Para todos nós, os amigos mudam, o lar e o ambiente de trabalho também, e as pressões do mundo persistem em variedade incessante. Para onde se pode ir a fim de sentir segurança?
Cristo Jesus provou que podia ir a qualquer parte e sentir-se em segurança. Ele teve diante de si várias espécies de situações que ameaçavam sua vida e segurança. Em vez de focalizar os pensamentos em tumultos, visualizava a humanidade e as mudanças humanas de um ponto de vista estritamente espiritual. Compreendia que Deus é Espírito, e que o homem, feito à Sua semelhança, é espiritual. Logo, o homem habita no Espírito, onde a mentalidade inclinada para as coisas da carne não o pode encontrar. Um estudo cuidadoso das experiências de Jesus, como se encontram registradas nas Escrituras, revela o quanto ele estava consciente da sua filiação espiritual a Deus. Isso o habilitou a encarar espiritualmente os acontecimentos ao seu redor. Compreendia, que Deus, o Espírito, a Vida divina, estava sempre presente e a tudo governava. “O Espírito é o que vivifica” João 6:63;, disse ele.
Jesus demonstrou o cuidado carinhoso de Deus para com todos. Ele sabia para onde se volver a fim de encontrar a segurança da proteção divina. Como se acha relatado na Bíblia, Jesus fizera um sermão na sinagoga de Nazaré, a cidade em que havia morado, e se identificara com a profecia de Isaías concernente ao Messias. Ora, isso e a repreensão que fez aos habitantes da cidade por causa da falta de receptividade deles, os enraiveceu. “Todos na sinagoga, ouvindo estas cousas, se encheram de ira. E levantando-se, expulsaramno da cidade e o levaram até ao cume do monte sobre o qual estava edificada, para de lá o precipitarem abaixo. Jesus, porém, passando por entre eles, retirou-se.” Lucas 4:28–30; Os sentidos enraivecidos e inclinados às coisas da carne tornaram-se cegos à identidade espiritual dele, porém o fato de Jesus conhecer claramente sua identidade espiritual, protegeu-o do dano que lhe queriam causar.
Jesus volvia-se para os meios espirituais e divinos em busca de suprimento, bem como de proteção. Sua natureza similar à do Cristo revelou o parentesco existente entre o homem e Deus, parentesco esse compreendido e demonstrado por Jesus.
Existe uma unidade espiritual ininterrupta entre todas as idéias de Deus. Ele é o Pai de todas elas. O reconhecimento da paternidade de Deus e da proteção que Ele dispensa a Seus filhos, pode inspirar suficiente fé para demonstrar segurança em meio a circunstâncias humanas ameaçadoras. Volver-se para a Vida, a fonte divina do homem, elimina o medo que se tem dos traços internos e externos da mentalidade carnal. Isso abre o caminho para que tudo quanto seja semelhante a Deus se evidencie em nossa experiência. O mundo tem necessidade de mais natureza divina, tal como Jesus a exemplificou em seu viver diário.
Muitas pessoas dotadas de boas qualidades procuram hoje tornar-se conhecidas como seguidoras de Jesus. Considerando, porém, tudo quanto Jesus fez a fim de mostrar à humanidade como estar próxima de Deus, será que basta simplesmente crer em Jesus?
Mary Baker Eddy aconselha: “Temos de fazer o mesmo, do contrário não nos estaremos valendo das grandes bênçãos que nosso Mestre, com tanto trabalho e sofrimento, nos outorgou.” Ciência e Saúde, p. 25; Também nos diz o que lhe foi revelado devido ao estudo dos ensinamentos e das curas de Jesus, conforme os relatam as Escrituras: “Sua significação espiritual apareceu; e pela primeira vez entendi o ensinamento e a demonstração de Jesus, em seu significado espiritual, bem como o Princípio e a regra da Ciência espiritual e da cura metafísica, — numa palavra, a Ciência Cristã.” Retrospecção e Introspecção, p. 25;
Esta religião ensina como seguir as regras da Ciência espiritual implícita nos ensinamentos e na prática de Jesus. Essas regras também foram testadas na vida da Sr.a Eddy e nas curas que praticou, na medida em que ela provava seguir os ensinamentos de Jesus em sua aplicação cristã e científica às atividades diárias. Ela escreve: “Na década de mil oitocentos e oitenta, cartas anônimas dirigidas a mim continham ameaças de fazer explodir o salão onde eu pregava; no entanto, nunca perdi a fé em Deus, não informei a polícia sobre essas cartas, nem busquei a proteção das leis do meu país. Apoiei-me em Deus, e estava a salvo.” Message to The Mother Church for 1902, p. 15. Todos podem vir a saber como apoiar-se em Deus e estar a salvo, como ser seguidores de Cristo Jesus, tanto em verdade como em demonstração.
