Como toda dádiva celestial, a alegria genuína, espontânea e transbordante vem da maneira menos esperada — através da justiça e da retidão.
Muitas pessoas associam justiça com castigo. Todo esse assunto lhes parece sombrio, por isso tentam fugir dele. Contudo, a justiça é um dos atributos primários de Deus, o Amor divino infinito e universal. Não podemos escapar à justiça, mas podemos descobrir que, se para ela nos voltarmos, teremos felicidade profunda e permanente.
A Sr.a Eddy escreve no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde: “Na ordem da Ciência, na qual o Princípio está acima daquilo que ele reflete, tudo é sublime harmonia.” Ciência e Saúde, p. 240; Esta Ciência franqueia-nos uma noção vívida do reino de Deus como a estupenda manifestação do Princípio divino a agir de acordo com leis perfeitas e a expressar somente o bem. Tudo na criação do Amor divino é inteiramente espiritual — real, genuíno, exato, e sempre-presente. É um universo harmonioso, belo e cheio de luz. Nele, nada há de errado e nada sai errado.
A crença mortal — a noção falsa que vê a criação como fruto do acaso e da desarmonia — é uma inversão do bem, aventando a possibilidade da existência de um universo em que as coisas podem sair erradas. Essa crença mortal diz que pode haver enganos, discórdias, desvios da justiça, e que com frequência a vida não tem nada que valha a pena.
Todos nós podemos libertar-nos cada vez mais dessas crenças mortais e retornar alegremente ao conceito espiritual e correto acerca de si mesmo e do universo. Mas, para fazê-lo, temos que estar dispostos a obedecer o Princípio divino. A Sr.a Eddy nos diz: “A Verdade, a Vida e o Amor são as únicas exigências legítimas e eternas impostas ao homem, e são legisladores espirituais, que compelem à obediência por intermédio de estatutos divinos.” ibid., p. 184 ;
O Amor divino é invariavelmente bondoso ao requerer nossa obediência. E somos obedientes quando estamos dispostos a rejeitar a sugestão errónea de nos vermos como mortais, desligados de nosso Pai, o Princípio divino, e dispostos a começar a substituí-la pela verdade. As leis e qualidades de Deus constituem a identidade real de cada um de nós, e nossa natureza real e espiritual está para sempre de acordo com Deus. Existimos no Seu reino, onde Seu governo sempre mantém nossa harmonia. Podemos regozijar-nos em saber que, tal como a Bíblia revela: “Justiça e direito são o fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem.” Salmos 89:14;
Provar que o egoísmo, a doença, e a infelicidade não expressam a Vida real, é uma atividade correta. De Deus, a Mente perfeita e única, podemos requerer o sentido exato e sábio que vê a cada momento o fato espiritual do que está acontecendo. Não precisamos ceder docilmente ao testemunho dos sentidos físicos, à menor tentação, e aceitar a desarmonia que eles apresentam. Esses sentidos sempre distorcem ou invertem a verdade; seria incorreto aceitar suas mensagens como realidades.
Isso não significa que podemos simplesmente fechar os olhos para os resultados de nossos pensamentos e ações errados. A lei da totalidade e da bondade do Amor insiste na autopunição do pecado e no seu aniquilamento. A Sr.a Eddy esclarece esse assunto num artigo em que explica como fazer a vontade de Deus. Diz ela: “Esta é a lei da Verdade para com o erro: «Certamente morrerás». Essa lei é energia divina. Os mortais não podem impedir o cumprimento de tal lei; ela se aplica a todo pecado e seus efeitos. Deus é Tudo, e em virtude dessa natureza e totalidade Ele conhece somente o bem. Como um ato legislativo que governa milhões de mortais desconhecidos para os legisladores, a lei universal de Deus não tem conhecimento do mal, e se introduz inconscientemente no coração humano e o governa.” Miscellaneous Writings, p. 208;
A crença na corporalidade e na limitação, é um conceito falso e fragmentado do homem. Cristo Jesus ajudou os homens a encontrar a alegria profunda resultante de sua união com Deus, o bem, por se reconhecerem como filhos perfeitos de Deus, o Pai; por agirem como tal; e por deixarem de lado o costume de encarar o homem como um ser material mortal entregue a si mesmo. A mentira que nega que Deus está presente em toda parte, já é em si mesma uma punição. Contudo, nós não precisamos acalentá-la. Em Jó, lemos o seguinte, sobre Deus: “Ele é grande em poder, porém não perverte o juízo e a plenitude da justiça.” Jó 37:23; No reino de Deus não há enganos nem penalidades. Tudo o que recebe punição e sofrimento é a maneira errónea de ver o homem — maneira essa que o Cristo, a Verdade, continua a mostrar-nos como abandonar.
Somente a falsa crença diria que podemos conhecer carência em lugar de abundância, sentir tristeza em lugar de alegria, agir errado em vez de com acerto, sofrer mentalmente em vez de gozar de paz. Nosso ser espiritual e verdadeiro não está sujeito ao desequilíbrio ou à angústia mental. A desarmonia é realmente destituída de princípio, e é insubstancial. Podemos com todo direito recusar-lhe nosso consentimento. Então o toque sanador do Cristo, a Verdade, vem a nós, refresca a nossa percepção da carinhosa presença de Deus, oblitera os conceitos erróneos que nos fizeram sofrer, e guia-nos ao reconhecimento da liberdade de nosso ser celestial e harmonioso. Tal como prometeu o profeta: “Saireis com alegria, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas.” Isaías 55:12.
