrigir nossas deficiências, ainda que não propalado, geralmente se evidencia em nossa conduta e modo de viver.

Por outro lado, como é indesejável e pouco louvável a atitude oposta e auto-enganadora: “Fui eu quem fez. Por isso está bem feito!” A má disposição de alterar o que necessita ser mudado, é muitas vezes um empecilho ao progresso. O orgulho e a rigidez bloqueiam a possibilidade de se descobrir e corrigir as tendências errôneas.

O jovem rico no relato do Evangelho assegurou a Jesus que desde a juventude havia observado os mandamentos enumerados, acrescentando a indagação: “Que me falta ainda?” Mateus 19:20; Quando Cristo Jesus lhe indicou o ato regenerador que deveria empreender — vender tudo o que possuía e dar aos pobres — o jovem retirou-se triste, incapaz de abandonar sua dependência de propriedades materiais e seguir o Mestre. Havia ainda essa característica sua, que ele não estava disposto a modificar.

Às vezes, numa busca sincera, verificamos que o nosso pensar corresponde ao pensamento expresso na primeira parte de um versículo dos Salmos: “Quem há que possa discernir as próprias faltas?” Salmos 19:12; Contudo, podemos orar fervorosamente ao nosso Pai-Mãe Deus, ainda nas palavras do mesmo versículo: “Absolveme das que me são ocultas.” A oração que mansamente procura a ajuda de Deus em relação às nossas deficiências, ao que devemos fazer ou deixar de fazer, é proveitosa. Quando, porém, a sinceridade, os motivos justos e a intenção honesta de seguir a orientação dada permeiam nossa consciência, a oração pode trazer grandes recompensas. É desse modo que a correção e a instrução divinas são sinceramente procuradas. Mary Baker Eddy, em seus escritos, roga: “Oxalá se sinta o amor de que se fala! e que seja tão intensamente vivido, que ao sermos pesados na balança de Deus, não nos achemos em falta.” Miscellaneous Writings, p. 312;

A humildade, de par com um anseio positivo e dedicado de melhorar, abre a porta à direção divina. A obediência a essa orientação mantém essa porta aberta. Quando esse estado de pensamento for mais profundamente sentido e expressado mais ativamente, será sobremodo eficaz em seu resultado. Uma disposição radical de deixar-se instruir, de expressar o sagrado plano de Deus, mostra um desejo humilde e vibrante de viver para Ele, e é um sinal inequívoco de verdadeira grandeza.

A mente carnal, ou a crença numa existência separada de Deus, defraudaria sua vítima, levando-a a crer que se sente maior quando exerce a justificação própria. Mas ninguém gosta de ser ludibriado. Quando reconhecermos a tentativa do erro de roubar nossa herança de valor real, poderemos impedi-lo. Poderemos manter desobstruídas as vias de comunicação com Deus, discernir o conselho de Deus e aproveitá-lo bem.

Recentemente um estimado e velho amigo contou-me que durante alguns anos repetidamente não aceitou certo cargo na igreja filial em que era membro; e que não tinha a menor intenção de aceitar tal cargo no futuro. Sem qualquer crítica a essa dicesão, comecei a procurar no meu próprio pensamento algo sobre a atitude de ser membro da igreja e de abster-se de servir. Subitamente houve um brilho inegável, e as seguintes palavras, em silêncio, porém fortes como um grito, vieram-me com clareza ao pensamento: “Quão gratos podemos ser pelo fato de Jesus não haver posto limites ao que desejava fazer para servir a Deus!” E com alegria repassei, proveitosamente, sua injunção para que fizéssemos o mesmo e seguíssemos seus passos.

Porventura nos estamos deparando com problemas nos negócios, no lar, na igreja, ou em outros assuntos? Porventura sentimo-nos frustrados ante essas complicações? Estamos diante de um caso em que a cura se processa muito demoradamente? Então talvez haja pensamentos ou hábitos indesejáveis atuando como empecilho a um procedimento harmonioso. Uma mudança para melhor, em tais casos, é produzida por um estado disciplinado do pensamento. Para melhorar nossas vidas, é essencial, em primeiro lugar, desejar que sejamos depurados de qualquer má ação e que em seu lugar haja uma abnegada obediência ao bem. Problemas não resolvidos indicam a necessidade de colocar Deus primeiro em tudo e sempre.

Quando alguém reconhece de coração grato que há lugar para melhora, deu o passo certo rumo a outras correções. Não é prudente ignorar uma deficiência só porque é pequena. É melhor encaminhar o mínimo erro ou traço errôneo como algo que deve ser corrigido. Precisamos disciplinar constantemente o pensamento, mantendo na consciência os fatos divinos sobre o homem como a testemunha perfeita de seu criador.

Pessoas habitualmente propensas a reconhecer e a admitir onde é que “se acharam em falta”, muitas vezes expressam um franco pesar por suas falhas. Tentam então aproveitar essa tomada de consciência e fazer emendas. Por mais louvável que seja essa atitude, ainda há mais a fazer. Mediante a oração, precisam pôr o pensamento e a ação de acordo com a ordem de Deus. A oração inspirada é um protesto silencioso de que Deus é a causa única, perfeita, imutável, e que o homem é a Sua expressão invariável, o derivado completo e sem defeito dessa causa única. A oração que afirma que a identidade real do homem jaz completamente dentro da vontade de Deus, dilui e dissolve a crença numa identidade simulada e mortal.

Na Ciência Cristã aprendemos que o progresso em nossa experiência advém do pensamento espiritualizado. A modéstia de pensamento e o auto-exame honesto revelam os nossos motivos em cada ocasião. A abnegação ajuda-nos a nos desfazer até mesmo de coisas humanamente queridas. Mas nesse processo não renunciamos a nada de valor durável. Nossa consciência corresponde apenas à vontade e à sabedoria de Deus, reconhecendo apenas o desígnio da Divindade em nossas vidas.

Obtém-se a perfeição acrescentando ao nosso estoque mental as coisas do Espírito que nos estejam faltando. Tudo o que é inútil, conforme um julgamento íntegro, é eliminado. Isso é realização, de acordo com a injunção da Bíblia: “A perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” Tiago 1:4; Há uma afirmação da sr.a Eddy que tem íntima relação com esse versículo: “Os pensamentos positivos e imperativos devem ser postos nas balanças de Deus e pesados pelo Amor espiritual, e não devem ser achados em falta, antes de serem postos em ação.” Mis., p. 288.

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