Uma amiga minha, quando confrontada com uma situação que dizia respeito à sua segurança, pautou seus pensamentos pelas experiências de Jesus e da Sr.a Eddy. Essa amiga fora convidada a servir, durante três semanas, no Pavilhão da Ciência Cristã na Feira Mundial de Nova Iorque, no horário que ia do fim da tarde até as 11 da noite. Isso fazia com que chegasse de volta ao seu alojamento temporário apenas à meia-noite. Contaram-lhe os assaltos que se tinham verificado naquela vizinhança, muito embora houvesse uma delegacia de polícia na esquina oposta à parada de ônibus. Recomendaramlhe pedir que um carro da patrulha policial esperasse pelo ônibus e a escoltasse até em casa. Mas ela sentiu-se inspirada a rejeitar a sugestão de medo quanto à sua segurança.
Percebeu que havia uma oportunidade de ser uma verdadeira seguidora do Mestre cristão, ao aplicar os ensinamentos da Ciência Cristã e provar a segurança de que o homem desfruta, sob o governo espiritual de Deus. Começou a reconhecer os fatos espirituais e volveu o pensamento para longe das apreensões. Isso significava apoiar-se em Deus mediante a espiritualização do pensamento.
Raciocinou que, como idéia de Deus, só podia estar rodeada por outras idéias Suas, pois Ele conhecia apenas uma criação, e essa era inteiramente boa, inteiramente espiritual. Deus não podia criar condições que produzem crimes. Nem podia Ele produzir um homem capaz de cometer um crime. O homem criado por Deus é impecável. Por isso, pensou que, em realidade, vivia num bairro povoado exclusivamente de idéias de Deus. Podia movimentar-se aí a salvo, protegida e em segurança, sob Seus cuidados.
Além disso, continuou, acaso o Pai celestial a levaria a essa oportunidade para depois a abandonar a fim de que achasse seu próprio plano de segurança por meio de recursos humanos apenas? Por certo que não! Será que toda atividade correta de Deus em relação à Sua idéia, já não estará completamente provida em todos os seus detalhes? Claro que sim! Confiante no poder do Pai em prover-lhe segurança humana, ela, naquela primeira noite, prestou serviços no pavilhão, sentindo-se completamente livre e despreocupada.
Ao voltar para o seu bairro à meia-noite, descobriu, quando desceu do ônibus, que estava acontecendo uma coisa surpreendente. Doze policiais desciam as escadarias da delegacia. Eles se dispersaram, dirigindo-se aos seus carros num estacionamento do outro lado da rua. Enquanto ela caminhava um quarteirão e meio rumo ao edifício em que morava, estava rodeada por esses policiais que, ao volante de seus carros, seguiam pela rua. A mesma coisa aconteceu todas as noites nas três semanas em que ela esteve de serviço, porque essa era a hora regulamentar, de mudança do plantão! Como é sábio confiar nos cuidados de Deus.
Isso não quer dizer que devemos deixar de tomar precauções normais ou depender de policiais para nos tirar de dificuldades que imprudentemente tenhamos provocado. Mas se nos encontrarmos inapelavelmente numa situação insegura, o poder da presença de Deus está sempre à nossa disposição para proteção instantânea. Isso pode ser demonstrado, e a atividade justa pode ser levada a cabo, sem interferência. Mediante tais demonstrações aprendemos o modo de permanecer com mais constância num ambiente mental divino, e isso é justamente o que Jesus fazia.
Em vez de aceitar sugestões que nos enchem de medo a respeito de nosso bairro, ou de nossos vizinhos, e do crime nas ruas, reconheçamos e utilizemos as forças espirituais em favor do bem. Podemos perceber o homem espiritual da maneira como Jesus ensinou. Hoje o amor de Jesus pela humanidade é apresentado de numerosas maneiras ante o pensamento humano. Por exemplo, na peça teatral Godspell, acham-se vividamente rememorados os ensinamentos de Jesus no sentido de que expressemos amor à humanidade, de pessoa a pessoa. Podemos encontrar alento nessas tentativas de levar a religião às ruas, em vez de manter fac-símiles dela guardados a sete chaves atrás das portas das igrejas. A exigência humana por mais amor entre os homens está a pedir uma maneira mais segura de cumprir os ensinamentos do Mestre. É o amor em ação que traz segurança à experiência humana — amor a Deus, o bem, e ao homem à Sua semelhança, e amor à tarefa de vermos em toda parte o homem de bem, criado por Deus.