Jesus provou a continuidade ininterrupta da Vida. Por seu próprio modo individual de viver e curar, ele mostrou que a Vida é Deus e que as leis espirituais da Vida se manifestam para sempre em continuidade, perfeição e atividade não enfraquecida. A Ciência Cristã revela a aplicabilidade universal do exemplo dado por nosso Modelo, tornando possível a toda a humanidade demonstrar as leis da Vida.
Para se alcançar uma paz coletiva, não há outro meio, a não ser através da compreensão individual, com a qual homens, mulheres e crianças chegam a reconhecer sua verdadeira identidade como filhos do Deus vivo. Na medida em que aceitam sua herança divina, refletindo o amor imparcial do Pai, por verem como verdadeiro nos outros aquilo que desejam que outros vejam como verdadeiro em si próprios, algo mais do que sua vida individual é afetada. Começam a vislumbrar a coexistência ininterrupta e não enfraquecida da criação de Deus, sob Seu governo.
Entretanto, o aparecimento de um governo orientado por Deus depende de que os homens se identifiquem melhor com a Vida que é Deus, e que a expressem em seu viver diário. Para se ter uma paz autêntica, é preciso aceitar mais amplamente a verdade de que as leis de Deus, as leis da Vida todo-harmoniosa, são onipotentes assim na terra como no céu.
Será inevitável então vir o tempo em que os acordos políticos e econômicos entre as nações não mais se basearão em teorias e sistemas — sistemas aos quais tão freqüentemente se chega por meio de expedientes materialistas e da guerra. Não será também mera interrupção de conflitos por parte de nações que clamam: “Paz, paz; quando não há paz.” Jeremias 6:14; Mas a paz será feita e mantida por meio da obtenção e manutenção dos valores espirituais concretos oriundos da única fonte e do único criador — da Mente verdadeira do homem, que é o próprio Amor divino.
No artigo intitulado “A Prevenção e a Cura do Divórcio”, a Sr.a Eddy faz uma analogia entre acertar as divergências dos casais mediante o divórcio e acertar as disputas entre as nações por meio da guerra. A esse respeito, escreve: “O divórcio e a guerra devem ser exterminados de acordo com o Princípio da lei e do evangelho — a manutenção dos direitos individuais, a justiça dos códigos civis, e o poder da Verdade elevando os motivos dos homens.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 268;
A experiência de uma jovem que estava estudando a Ciência Cristã enquanto o marido servia na guerra, ilustra o que alguém pode fazer no sentido de ajudar na obtenção da paz internacional. Observem que quando o pensamento está preparado para isso, o indivíduo se torna um pacificador. Nada poderá impedi-lo de saber o que deve saber, nem evitar que ele seja receptivo àquilo que melhor promova seu crescimento e paz espirituais.
Depois de terminada a guerra, aquela senhora assistiu a uma reunião em que o orador fez uma palestra instrutiva, porém materialista, sobre a guerra e a paz. O pensamento dela, imbuído das verdades da Ciência Cristã, que havia estudado, elevou-se acima da mensagem do orador: “A paz, como experiência coletiva”, pensou ela, “é o fruto da paz compreendida e vivida individualmente. Enquanto se recorrer ao divórcio nos casamentos como um meio para obter harmonia, o divórcio e a guerra entre as nações serão os meios a que se irá recorrer para alcançar a paz nacional.”
O divórcio parecia iminente na vida particular dessa jovem. Ela e o marido mantinham pontos de vista diametralmente opostos com respeito à Ciência Cristã e à educação de seus filhos. Mas agora ela via que, se cedesse ao divórcio, como solução para o dilema, estaria concordando com os elementos que dão origem à guerra no mundo e estaria até apoiando-os. Foi como se as letras da palavra “Cristã” após “Ciência”, se iluminassem diante de seus olhos.
