Muitas vezes quando vemos um filme ou após assistirmos a uma peça teatral, comentamos: “Sim, foi bem divertido, mas está inteiramente distanciado do viver diário.” As experiências vividas pelos personagens de ficção geralmente são exageradas e não se pode acreditar nelas, ou assim pensava eu, até que certo dia fui lançado em uma dessas experiências incríveis.
Naquela ocasião eu ocupava uma importante posição em um banco local e estava me desincumbindo de minha atarefada agenda costumeira, atendendo freqüentemente o telefone, quando um chamado telefônico me deixou estupefato. Ouvi uma voz no outro lado da linha informando que minha esposa e filho estavam na mira de um revólver em nossa casa e que, a menos que eu seguisse as instruções, eles seriam mortos imediatamente. Ordenava-me que fosse ao cofre, tirasse todo o dinheiro que lá houvesse e que sob hipótese alguma, falasse à polícia ou a alguém no escritório, pois isso seria morte certa para minha família. Uma vez de posse do dinheiro, eu devia ir para o carro, onde encontraria instruções sobre o que fazer.
Depois que o telefone foi desligado, fiquei atordoado, e ouvi-me dizendo: “Meu Deus, ajuda-me agora, pois não sei o que fazer.” Imediatamente, impelido pelo poder de Deus, soube que os passos humanos seguintes seriam controlados por Ele. Comecei a reunir algumas folhas verdes que à distância poderiam ser confundidas com dinheiro e pedi aos funcionários contassem à polícia e aos diretores do banco exatamento o que se passava. Imediatamente fui para o carro dando grandes demonstrações de encher de dinheiro todos os bolsos. Então segui as instruções do bilhete e dirigi-me para fora da cidade até o local onde devia deixar o dinheiro, em uma região deserta, ao lado de uma caixa de leite marcada com uma cruz preta.
Durante essa viagem senti tão próxima a presença do Amor divino que não fiquei em pânico nem preocupado com minha família. Sabia que eles estavam com o Pai, e que toda essa experiência não era real e acima de tudo que eles estavam sob o controle da Mente divina, e eu tinha de me apoiar inteiramente na Mente. A sr.a Eddy nos diz, à página 167 de Ciência e Saúde: “Só mediante uma confiança radical na Verdade é que o poder curativo científico pode ser realizado.”
O bilhete dizia que após colocar o “dinheiro” conforme fora instruído, eu devia tomar uma estrada que conduz exatamente em direção oposta à minha casa. De imediato foi-me claramente indicado que eu devia ir direto para casa. Sem a menor hesitação, obedeci, dirigindo-me para casa o mais rápido que podia. Vieram-me as palavras do hino de autoria da sr.a Eddy: (Hinário da Ciência Cristã, n° 304.)
Tua voz escutarei
Para não errar;
Pela senda rude irei,
Sempre a cantar.
Bem, essa certamente era a rude senda rumo à casa. Entretanto, não fiquei apreensivo. Somente esperava o bem.
Quando cheguei, o jardim estava enxameado de policiais e lá se encontravam minha esposa e filho, bastante surpresos, postados na entrada para carros pois não sabiam de nada sobre o incidente. Minha esposa recebera um telefonema, supostamente da companhia telefônica, pedindo-lhe que tirasse o fone do gancho durante quinze minutos. Expliquei tudo a minha esposa e à polícia e então voltei à cena da entrega do “dinheiro” com a polícia a me acompanhar. Vimos um carro que se retirava e o responsável foi preso e fez uma confissão completa.
Após a detenção veio-me uma sutil sugestão da mente mortal de que devia sentir-me zangado por causa da preocupação e do perigo por que tínhamos passado. Entretanto esse pensamento também foi detido e senti compaixão por aquela que estava tão desesperada a ponto de arquitetar tal plano.
Dentro de alguns dias comprei um exemplar de Ciência a Saúde, e o enviei para ele na prisão, explicando em uma carta que eu era Cientista Cristão, e que eu devia o fato de estar livre dessa experiência inteiramente às verdades contidas nesse livro. Fui informado de que ele lê Ciência e Saúde e confio que isso o ajudará a conseguir a cura e a liberdade.
Sou mais grato a Deus do que posso expressar, a Deus que é “socorro bem presente nas tribulações” (Salmos 46:1).
Freeport, Ilhas das Bahamas
