Um certo anúncio de jornal, destinado a atrair pessoas de ambos os sexos para um novo campo de emprego, apresentava com tipos em negrito as seguintes perguntas: “Você perdeu o entusiasmo por seu serviço? O seu trabalho o aborrece ou aparenta não oferecer mais oportunidades de expansão e progresso em sua carreira?” O anúncio continuava: “Você gostaria de alterar a situação?”
Num caso desses, quem é que não gostaria de alterar a situação? Especialmente se tivesse a certeza de que a nova situação lhe poderia oferecer uma ocupação mais harmoniosa e incentivadora, com boas perspectivas de progresso e de reconhecimento por um trabalho executado com esmero.
E que dizer daqueles que alcançaram uma remuneração satisfatória ou um sentido de segurança em seu emprego atual, mas sentem-se infelizes por causa das condições de trabalho desarmoniosas, ou frustrados pelo serviço em si?
Antes de decidir-se a fazer uma troca, a pessoa precisa considerar a sério e em todos os detalhes se existe realmente uma garantia de que o novo serviço irá inevitavelmente corresponder ao que ela está almejando.
Hoje em dia, um número cada vez maior de empregados deseja que seu trabalho seja mais expressivo, possua mais significado. Alguns que preferiram se afastar da rotina normal do emprego sentem-se desanimados pelo conceito que têm dos valores materiais, os quais muitas vezes parecem ser símbolos do mundo dos negócios.
Acaso a satisfação que se tem, em ganhar sua própria vida vem unicamente dos esforços numa direção humana? Existirá maneira mais segura de encontrar trabalho valioso e compensador — uma experiência completamente feliz? O que é que uma pessoa pode fazer para melhorar sua sorte?
Não importa quais os problemas que possam surgir no trabalho de um indivíduo, as soluções certas acham-se disponíveis. Existe um conselheiro seguro ao qual recorrer para orientação. Esse conselheiro está sempre disponível, acessível aos que o solicitam.
A Ciência Cristã, em consonância com a Bíblia, mostra que Deus é a Mente, a Mente única, a inteligência infinita. Jó diz, referindose a Deus: “Ele está em uma mente.” Jó 23:13 (Conforme a Bíblia inglesa.); E o Mestre, Cristo Jesus, reconheceu e aceitou por inteiro o fato de que Deus é a inteligência real ou a Mente, a origem de seus pensamentos e ações. Disse: “Nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou.” João 8:28; Como Jesus, podemos compreender e expressar a Mente divina, a inteligência suprema, o Princípio que governa o universo, a fonte de todas as qualidades, capacidades e atividades justas. Se percebemos que o criador é por natureza a Mente, podemos aprender como esta Mente, ou inteligência infalível, se expressa através do homem.
Uma personalidade limitada ou um físico finito não constituem a identidade real do homem, embora assim o pareça. Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. Como imagem de Deus, a Mente divina, o homem é espiritual e possui todas as qualidades e idéias justas, e estas têm sua origem em Deus.
Agora, vejamos como é que exprimir as qualidades de Deus pode afetar os assuntos daquele que está lutando contra uma situação que precisa ser alterada. Deus, a inteligência divina nos envia idéias espirituais. Possuímos a habilidade de receber essas idéias e de nos apegarmos a elas até que transformem nossa experiência humana. A Sr.a Eddy escreve: “Deus vos dá Suas idéias espirituais e estas, por sua vez, vos dão suprimentos diários.” Miscellaneous Writings, p. 307;
As idéias espirituais, em si, não constituem as respostas humanas específicas: uma situação melhorada, um emprego harmonioso, um aumento de receita. Deus, a Mente, nos supre de qualidades espirituais, tais como sabedoria, amor, inteligência, julgamento, inspiração e as verdades infinitas que se relacionam com as mesmas. Quando compreendemos e aplicamos essas verdades, elas, por sua vez, nos proporcionam uma experiência humana melhor.
Exemplificando: quando um arquiteto está desenhando um edifício, poderá volver-se para a inteligência, inspiração, vitalidade ou outras qualidades divinas sempre disponíveis. A compreensão e o reconhecimento adequados de que essas qualidades são espirituais irão munilo das respostas específicas de que necessita — a diretriz, a exatidão, a simetria, a beleza e o propósito, a fim de que a obra terminada tenha valor e seja completa.
