A Bíblia nos anima a confiar em Deus sempre, até mesmo quando estivermos com medo. A Ciência Cristã proporciona-nos um método seguro que nos habilita a abandonar o medo humano instintivo e passar a ter confiança divinamente inspirada.
Esta religião revela que o medo, tal como todos os demais males, não nos pertence. Ele não faz parte de nossa natureza real, outorgada por Deus. Apesar de parecer haver evoluído como um fator inato de sobrevivência no reino animal (como o sugere um enfoque materialista do universo), o medo não faz parte do verdadeiro universo espiritual e do homem real, a semelhança de Deus, o Amor. Quando compreendermos esses fatos espirituais perceberemos que o medo é um obstáculo que podemos aprender a rejeitar.
Apoiada na revelação bíblica, a Ciência Cristã explica, sob um ponto de vista lógico, que só nos pertence aquilo que Deus nos concede, e que Ele, sendo Espírito totalmente sábio, bom, e amoroso, dá-nos Suas próprias qualidades espirituais e boas. E essas estão corporificadas para sempre em nossa verdadeira identidade.
Porque Ele é a Mente divina, somos idéias espirituais que expressam Sua natureza. Como poderia Deus, em Sua própria onipotência, onisciência e onipresença, criar idéias destituídas de confiança nEle? O homem — o verdadeiro homem espiritual, criado por Ele à Sua própria imagem e semelhança, segundo nos relata a Bíblia — está inevitavelmente e para sempre em perfeita paz com Deus.
A lógica divinamente inspirada da Sr.a Eddy mostra-nos o medo tal qual ele é — uma mentira acerca do homem criado por Deus. Isso nos proporciona um inestimável discernimento sobre a maneira de nos livrarmos de nossos temores, seja qual for a forma que tomem, pois podemos facilmente perceber que uma mentira não pode continuar a dominar-nos uma vez que nos seja conhecida a verdade.
E a verdade — como Jesus indicou quando ensinou os discípulos a orar: “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome” Mateus 6:9; — é de que somos filhos de Deus, que a Ele pertencemos. Ele é Amor, o perfeito Amor, que, como a Bíblia declara, lança fora o medo. V. 1 João 4:18; Portanto, o medo nunca penetrou no reino de Deus, o reino do real.
Obviamente, enquanto acreditarmos estar separados da onipresença do Amor, certamente sentir-nos-emos inaptos e temerosos. Nossos temores podem assumir as mais variadas formas — medo de outras pessoas, de doença, da velhice, da pobreza, de insucesso no trabalho, e assim por diante. Ora, todas essas formas são basicamente o mesmo temor, ou seja, o medo de que, de uma maneira ou de outra, o bem em nossa vida possa ser sobrepujado pelo mal.
O mal deriva da falsa suposição de haver um poder separado de Deus. É a falsa crença o que devemos destruir, e não um poder mau. Para fazê-lo, necessitamos da compreensão científica e do consolo da Ciência Cristã, a qual nos mostra ser impossível que Deus, o bem, sendo infinito e portanto Tudo, possa causar o mal ou permitir sua existência. A Verdade, Deus, é presença total e Ele é o bem sempre ativo. Precisamos afirmar que não há mal de qualquer espécie, em lugar algum, que devamos temer. Se pensamos que há, é porque estamos acreditando que o universo e nós mesmos somos algo diferente daquilo que verdadeiramente somos.
Não somos seres humanos dominados pelo temor, mas idéias divinas destemidas, porque é assim que Deus nos criou. Por sermos o que somos, nunca podemos estar envolvidos em esforços cheios de pânico para escapar de temores supostamente inatos, pois tais temores inatos não existem. Simplesmente fazem parte de um falso ponto de vista que vê o homem como evoluído da matéria. Mas o homem é obra do Espírito e, portanto, é totalmente espiritual.
Pertencemos ao Amor divino, Deus, e tudo o que está de acordo com o Amor é nosso para ser usufruído. Disse Cristo Jesus: “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino.” Lucas 12:32 ; O reino que o Amor dá ao homem é a consciência do Amor infinito e sua infinidade de pensamentos cheios de amor, totalmente isentos de medo.
Jesus disse-nos que esse reino celestial está dentro em nós; e a Ciência Cristã confirma e elucida essas palavras ao explicar que cada um de nós tem dentro de sua consciência vim sentido espiritual do universo. Na medida em que compreendemos Deus, entramos nessa consciência celestial, que em sua plenitude é a felicidade isenta de medo, proporcionada pelo Amor, que é Tudo. Escreve a Sr.a Eddy: “O sentido espiritual é uma capacidade consciente e constante de compreender Deus.” Ciência e Saúde, p. 209;
Se o medo continua a perturbar, podemos obter grande ajuda ao ponderar as palavras da Sr.a Eddy em Miscellaneous Writings: “O amor a Deus, e não o medo ao mal, é o incentivo na Ciência.” Mis., p. 279.
A consciência material mesmérica sempre tenta fazer com que nos focalizemos em nossos temores; que coloquemos esses temores em primeiro plano no nosso pensamento como se fossem de primordial importância para nós. Essa é uma tendência típica do mal — a de tentar usurpar o lugar que de direito pertence a Deus em nossos corações; colocar o pavor ao mal onde a devoção a Deus deve ser soberana. Mas quando volvermos nosso olhar para longe do temor, quando pararmos de pensar nele e de visualizar a situação ou a pessoa que nos causa problemas, e ao invés, deixarmos que o sentido espiritual nos dê, por meio da oração, o sentido da presença de Deus e nos traga Suas verdades confortantes e específicas, estaremos alimentando nosso amor a Deus. Nossa recompensa espiritual estará assegurada.
Entretanto, é bom lembrar que aqueles que inicialmente volveram-se à Ciência Cristã em busca de benefícios pessoais, aprenderam mais tarde que a cura que obtiveram e o medo de que se livraram graças a essa Ciência, origina-se de um certo grau de regeneração, de uma melhoria na nossa perspectiva mental, da rendição de certa área de egoísmo em troca de certa medida de semelhança divina.
Todas as bênçãos de Deus — mesmo quando manifestadas como cura física ou como o suprimento de objetos aparentemente materiais necessários à nossa existência humana atual — são em primeiro lugar, e de modo mais precioso, o despontar ao nosso pensamento de algum aspecto da verdade acerca de nossa verdadeira identidade espiritual em Cristo. A melhoria genuína somente pode advir de um tal despertar para a nossa identidade outorgada por Deus como uma expressão do Amor ativo.
Se compreendermos nossa parte no modo de Vida impelido por Deus, almejaremos praticamente ser caridosos, auxiliando outros por um motivo espiritual. Então, ao invés de vivermos com medo e na insegurança, tentando enfrentar nossos problemas como se fôssemos mortais isolados e incapazes, gradativamente experimentaremos a sensação serena de sermos conduzidos e fortificados por Deus, num universo onde não há nada para ser temido, porque tudo o que Ele fez expressa Seu amor, que exclui o medo.
Esssa consciência destemida que Cristo Jesus possuía, ele provou ser a verdadeira consciência, ou a consciência da Verdade, que vence todo o mal, até mesmo a morte. À medida que, em espírito de oração, esforçarmo-nos para fazer dela a nossa consciência diária e corporificá-la em atos frutíferos para o bem de todos, tornar-nos-emos mais e mais conscientes de Deus como nosso Pai amoroso e sempre presente, em quem podemos ter confiança total, e de nossas verdadeiras identidades como Seus filhos amorosos.
