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A CONTINUIDADE DA BÍBLIA

[Série de artigos que mostram o desenvolvimento progressivo do Cristo, a Verdade, do começo ao fim das Escrituras.]

O segundo mandamento

Da edição de novembro de 1975 dO Arauto da Ciência Cristã


O segundo mandamento do Decálogo Mosaico, que começa dizendo: “Não farás para ti imagem de escultura” (Êxodo 20:4), foi desobedecido pelos israelitas, mesmo antes de estar gravado em pedra, provando assim a grande necessidade de estabelecer tais preceitos.

Quando a prolongada comunhão de Moisés com o Todo-Poderoso no cume do Monte Sinai chegava ao fim, os israelitas, esperando impacientemente na planície em baixo, chegaram, ao que parece, à conclusão, de que seu líder, e presumivelmente o Deus a quem ele adorava, os haviam abandonado. Dirigindo-se a Arão, irmão de Moisés, clamaram: ”Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; pois quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe terá sucedido” (Êxodo 32:1).

Influenciado pelo plano deles, Arão bem depressa lhe deu aquiescência, fundindo adornos de ouro fornecidos pelo povo e, fazendo um bezerro de ouro, assegurou-lhes que aí estava um dos deuses que eles desejavam. Antes de sair do Egito, é bem possível que o povo tivesse visto imagens semelhantes de Ápis, o touro sagrado, por vezes adorado naquele país como símbolo de resistência, vigor e força.

Depois de haver recebido os mandamentos gravados em tábuas de pedra, Moisés, descendo pelas faldas da montanha, ouviu os cânticos e as gargalhadas do povo e rapidamente percebeu que o júbilo estava ligado à adoração dessa pretensa divindade, o bezerro de ouro. Jogou o bezerro por terra e o reduziu a pó, ao passo que castigos severos foram impostos aos israelitas recalcitrantes.

Mais tarde na história dos hebreus, apareceram novamente remanescentes de tal adoração idólatra, pois Jeroboão erigiu dois bezerros de ouro na região norte de Israel, muitas vezes chamada Samaria (V. 1 Reis 12:28, 29); o profeta Oséias, porém, permaneceu coerentemente leal ao verdadeiro Deus e asseverou que “em pedaços será desfeito o bezerro de Samaria” (Oséias 8:6).

Uma analogia bem semelhante à dessa imagem de ouro encontra-se na afirmação que o Mestre fez no Sermão do Monte (Mateus 6:24): “Não podeis servir a Deus e a Mamon” — sendo Mamon uma palavra aramaica comumente empregada na acepção de dinheiro ou riquezas. Acaso não é evidente aqui, como em numerosos outros trechos, que Cristo Jesus não concedia lugar a uma lealdade dividida? O profeta Elias expressou um pensamento semelhante nas palavras: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o” (1 Reis 18:21) — palavras essas que se tornam ainda mais vívidas à luz do fato de que, quando a versão King James estava sendo preparada, o verbo inglês, ora traduzido como “coxear”, significava mais estritamente mancar ou ser aleijado. Para o profeta, assim como para o próprio Mestre, uma devoção parcial, claudicante, no serviço a Deus não era de verdadeiro valor.

O segundo mandamento nem sempre é corretamente interpretado. Nele se faz referência à Divindade como a um “Deus zeloso”. Ora, a palavra hebraica, que na Bíblia portuguesa é traduzida como “zeloso”, pode muito bem ser interpretada como “cheio de ciúme”. A palavra ciúme mostra com clareza a constante exigência de Deus de se prestar devoção exclusiva a Seu serviço e à Sua lei, sem a menor inclinação para os ídolos ou imagens de qualquer nome ou natureza.

Embora Cristo Jesus não cite o segundo mandamento nas bem conhecidas palavras do Êxodo, sua aceitação dessa mensagem e sua recusa em partilhar da idolatria ou da materialidade sob qualquer forma, estão certamente expostas nesta penetrante declaração à mulher samaritana: “Deus é espírito” e Deus deve ser adorado “em espírito e em verdade” (João 4:24).

Em verdade, a aceitação do homem como a imagem e semelhança de Deus não deixa lugar à adoração de imagens materiais.

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