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O raciocínio humano e a segurança

Da edição de abril de 1975 dO Arauto da Ciência Cristã


As autoridades haviam alertado a população devido à tempestade. O vento e a chuva estavam batendo contra o lado leste do edifício em rajadas de até 110 quilômetros por hora. Uma das janelas parecia gemer em sinal de protesto, e a família receava que o vento a escancarasse.

No entanto, enquanto olhávamos para ela e nos perguntávamos o que poderíamos fazer, vimos de repente que uma folha da janela movia-se perigosamente nas dobradiças de cima e na da base, e a força do vento contra uma metade da janela, que parecia forçá-la a abrir-se, era contrabalançada pela mesma força sobre a outra metade, que parecia forçála a permanecer fechada. Que alívio! Mas acaso isso representava a segurança verdadeira?

Não. O raciocínio humano baseado na matéria é como areia movediça: não nos proporciona base sólida sobre a qual descansar, mas puxa-nos cada vez mais para as profundezas, para a incerteza, a especulação e o medo. No caso da janela, a compreensão das “forças equivalentes” acalmou um dos receios. Mas suponhamos que a janela se quebrasse devido a algum objeto lançado contra ela — que fazer? A sensação de segurança real veio apenas quando nosso pensamento ergueu-se completamente acima da especulação humana sobre o perigo que a tormenta oferecia, e foi repousar na presença e no poder de Deus.

Deus é supremo; Ele é Tudo. Não há outro poder ou presença. A Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris’tiann sai’ennss. afirma que por ser Deus, a Mente divina, o criador do universo, inclusive o homem, tudo quanto Ele fez O reflete. Portanto, toda realidade é boa. Para que o mal ou as forças destruidoras fossem reais, deveriam ser criadas por Deus, ou vir de Deus, senão constituiriam outro poder, um poder à parte de Deus. Mas isso é impossível, pois Deus, a Mente, não poderia criar coisa alguma dessemelhante de Si mesmo, e Ele é infinito, sem coisa alguma que Lhe seja contrária.

Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “A Mente é a grande criadora, e não pode haver poder algum exceto aquele que é derivado da Mente. Se a Mente foi a primeira cronologicamente, se é a primeira em potencial e se tem de ser a primeira para sempre, então dá à Mente a glória, a majestade, o império e a soberania devidos por toda a eternidade ao seu santo nome.” Ciência e Saúde, p. 143;

O homem, por ser o reflexo de Deus, possui, por reflexo, sabedoria e compreensão, harmonia e domínio. Essas são qualidades da Mente, que não incluem medo ou mal. Com elas podemos conseguir domínio sobre o medo e a sensação de insegurança. Isso não precisa levar dias, ou mesmo horas, mas pode vir imediatamente ao nos volvermos de todo coração a Deus, a Mente única.

Esta declaração da Sr.a Eddy reforça seu penhor de garantia: “A compreensão de que o Ego é Mente, e de que há só uma Mente ou inteligência, começa de imediato a destruir os erros do sentido mortal e a proporcionar a verdade do sentido imortal.” A declaração continua: “Essa compreensão torna o corpo harmonioso; faz com que os nervos, os ossos, o cérebro etc. sejam servos, em vez de senhores.” ibid., p. 216;

Foi esse o resultado na nossa experiência quando vencemos o medo à tempestade. Quando nos compenetramos do poder e da presença da Mente, os nervos e o cérebro tornaram-se imediatamente servos. O medo e a especulação foram silenciados, anulados; e embora a tempestade continuasse, estávamos em paz e não mais sentíamos qualquer ansiedade ou dificuldade.

Cristo Jesus, tal como o provam seus ensinamentos e curas, conhecia o poder e a presença de Deus. Demonstrou suprimento quando foi necessário, alimentando a multidão com uns poucos pães e peixes. Como não tinha medo do “imundo”, tocou os leprosos e os curou. Uma turba furiosa não o assustou, e ele não deu mostras de qualquer sensação de insegurança sobre as águas encapeladas do Mar da Galiléia.

A experiência de Pedro com Jesus durante uma tempestade naquele lago é uma lição proveitosa na demonstração da verdadeira segurança. Quando Pedro viu Jesus andando sobre as ondas encapeladas a fim de se juntar aos discípulos no barco açoitado pela tempestade, disse: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas.” Mateus 14:28; Jesus disselhe que viesse, e sem qualquer problema Pedro andou sobre a água, até que desviou seu olhar de Jesus e atentou para o vendaval tempestuoso. Foi então que teve medo e começou a afundar. Mas Jesus segurando-o disse: “Homem de pequena fé, por que duvidaste?”

Se mantivermos nossos olhos mentais, nossos pensamentos, fitos em Cristo, a Verdade, poderemos sentir-nos seguros, tal como Pedro de início se sentiu. Mas se, como ele, desviarmos o olhar e atentarmos para as ameaças do erro, o medo tomará conta de nós e começaremos a afundar.

A mente mortal sempre quer pensar no reino material e fenomenal. Ilude-se a acreditar que aquilo que é material, é real. O magnetismo animal, o mesmerismo do sentido material, gostaria de substituir as idéias da Mente pelos objetos da crença mortal. Isso gera insegurança porque o pensamento da mente mortal acredita que tanto o mal como o bem são reais, e teme que o mal seja até mais poderoso do que o bem.

Quando confiamos no sentido material, somos enredados rapidamente pela crença no bem e no mal e caímos nas malhas da insegurança. Mas o Cristo salvador está justamente onde o mal parece estar — a solução está justamente à mão. Podemos desviar o olhar da matéria e volvê-lo para Deus, a Mente divina. Quando mantemos o pensamento em Deus, achamos harmonia, paz e segurança.

O raciocínio humano baseado na crença na realidade da matéria é sempre incorreto. É incorreto porque a matéria é irreal. Isso talvez pareça difícil de se aceitar, pois freqüentemente existe orgulho da habilidade de racionalizar a partir do que se chama a base do bom senso. Em Ciência e Saúde encontramos esta declaração incisiva: “Para raciocinar corretamente deve estar presente no pensamento uma só realidade, a saber, a existência espiritual.” Ciência e Saúde, p. 492.

As conclusões que se baseiam nas aparências, nas impressões pessoais limitadas, deixam-nos freqüentemente em dúvida, confusos e insatisfeitos, visto que, na maioria dos casos, o raciocínio humano não leva em consideração a existência espiritual. Tomemos como exemplo essa questão muito discutida — a de segurança no emprego. Muitos acham que a procura de tal segurança, por se apoiar nas estatísticas materiais, é o mesmo que tentar captar um arco-íris com um balde. O medo pode ter início na necessidade de se tomar uma decisão quanto à carreira a seguir; então podem surgir perguntas tais como: Acaso tenho realmente o treino apropriado? Será que posso conseguir emprego? A sensação de insegurança raras vezes cessa aí, mas continua: Será que posso dar um desempenho satisfatório? Será que me darão promoção e aumento de ordenado? O emprego durará? A margem de benefícios será compensadora?

Sempre há uma preocupação adicional, um outro problema possível, quando a questão da segurança é encarada através do raciocínio da mente mortal. Mas Deus, a Mente divina, tem a resposta e tem abundância de bem para cada um de Seus filhos. E quando nos volvemos a nosso carinhoso Pai-Mãe Deus, nunca duvidando, e seguimos Sua orientação, podemos descansar na certeza de que teremos tudo quanto necessitamos. Não seremos açoitados pelos ventos da dúvida, nem afundaremos nas ondas do medo. Teremos verdadeira segurança.

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