Ela aceitava sem reservas o fato de que a Ciência Cristã era o único remédio para todos os seus males, e pensava que isso também fosse naturalmente aceito com relação a seus filhos. Porém, a atitude cristã de levar em consideração o direito que o marido tinha, de tomar decisões em relação aos filhos, fora totalmente posta de lado. Agora, que reconhecia seu egotismo, propôs de boa vontade mudar radicalmente essa atitude a fim de encontrar um ponto comum a ambos. Pacientemente, cada um dos pais trabalhou para atingir essa meta. Quando as facções conflituosas da vontade própria, do medo e do ressentimento cederam lugar à fé na atividade infalível do Princípio divino, o Amor, o Cristo sanador, como o revela a Ciência Cristã, ela foi aceita de todo o coração por toda a família.
A cura das pessoas prenuncia a cura das nações. Em todos os ensinamentos da Ciência Cristã acha-se isso implícito. A Ciência Cristã mostra-nos como implementar cientificamente esta declaração vital que se acha no Preâmbulo da Constituição da UNESCO: “Uma vez que as guerras começam nas mentes dos homens, é nas mentes dos homens que se devem construir as defesas da paz.”
No palco da paz mundial, todo ser humano está qualificado para desempenhar um papel. Primeiro, precisa ele ter interesse pelos seus concidadãos. Só então pode assumir responsabilidade pela sua contribuição à pacificação. Com uma compreensão espiritual e prática da realidade divina, pode enfrentar os motivos que se agregam para produzir a guerra — o despotismo, a intolerância, a injustiça, a ignorância, o medo e coisas semelhantes — que querem alojar-se na mentalidade dos homens, sempre que os mesmos sejam receptivos a esses erros.
Contudo, se alguém tiver acolhido qualquer uma, ou todas essas qualidades ofensivas, estará, não obstante, capacitado a usar a iniciativa, que Deus lhe deu, para recusar-lhes, por mais tempo, alojamento em sua consciência. Pode começar a expulsá-las sem demora. O ódio, a vingança, a inveja, a luxúria, a sensualidade, a limitação — também estes são inimigos da paz entre os homens e, se merecerem condescendência, poderão mostrar seu aspecto coletivo, explodir numa conflagração e incendiar-se numa guerra.
A luta entre os povos continuará de uma forma ou de outra, até que a humanidade, como um todo, se regenere moral e espiritualmente. O simples cerrar fileiras com o descontentamento e o erguer cartazes de “Abaixo a Guerra”, nunca proporcionarão a paz ou a boa-vontade entre os homens. Ao passo que seguir nas pegadas do Mestre e cumprir as leis da Vida, como ele o fez, trará a paz. A paz não é passiva — tampouco é revolucionária. É preciso que seja elaborada e mantida para promulgar a vida que é o amor e o amor que é a vida.
Como pode alguém ajudar o mundo a ser aquilo que Deus pretende que Seu universo seja, e o que ele realmente é para sempre? Antes de mais nada, pode, cientificamente, deixar de ver o que a mente mortal parece ver e ser; e em lugar disso, pode ver o fato espiritual. Reconhecidamente, o mundo é um paciente invulgar, mas é um paciente que pode ser tratado em comum por toda a humanidade. Como poderá melhorar, quando é tão imensamente maior do que todas as pessoas que trabalham por ele? O fato espiritual é que no homem se acha incluído o universo. Todo conceito verdadeiro que este universo abrange está no homem e não fora dele. Por isso, temos domínio. Temos capacidade de substituir as crenças materiais de nosso mundo humano pela substancialidade do Espírito, a causa de tudo o que nele é real e bom.
Adquirimos a paz na terra quando habitamos individualmente no lugar secreto, ou seja, na Mente que havia em Cristo Jesus. Esta consciência verdadeira, embora oculta ao sentido material, é conhecida para sempre pelo criador de todo o bem. O despontar da luz do Cristo, a Verdade, no pensamento e na vida individual, abre a porta à compreensão mais profunda da infinidade de Deus — Sua onipresença e onipotência. Para que o mundo seja curado desse tumor canceroso que é a guerra, é preciso que a humanidade toda trabalhe nesse sentido.
