Há vários anos tive prova muita clara de que, não importa quão longe estejamos de casa, nunca estamos sós. Deus está sempre conosco. Durante várias semanas, enquanto meu marido tratava de negócios, ficamos hospedados em um motel numa pequena cidade do Golfo do México. Embora nossa filha fosse pequena, nadava muito bem, vivendo praticamente dentro da piscina que ficava junto à casa. Certo dia, ficou muito doente com febre e dor de ouvido.
Longe de casa, sentia-me muito isolada para enfrentar esse problema sozinha. Meu marido, que não é Cientista Cristão, ficou preocupado e disse haver uma clínica médica no outro lado da estrada, e que na manhã seguinte eu deveria levar nossa filha até lá. Orei na Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris’tiann sai’ennss., procurando dominar o temor de talvez não poder curar a menina antes da manhã seguinte. Apoiei-me num de meus versículos bíblicos favoritos, procurando deixar qualquer outra coisa fora do pensamento (Isaías 41:10): “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.”
Na manhã seguinte a criança não apresentava melhoras, por isso entrei em contato com uma praticista local da Ciência Cristã, que consentiu em dar-lhe tratamento. Superei o medo e nossa filha ficou completamente curada e livre antes que a clínica abrisse. Desde então ela tem passado as férias de verão nadando muito, sem ter jamais tido problema com os ouvidos. Essa fora minha primeira experiência longe de amigos e de minha igreja filial e eu senti que foi um passo importante na minha compreensão de que não é preciso ter medo, qualquer que seja a situação em que me encontre.
Durante essa mesma viagem fui atacada de forte dor numa perna, ficando praticamente impossibilitada de andar ou permanecer de pé. Não tenho idéia do que possa ter sido. Pedi ajuda à mesma praticista que tratou nossa filha.
Quando chegou a vez de irmos embora, eu continuava sofrendo muito. A praticista me deu a entender que eu podia confiar em minhas próprias orações, embora ela pudesse continuar a me tratar se fosse do meu agrado. De início eu estava bastante contrariada com a idéia de ficar sem sua ajuda. Mas de súbito compreendi que ela estava me empurrando gentilmente para fora de meu refúgio, encorajando-me a confiar no tratamento que tinha sido dado e a acreditar na minha própria habilidade de demonstrar o poder sanador de Deus. Aceitei o seu ponto de vista e voltei para casa confiante de que a enfermidade seria curada. Comecei a compreender que Deus estava junto a mim a cada passo do caminho.
Viajamos o dia todo. Fiquei calma — confiante no amor de Deus — embora me sentisse muito indisposta. Quando chegamos ao motel, deixei de jantar e fui direto para a cama. Recordo-me de ter pensado: “Deus, fiz tudo o que podia. Pensei tudo o que podia. Agora é a Tua vez.” Foi essa a última coisa de que me lembro até a manhã, quando acordei completamente livre. O dia era de muito serviço e eu nunca tivera maior energia. Essa foi uma experiência decisiva para mim, pois desde aquela época o receio de fazer uso de minhas aptidões tem sido, na maioria das vezes, rapidamente superado, e eu tenho sentido a presença de Deus junto a mim.
Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras Mary Baker Eddy dá a seguinte definição de “anjos” (p. 581): “Pensamentos de Deus que vêm ao homem; intuições espirituais, puras e perfeitas; a inspiração da bondade, da pureza e da imortalidade, neutralizando todo o mal, toda a sensualidade e mortalidade.” Não existe prisão de crenças errôneas que a mente mortal possa construir e da qual os anjos de Deus não nos possam elevar diretamente à liberdade perfeita. Tudo o que precisamos fazer é aceitar esse Amor que a tudo envolve, abandonar os receios, os grilhões terrenos e elevarmo-nos com Deus. Haverá vôo mais esplêndido?
Overland Park, Kansas, E. U. A.