Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

A solidão pode ser curada

Da edição de abril de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


Em certa época de minha vida, sentia-me muito sozinha. Não parecia ajustar-me harmoniosamente às pessoas que me rodeavam e passava grande parte de meu tempo a sós. Quanto mais me esforçava para fazer novas amizades, pior se tornavam as coisas; sentia-me muito infeliz. Até então sempre me dera bem com todos e tivera bastantes amigos; encarei, portanto, o fato como um desafio.

Essa experiência, contudo, foi realmente uma bênção disfarçada, pois ensinou-me mais sobre mim mesma como filha de Deus. Ensinou-me também a estender-me além daqueles com quem eu desejava fazer amizade, a fim de compreender o homem como o perfeito reflexo da Mente, Deus, e a não ver ninguém como indigno de meu amor e minha amizade. Em suma, foi uma experiência passada no deserto, mas que me ensinou a ser melhor estudante de Ciência Cristã.

Mary Baker Eddy define “deserto” como “solidão; dúvida; trevas. Espontaneidade de pensamento e de idéia; o vestíbulo onde o sentido material das coisas desaparece, e onde o sentido espiritual revela as grandes verdades da existência.” Ciência e Saúde, p. 597;

Como foi que o meu pensamento a respeito dessa situação mudou? Bem, eu conhecia o fato espiritual, isto é, que o homem é uma idéia divina individual e inigualável. É ele precioso para Deus, está apoiado em Sua totalidade e envolto em Seu amor.

Deus, ou a Mente, é infinito e todo-poderoso e o homem expressa de maneira completa as qualidades espirituais da Mente, a Alma. No cenário humano, tais qualidades podem aparecer de muitas formas compreensíveis, tais como inteligência, criatividade, beleza, sabedoria e equilíbrio.

Ao dizer “Eu o Pai somos um” João 10:30;, Cristo Jesus compreendia sua união a Deus, que é o Espírito infinito. Aos olhos de nosso Pai-Mãe Deus, cada um de nós é uma expressão inigualável das qualidades divinas. Não há duplicação no reino divino. O homem espiritual é completo e está satisfeito. Sabendo disso, não precisamos fazer concessões extremas para atrair nosso semelhante ou para satisfazer a quem quer que seja. A Sr.a Eddy diz: “Há uma só atração real, a do Espírito.” Ciência e Saúde, p. 102; O Espírito é o Amor, e sua atração, compreendida, manifesta-se em isenção de caprichos, paz de espírito, dignidade, e em estar cônscio da capacidade própria. O ser controlado por Deus expressa-se humanamente em um sentido correto de proporções ou em um agradável senso de humor a respeito das coisas. Cheguei à conclusão de que uma boa disposição ajuda a atrair aqueles que estão tendo lutas semelhantes às nossas.

Nessa época, eu via outras pessoas com mais amigos porque eram mais bonitas, porque podiam expressar-se bem, tinham trajes mais lindos ou uma casa melhor. Tinha inveja dessas vantagens todas e do que elas pareciam proporcionar. Certo dia, um problema físico forçou-me a estudar noite a dentro. Já que eu desejava chegar à raiz do problema, analisei diligentemente o meu pensamento para descobrir o que precisava de cura. A culpada era a inveja. Usando as Concordâncias da Bíblia e dos escritos da Sr.a Eddy, pesquisei todas as referências sobre “inveja”.

Em dado momento desse estudo a dificuldade física sumiu, mas continuei lendo e orando. Pude realmente perceber que no plano divino eu já tinha, de Deus, tudo o que necessitava para minha felicidade e satisfação. Todas Suas idéias têm exatamente o que precisam. Essa era a lei divina, e o seu resultado na experiência humana era que ninguém poderia querer o que eu tinha e eu não poderia desejar aquilo que outra pessoa possuísse, porque a ninguém faltava coisa alguma. “O Senhor é o meu pastor: nada me faltará” Salmos 23:1; — passou a ter um novo significado.

A Sr.a Eddy escreve: “O ódio, a inveja, a desonestidade, o medo e assim por diante, tornam doente o homem, e nem a medicina material nem a Mente podem dar-lhe ajuda duradoura, nem mesmo ao corpo, a não ser que o melhore mentalmente, e assim o liberte de seus destruidores. O erro básico é a mente mortal.” Ciência e Saúde, pp. 404–405. Percebi que nem o ódio, nem a inveja faziam parte de mim ou de qualquer outra pessoa e que eu tampouco poderia ser vítima da falta de amor. O erro básico era a mente mortal, o mal, ou o nada; e, sendo nada, não poderia ele existir na totalidade de Deus.

Na Verdade, Deus, todo o bem está acessível a todos os filhos de Deus, e o homem, jamais separado de Deus, não possui uma mente própria, em separado. O erro haveria de negar isso. Em realidade, o homem jamais nasceu na matéria; ele é criado espiritualmente. Sua identidade não está predeterminada como gentio, judeu ou muçulmano, como preto ou branco. Ele é de Deus, um com Deus — não o mesmo — mas semelhante. Ao lembrarmos que a identidade do homem transcende as características humanas, podemos reconhecer nosso verdadeiro direito de nascimento, individualidade e identidade como filhos de Deus. Poderemos então respeitar sem reservas a natureza inigualável de nosso próximo.

Mau é tudo o que separa. O que é mau divide; o que é mau tem inveja; o que é mau critica. O que é mau é baixo; e, que alívio saber que o mal não existe! Por outro lado, o Amor nos une ao nosso próximo e a tudo o que é bom.

Minha experiência mudou depois de eu ter ponderado esses fatos e voltei mais uma vez a ter bons amigos. Nem sempre foram os que eu havia desejado ter anteriormente. Minha situação mudara quando deixei de esperar que outros ao meu redor mudassem, que fossem mais camaradas comigo, e comecei a compartilhar espiritualmente aquilo que eu possuía. Sentia-me tão feliz em poder compartilhar, que esqueci-me de minha solidão.

Deixar-se governar por Deus é ver nossas ações revestirem-se de maior utilidade. Há real valor e atrativo na pessoa que tem o desejo de fazer coisas para outros, que com naturalidade. Haverá melhor dádiva do que um amor genuíno pelo nosso próximo?

A ação motivada por Deus evidencia-se em dizer a coisa certa no momento exato e em procurar abençoar a todos: a pessoa ao nosso lado no restaurante, a secretária no escritório, o comerciante nosso conhecido, o nosso vizinho, uma criança, um professor ou um parente. Valhamo-nos do amor para olharmos por trás das máscaras da preocupação, do medo, do ódio e da insensibilidade e vermos o homem em sua natureza semelhante à do Cristo. O desejo genuíno de ajudar e curar colhe alegria e jamais nos sentiremos de novo solitários.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / abril de 1976

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.