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Cânticos de cura

Da edição de abril de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


Durante séculos a humanidade vem deliciando-se com a inspiração contida no texto das canções das quais haure sua própria inspiração.

Lemos nos Evangelhos de Mateus e de Marcos que Cristo Jesus e seus discípulos encerraram com um hino sua Última Ceia, antes de saírem a caminho do Monte das Oliveiras, onde o Mestre foi preso pelos soldados do sumo sacerdote. Que elevação e cura devem ter acompanhado esse cântico! Que consolo deve, também, ter permanecido com Jesus para ajudá-lo a enfrentar e dominar a angústia que sofreu no Jardim de Getsêmani!

Paulo e Silas foram injustamente açoitados e aprisionados pelas autoridades de Filipos, e, no entanto, não se deixaram dominar pelo sentimento de autopiedade, mas, como está relatado, “por volta da meia noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam”. Nesses cânticos, devem ter sido expressadas também a inspiração e a cura, pois o relato continua dizendo que: “De repente sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas; soltaram-se as cadeias de todos.” Atos 16:25, 26; No dia seguinte os magistrados decidiram deixar que Paulo e Silas fossem embora.

Sem dúvida a Sr.a Eddy apreciava o efeito curativo do cantar inspirado. Na ordem dos serviços dominicais para as Igrejas de Cristo, Cientista, fez constar uma cláusula no sentido de que antes da leitura da Lição-Sermão fosse cantado um solo; a esta altura do culto a congregação pode ser elevada por um hino a fim de receber a mensagem espiritual que se segue. As igrejas, pela demonstração da beleza da Alma, podem proporcionar em sua música uma alta expressão de amor e de sentimento cristão, levando a cura aos que estão na congregação.

Mas existem armadilhas que pretendem frustrar a inspiração e a cura que a música deve produzir na igreja. Na sua Message to The Mother Church for 1900, a Sr.a Eddy aconselha os membros: “Queridos irmãos, não tenhais discórdia quanto à música. Mantende em vós mesmos o verdadeiro sentido de harmonia, e esse sentido vos harmonizará, unificará e o livrará de um sentimento egoísta. Houve uma época em que eu estava apaixonada pela música material, mas disputas chocantes entre os músicos desavezaram-me dessa paixão e me vincularam à música espiritual, a música da Alma.” ’00., p. 11;

De acordo com esse bom conselho, algum membro da igreja talvez deseje examinar seu modo de pensar e pergunte: “Estarei eu dando importância excessiva à música material sem dar suficiente atenção à música da Alma?” Quando oramos por discernimento, por certo o reconhecimento da harmonia espiritual despontará gradualmente na nossa consciência, e qualquer elemento desarmonioso que se imiscua no programa de música para a igreja terá de desaparecer.

De que maneira podemos determinar se a música da igreja realmente está à altura do teste de verdadeira inspiração espiritual? A Sr.a Eddy oferece-nos um indício quando cita as palavras da canção de Adelaide A. Proctor, “O Acorde Perdido”:

O crepúsculo vermelho inundou
Como o final de um salmo angelical,
E meu espírito febril serenou
Com um toque de paz universal.ibid., p. 11;

“O Acorde Perdido” conta a história de um organista que, certo dia, enquanto tocava ociosamente o órgão, fez vibrar um acorde que lhe trouxe inspiração e paz. No entanto, por muito que tentasse, nunca mais foi capaz de reproduzir aquele belo som. Finalmente, chegou à triste conclusão de que somente no céu poderia ter esperança de reaver aquele acorde!

Muitos talvez pensem, como o organista citado, que a harmonia do coração pertence a algum lugar, ou condição bem distante, chamado “céu.” Mas pela Ciência Cristã aprendemos que o céu é a compreensão espiritual da Vida, Deus, e que desde agora podemos, em certa proporção, alcançar essa vida. Podemos apanhar a inspiração celestial quando nosso pensamento se torna receptivo e apercebido da presença e do poder de Deus. Assim, o acorde da beleza e da inspiração em nossas vidas será achado e conservado tão logo nosso pensamento seja tocado pela música da Alma.

Certa vez fui membro da comissão de música de uma igreja filial. Parte de nosso trabalho era julgar a voz de solistas. Um deles cantou um solo que continha as palavras de um Salmo que reza: “Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço.” Salmo 119:165; A inspiração que acompanhava essas palavras, elevou-me durante horas.

No dia seguinte, nos meus afazeres comerciais, menosprezaram-me em vários contatos com outros. Meu pensamento encheu-se de autopiedade e me senti miserável. A esta altura as palavras do solo voltavam-me sempre à memoria, e comecei a perguntar-me: “Por que você se sente ofendido? Você ama a lei de Deus?” Tive de admitir honestamente que, naquele momento, segundo as aparências, eu não amava suficientemente a lei de Deus. De fato, eu absolutamente não parecia estar apercebido dessa lei.

Pensei no amor de Deus e na maneira pela qual Sua lei não permite que coisa alguma nos prejudique ou obscureça Sua totalidade. Depois de pouco tempo desapareceu completamente a tensão que havia tido tamanha influência sobre minha consciência. Na verdade o hino tinha desempenhado sua parte nessa cura e havia de fato serenado “meu espírito febril/Com um toque de paz universal”.

O grau de inspiração que a música de igreja torna possível, está indicado na afirmação da Sr.a Eddy: “Tudo quanto inspira sabedoria, Verdade, ou Amor — seja cântico, sermão, ou Ciência — abençoa a família humana com migalhas de conforto que caem da mesa de Cristo, alimentando os famintos e dando água viva aos sedentos.” Ciência e Saúde, p. 234.

Nisso temos o critério para julgar a excelência e eficácia da música nos cultos de nossas igrejas. Quando conseguimos este padrão — quando nossa música inspira com sabedoria e transmite uma sensação do amor de Deus — há de suscitar na nossa congregação não apenas comentários tais como: “Que bela voz!” ou “Que lindo cântico!”, mas também: “Que convicção espiritual adquiri” e “Que cura maravilhosa tive!”

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