As mesmas errôneas tendências de caráter, que sempre contribuíram para os conflitos, as mesmas lutas, os ferimentos, o sofrimento, a guerra e a morte, que têm ocorrido através dos tempos, reaparecem hoje por meio daquilo que se poderia chamar de lei coletiva de hereditariedade. Como o mal não foi enfrentado anteriormente, ele reapareceu de novo. E ameaça reaparecer “ad infinitum” até que, à luz da Ciência Cristã, seja ele visto como mera sugestão mental agressiva que pretende ter uma história no passado.
Uma vez reconhecidas, as sugestões do mal que estão ligadas ao problema, podem ser despersonalizadas e vencidas como irrealidades, como negações da criação de Deus, que é sempre boa. Com referência a isso, a Sr.a Eddy diz: “Não saber que uma falsa pretensão, é falsa, é incorrer no perigo de se acreditar nela; daí a utilidade de se conhecer o mal com acerto e então reduzir sua pretensão ao seu denominador comum — ninguém e nada.” Miscellaneous Writings, p. 108.
Esta medida faz dos homens e mulheres, senhores sobre o mesmerismo do mundo, e não servos dele. E é dever dos Cientistas Cristãos, em seu trabalho em prol do mundo, reduzir cientificamente ao nada os erros acerca dos quais lêem nos jornais, se querem impedir que esses erros cresçam e venham a assumir proporções de guerra. Pois, até que o povo desperte para a realidade espiritual de que todos têm uma só Mente — Deus, ou o bem — o universo de cada um continuará a ser aquele da contrafação da falsa crença.
A Verdade substitui a pseudo lei do mal hereditário pela lei perpétua da Vida — a Vida que não conhece vida ferida, vida que definha, ou a morte — a Vida que é sinônimo de Deus, a Mente que é o Pai, refletindo-se a si mesma, infinitamente, em inteligência, imortalidade, domínio e harmonia, que enunciam o homem.
É através de uma persistente compreensão e da vivência de tal verdade, que virá a solução estável e necessária, o governo das nações cientificamente elaborado. Tendo suas raízes no governo de Deus, estará ele baseado em conhecimento prático acerca de Deus e de Suas leis espirituais, que constituem e controlam o universo. Então, a lei e a ordem concebidas humanamente, prevalecerão; pois se verá que as leis de Deus são onipotentes assim na terra como no céu.
Conta-se a história de um pai que não conseguia ler o jornal devido às contínuas interrupções de seu filhinho. O pai, então, cortou um mapa-múndi em pedaços pequenos e os jogou no chão. Alguns minutos mais tarde, o menino disse-lhe já estar pronto o quebracabeça. O pai, que esperava desfrutar um pouco de sossego, perguntou: “Como pudeste resolver tão rápido esse quebra-cabeça do mundo, quando nem mesmo sabes geografia?” A criança respondeu simplesmente: “Ora, papai, atrás do mapa havia a figura de um homem. E quando eu juntei os pedaços do homem, juntei os pedaços do mundo.”
Eis a resposta à questão da paz internacional. A humanidade precisa despertar da crença de que a paz entre os homens e as nações depende apenas de tratados assinados por representantes de governos, uma estrutura temporal, sobre uma base material. Em vez disso, a paz só pode ser conseguida através do governo da Mente única, que se expressa imparcialmente nos negócios do mundo. Valendo-se dessa Mente verdadeira, aqueles que têm a seu cargo o governo humano, podem adequadamente governar-se por si mesmos no interesse comum da humanidade universal.
À página 340 de Ciência e Saúde, a Sr.a Eddy resume essa questão, da seguinte forma: “Um só Deus infinito, o bem, unifica homens e nações; constitui a fraternidade dos homens; põe fim às guerras; cumpre o preceito das Escrituras: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo»; aniquila a idolatria pagã e a cristã — tudo o que está errado nos códigos sociais, civis, criminais, políticos e religiosos; estabelece a igualdade dos sexos; anula a maldição sobre o homem, e não deixa nada que possa pecar, sofrer, ser punido ou destruído.”