É dessa maneira que a Ciência Cristã nos ensina a orar por idéias espirituais — não por coisas materiais ou mudanças materiais — e a procurar essas idéias. Se compreendemos que Deus é a Mente divina, a única inteligência real, nossas orações devem ser o reconhecimento e a aceitação daquilo que Deus está dando. E o que é que Deus está dando? Deus está transmitindo Suas qualidades, pois isso faz parte da natureza da Mente.
Quando compreendemos que Deus é a Mente divina, reconhecemos que essa Mente e suas idéias estão sempre presentes e a elas obedecemos, nossa experiência humana fica melhorada e ajustada à harmonia e à realidade do controle de Deus. A verdade de nossa identidade real age como uma lei de harmonia e bem-estar em nossa experiência. Podemos descobrir em nosso trabalho diário aquelas coisas que nos levam à harmonia e à objetividade de ação.
Um amigo meu volveu-se a Deus para solucionar um problema de emprego. Ele era um vendedor bastante bem sucedido numa grande firma nacional. Havia alcançado uma remuneração compensadora, benefícios financeiros e segurança no emprego, como resultado de seus bons ofícios e de seus longos anos de casa.
O serviço, entretanto, o obrigava a viajar durante semanas a fio, o que, é claro, não o entusiasmava muito. Sentia-se infeliz por ter de estar sempre longe da família, longe de seus filhos já em idade escolar. Qualquer progresso junto à firma redundaria provavelmente em mais viagens.
Como estudante da Ciência Cristã, começou humildemente a orar para ser guiado a um sentido mais satisfatório, mais completo do que seja atividade. Volvendo-se a Deus, a Mente divina, em busca de orientação, ele investigou várias oportunidades de emprego, numa área de negócios inteiramente nova para ele.
A posição que mais lhe interessou não implicava em viagens. Seriam necessários alguns meses de treinamento especial, com salário bastante reduzido, oferecendo-lhe, porém, oportunidades ilimitadas de prestar serviços e de progresso individual.
Desistir da atual segurança e mudar seu campo de trabalho preocupava-o muito. Expôs o problema a um praticista da Ciência Cristã. Embora o praticista não o aconselhasse quanto à decisão a tomar, juntos se compenetraram de que Deus, a Mente divina, o guiaria para uma decisão acertada, e continuaria a sustentá-lo.
O medo, a dúvida e a ansiedade que pareciam ter obscurecido a decisão certa, foram substituídos pela coragem e confiança, quando ele se empenhou por obter uma compreensão melhor da presença de Deus.
Tanto meu amigo como a esposa estavam absolutamente convictos de que não era preciso haver dano ou perda. Sentiam que podiam confiar no poder da Mente divina para abencoar-lhes o desejo justo. Rejeitaram quaisquer noções contrárias ao fato de que Deus lhes estava transmitindo Suas verdades espirituais e que estas iriam suprir a necessidade humana, tanto no que dizia respeito à habilidade de desempenhar o novo cargo, como no que tangia à obtenção de uma receita adequada.
Meu amigo optou pela mudança de emprego, surpreendendo até mesmo seus antigos empregadores, que se mostraram, entretanto, bastante compreensivos. Após vários meses de treinamento no novo emprego, foi-lhe dada inteira liberdade para desenvolver seu próprio programa, suas próprias vendas. Constatou que o novo emprego era plenamente satisfatório e dentro de pouco tempo sua receita tornou-se bem mais elevada que a que tinha no emprego anterior.
Por certo que nem todas as situações de trabalho requerem uma alteração de emprego. Talvez o que uma pessoa necessite no presente, seja apenas adquirir um sentido melhor de harmonia, ter uma oportunidade para progresso, obter alívio daquilo que a aborrece, ou ainda livrar-se da tensão.
O fato de que necessitamos manifestar os atributos de Deus, é muito mais importante do que a necessidade de alterar a situação. E Deus atende às nossas necessidades sempre que, em espírito de oração, procuramos expressar-Lhe a natureza. A Sr.a Eddy nos diz: “O «ouvido divino» não é um nervo auditivo. É a Mente que tudo ouve e tudo sabe, e que sempre conhece todas as necessidades do homem e as satisfaz.” Ciência e Saúde, p. 7.