Como resultado de uma cura pela Ciência Cristã, aprendi uma lição muito útil de como permanecer inocente da crença na realidade da doença.
Eu tinha visto casualmente um comercial na televisão onde uma atriz ao piano mostrava como podia continuar tocando, com o uso de medicamentos, apesar do estado doloroso de suas mãos. Aparentemente aceitei, sem intenção, aquele quadro de sofrimento. Certo é que não fiz nenhum esforço mental para refutá-lo, na ocasião, e inconscientemente aceitei sua influência.
Pouco tempo depois comecei a sentir os mesmos sintomas que a pianista do anúncio dissera estar sofrendo.
O resultado deste descuido era tão aparente que chegava a ser cómico, mas meus dedos doíam. Assim foi que comecei a negar imediatamente e de modo específico toda falsa impressão que se apresentava ao pensamento, substituindo-a pelo fato oposto, a Verdade.
Declarei, por exemplo, que o pensamento errado não fazia parte de minha consciência legítima. A consciência do homem é o reflexo da Mente divina. Essa é a única consciência real, inteiramente boa e harmoniosa, e por isso não está ciente do sofrimento. Afirmei que, por ser a minha verdadeira consciência o reflexo da consciência divina, eu não podia ser culpado de pensamentos erróneos ou de sofrimento. Também neguei que a matéria — vista como ossos, músculos, nervos e assim por diante — constituísse o homem. Declarei que o homem é idéia, a manifestação da Mente, e por isso é inteiramente espiritual.
Esse raciocínio espiritual mostrou-me que uma mentira nunca se torna realidade, e que a crença errónea nunca se torna estado real; portanto, eu estava inocente de violar qualquer lei. Para firmar-me a essas verdades foi necessária alguma persistência, mas como resultado os sintomas de doença logo desapareceram, a dor cessou, e as mãos se tornaram perfeitamente normais desde então.
Enquanto orava durante essa experiência de cura, lembrei-me de um trecho da Bíblia: “E livrará até ao que não é inocente; sim, será libertado, graças à pureza de tuas mãos.” Jó 22:30; A New English Bible dá esta tradução: “Ele livrará o inocente, e tu serás libertado, porque tuas mãos estão limpas.”
Tivesse eu, no início, mantido minha inocência, não teria passado pela experiência do sofrimento. Todavia, a experiência foi boa, indicando a necessidade de vigiarmos cuidadosamente, e a todo instante, os nossos pensamentos, mantendo-os inocentes do erro e alerta ao que é verdadeiro. O problema existia apenas em meu pensamento, e ali devia ser corrigido. Minha libertação veio quando purifiquei meu pensamento e reconheci o Espírito como minha verdadeira substância.
O pensamento espiritual estabelece que Deus é a única causa real, o Tudo-em tudo, e o homem pertence a Deus como Seu efeito, Sua imagem e semelhança. Porque Deus é Espírito, o homem é espiritual, agora e para sempre. O Espírito é sua fonte e substância. Em realidade, não "entramos" em união com o Espírito; já estamos unidos a ele.
A Sr.a Eddy escreve em Ciência e Saúde: “O homem é perfeito na proporção de sua pureza; e a perfeição é a ordem do ser celestial, que demonstra a Vida em Cristo, o ideal espiritual da Vida.” Ciência e Saúde, p. 337;
A inocência requer vigilância espiritual constante e pureza de pensamento. Cristo Jesus ensinou: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.” Mateus 5:8; Essa pureza de pensamento revela a verdade que destrói qualquer desarmonia. Discerne a presença da realidade espiritual ali mesmo onde seu oposto parece estar.
Por ser Deus o Espírito e a Verdade, tudo o que é real também tem de ser espiritual. O Espírito não pode incluir qualquer elemento de matéria ou limitação, nem a Verdade qualquer erro ou engano. O Espírito e a Verdade são absolutamente puros, livres da combinação bem e mal. Consequentemente sua expressão, o homem e o universo, está livre de impureza ou imperfeição.
A mente carnal, ou mortal, crê na fusão do bem e do mal, crê que certa imperfeição pode infiltrar-se no bem. Mas a Verdade desmascara qualquer implicação de envolvimento com seu oposto, o mal, como sendo uma mentira, sem qualquer realidade. A mentira não faz parte do homem, não faz parte de nós. A verdadeira segurança é encontrada na inocência e a inocência não inclui qualquer envolvimento com o mal. Encontramos nossa segurança quando harmonizamos o pensamento com a verdade divina do ser que revela a natureza espiritual do homem como reflexo da Verdade.
A Sr.a Eddy escreve: “Deus cria o homem perfeito e eterno à Sua própria imagem. Logo o homem é a imagem, idéia ou semelhança da perfeição — um ideal que não pode decair de sua inerente união com o Amor divino, de sua imaculada pureza e perfeição original.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 262.
Esse é o homem que somos. Esse relacionamento indivisível e indestrutível entre Deus e o homem é a verdade eterna do ser.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro,
e renova dentro em mim um espirito inabalável.
Salmos 51:10
