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As duas milhas

[Original em alemão]

Da edição de novembro de 1975 dO Arauto da Ciência Cristã


Em seu Sermão do Monte, disse Jesus: “Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.” Mateus 5:41;

É muito raro que alguém nos peça para irmos de fato com ele uma parte de seu caminho, mas com frequência a simples boa vizinhança requer de nós que participemos com compreensão da experiência de outrem. Pode ser que ele esteja satisfeito com algo e tenha o desejo de partilhar sua alegria com outra pessoa. Mas, na maioria das vezes, são as suas aflições e necessidades que o levam a falar-nos e a procurar nossa simpatia e nosso conselho. Muitos deixaram conscientemente de crer em Deus, mas têm confiança em nós, em nossa atenciosa compreensão e, mais ainda, no que consideram ser nossa sabedoria. Assim sendo, abrem-nos o coração. Mas a busca é realmente por Deus. A necessidade que têm é a de se tornarem conscientes do amor de Deus.

Quando andarmos a primeira milha com o nosso próximo — a milha que de nós ele espera — e dermos atenção a ele, lembremo-nos do que Cristo Jesus disse acerca de nosso Pai celeste: “Ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos.” v. 45; Nesse amor imparcial de Deus reside a solução para qualquer situação humana difícil. Não importa quais sejam os quadros de desarmonia que aparecem na família, no trabalho ou na vida comunitária — tristeza, doença, acidente ou morte — a projetarem sua sombra sobre a consciência humana, podemos estar certos de que o amor de Deus que a tudo engloba, está presente tornando a vida radiante e feliz.

Quando nossos pensamentos estão cheios dessa certeza, a sabedoria há de inspirar a maneira certa de melhor ajudar nosso próximo a dar-se conta de que o Amor divino já está presente, e os problemas se solucionam quando o sentido humano está pronto para abrir-se a esse Amor — confirmá-lo, confiar nele, refleti-lo. Se reconhecermos que a conversa que nosso próximo tem conosco é na verdade uma busca por Deus, estaremos capacitados a dar uma resposta que ele possa compreender e em que possa confiar.

Se a primeira milha que andamos com ele é aquela que ele espera de nós — uma compreensão sem preconceitos das necessidades que tem e um amável interesse por elas — a segunda milha pode ser mais do que ele sabe que pode pedir: a rendição completa de nossa consciência a Deus, a Verdade, que faz de nós um agente de cura. E ser-nos-á indicado se devemos andar a segunda milha em silêncio ou intentar dar a conhecer ao nosso próximo algumas das verdades curativas da Ciência Cristã. Quando a oração silenciosa e desprendida nos traz o reconhecimento de que “para a Verdade não há erro — tudo é Verdade” Ciência e Saúde, p. 475., como a Sr.a Eddy nos faz lembrar em Ciência e Saúde, a graça de Deus mostra-nos a realidade espiritual, sem que haja necessidade de discussão alguma. E isso leva à cura.

É, pois, a sabedoria o que nos leva a dar a outrem um exemplar de um periódico da Ciência Cristã ou encaminhar sua atenção para a Bíblia e Ciência e Saúde, o livro-texto da Ciência Cristã — ou, talvez nem sequer mencionar a Ciência Cristã. O importante em cada caso é excluir o sentido pessoal a fim de sermos totalmente um instrumento de Deus. Quando atentamos à vontade de Deus e nos encontramos livres de desejos pessoais, a nossa consciência torna-se uma transparência para a Verdade e o Amor, e a atividade curativa do Cristo processa-se sem esforço.

Tive essa vivência em diversos casos, e lembro-me de um em particular. Durante uma breve conversa por cima do muro, uma conhecida, que nada sabia da Ciência Cristã, contou-me que seria obrigada a baixar ao hospital porque havia semanas que sofria de hemorragia. Além de palavras que asseguravam a ela que tudo iria bem, fui inspirada a dizer: “Pense em todas as coisas pelas quais a senhora tem motivo de ser grata a Deus, porque só nos acontece por inteiro o bem que compreendemos conscientemente com gratidão.”

Foi esta apenas uma palavra de encorajamento humano na primeira milha que andamos juntas. Mas aparentemente foi eficaz: preparou o pensamento da mulher para um influxo de Verdade e Amor, o primeiro passo da segunda milha. Senti impessoalmente a individualidade do homem iluminada pela luz divina e em silêncio agradeci a Deus pelo amor que Ele tem por Seus filhos. Percebi que a segunda milha seria uma senda ascendente de alegria, e senti-me confiante de que minha vizinha estava tomando parte nessa experiência.

Isso demonstrou ser verdade, pois quando ela internou-se no hospital a hemorragia havia cessado, o que parecia incompreensível aos médicos. Não obstante, ela ficou em observação por vários dias, e mais tarde recebeu alta com o veredito de “Boa saúde”. Tal experiência e outra cura tornaram-se o fundamento de minha apresentação da Ciência Cristã à essa vizinha.

Não é suficiente para nós como Cientistas Cristãos executarmos o dever comum de um vizinho humano, contando ao próximo o modo de agir da Ciência Cristã ou instruindo-o na verdade, em teoria. Não. É necessário andarmos com ele a segunda milha, a vivência presente da Verdade e do Amor e a alegria dessa vivência. Então estaremos seguindo de boa vontade a ordem de nosso Mestre: “Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.”

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