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Fábula ou Fato — Como Separá-los

Da edição de junho de 1974 dO Arauto da Ciência Cristã


É possível que nem sempre tenhamos percebido, mas todos os estados do corpo são estados do pensamento. O pensamento que provém da Mente divina manifesta nas condições corpóreas sua própria natureza livre de impedimentos, espiritual e imortal. Por outro lado, o pensamento que emana da mente mortal manifesta aquilo que é limitado, material e mortal. A própria palavra “mortal” indica aquilo que está sujeito ao passar do tempo, a limitações, tem começo e fim. Na proporção em que a consciência humana se liberta do pensamento mortal e inclui somente pensamentos que emanam da Mente divina, os efeitos sobre o corpo ilustram a saúde permamente, o funcionamento normal, a força espiritual, a ação harmoniosa.

Do que acaba de ser dito torna-se evidente que é importante para nós vigiar o modo pelo qual se desenvolvem os pensamentos, e distinguir entre os pensamentos de Deus, que eternamente propiciam saúde, e os pensamentos mortais, que conduzem ao pecado, à doença e à morte. A Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris’tiann sai’ennss. habilitanos a traçar uma linha de demarcação entre os pensamentos verdadeiros e os pensamentos falsos, e portanto, entre a Mente única e o seu contrário hipotético, chamado mente mortal. A Ciência revela a individualidade que Deus outorgou ao homem como reflexo do Espírito, constituído por inteiro dos pensamentos que se originam na Mente divina. Todo pensamento que irradia amor desprendido, sabedoria genuína, pureza, saúde, alegria — o bem imortal — é pensamento cuja substância é a Mente deífica. Todo pensamento que expressa medo, ódio, inveja, materialidade e morte representa a mente carnal, sem Deus.

João Batista, ao falar na missão de Cristo Jesus, revelou que o Mestre instauraria um processo de separação entre o real e o irreal, entre a Verdade e o erro. São estas as palavras de João: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. A sua pá ele a tem na mão para limpar completamente a sua eira e recolher o trigo no seu celeiro; porém queimará a palha em fogo inextinguível.” Lucas 3:16, 17; Mary Baker Eddy define “pá” no Glossário de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras como “Aquilo que separa a fábula do fato; aquilo que dá ação ao pensamento.” Ciência e Saúde, p. 586;

Nas suas incomparáveis obras de cura Jesus demonstrou o poder do Espírito sobre a carne. Mostrou que o Cristo, a verdadeira idéia de Deus, vem à consciência humana com luz sanadora, desperta-a de seu sonho mortal de existência à parte de Deus, habilita-a a expulsar o erro e a conduz à saúde, harmonia e imortalidade. A força do Mestre assentava na sua união consciente com o Pai, a Mente divina. Ela ensinou a seus seguidores o fato da máxima importância, de que o pensamento determina as fases harmoniosas ou discordantes da experiência humana. Provou por sua vida que Deus é Espírito, a presença inteligente e universal que se expressa nos pensamentos, na individualidade e na atividade do homem e por intermédio dos mesmos.

João conta-nos que Jesus disse aos judeus: “Quando levantardes o Filho do homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou.. .. Eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de moto próprio, mas ele me enviou.” João 8:28, 42; Foi desse modo que explicou sua própria união com Deus e do fato de sua consciência estar unida com a Mente divina. E a Ciência Cristã está aqui para mostrar como também nós podemos demonstrar algo dessa união de nossa vida e de nossa consciência a Deus, a Mente única, oni-ativa, que tudo controla.

Se a mente mortal sugere pensamentos de medo, preocupação, irritação, ciúme, doença ou pecado, nosso trabalho consiste em usar de imediato a pá, “aquilo que separa a fábula do fato”, e em declarar e saber que esses pensamentos não fazem parte de nossa consciência. Não podem substituir a consciência sagrada que Deus nos outorgou, e a qual os pensamentos errôneos são impotentes para contaminar, adulterar ou influenciar. Tais pensamentos negativos são o erro sem mente, sem vida, inteligência ou identidade. Quando levantamos o Cristo, que Jesus manifestou e exemplificou, somos capazes de provar que somente Deus é a substância de nossos pensamentos. São eles a evidência de Emanuel, ou “Deus conosco”.

Para fazer separação entre o joio e o trigo — as fábulas ou mentiras do erro e os fatos da Verdade — é preciso vigilância e esforço severantes. Nesse processo temos de levar “cativo todo pensamento à obediência de Cristo” 2 Cor. 10:5;. Pela purificação e espiritualização do pensamento o estudante de Ciência Cristã aprende progressivamente a identificar-se de modo correto como a idéia espiritual individual de Deus, cuja consciência reflete, de modo perpétuo, a Mente divina. Essa identificação proporciona-lhe a base a partir da qual poderá livrar-se dos pensamentos mortais e entreter os conceitos espirituais mantidos para sempre na Mente.

Sob o título marginal de “O joio e o trigo” encontramos estas palavras da sr.a Eddy: “O temporal e o irreal nunca tocam o eterno e o real. O mutável e imperfeito nunca tocam o imutável e o perfeito. O desarmonioso e o autodestrutivo nunca tocam o harmonioso e o auto-existente. Essas qualidades opostas são o joio e o trigo que em realidade nunca se misturam, embora (aos olhos dos mortais) cresçam juntos até a colheita; então a Ciência separa o trigo do joio, pela compreensão de que Deus está sempre presente e de que o homem reflete a semelhança divina.” Ciência e Saúde, p. 300.

A Ciência Cristã revela que Deus e Seus pensamentos, a Mente divina e Sua expressão infinita, constituem toda a realidade. O irreal e o temporal são compostos pela assim chamada mente carnal e seus modos de pensar mortais. Discernimos a realidade somente à medida que separamos o joio do trigo, à medida que nos descartamos de um sentido irreal e material de vida e do ser, e adquirimos o sentido espiritual da vida. A irrealidade parece ser realidade somente enquanto acreditamos que a vida esteja na matéria e seja da matéria, e que a matéria seja a origem da existência do homem.

A verdadeira consciência ou o conhecimento espiritual de si mesmo oblitera a crença de que o homem seja um mortal corpóreo cuja mente material e negativa produz e expressa pensamentos desarmoniosos. A Mente pura, a verdadeira fonte do pensamento e o único governador do homem, não se deixa ludibriar pelas vicissitudes de uma experiência mortal dessemelhante de Deus. Pelo fato de que o pensamento mortal não expressa nenhuma qualidade de Deus, ele não tem o mínimo de realidade. O homem como emanação da Mente encontra-se na perfeição consciente, intocado pelo sonho mortal do pecado e da morte. Vive, move-se, e tem seu ser no reino do Amor, no qual nenhuma mente mortal, crença errônea ou pensamento destrutivo jamais entrou ou teve identidade, poder ou lugar. A idéia-Cristo, para sempre ativa em nós, traz à luz esses fatos espirituais e nos capacita a dar-lhes atenção. Ajuda-nos a separar o joio do trigo, “a fábula do fato”.

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