Você alguma vez desejou ter mais para dar? Talvez você quisesse dar aos filhos o montante da entrada inicial na compra de uma casa, dar a sua igreja uma contribuição realmente generosa, ajudar as vítimas de enchentes com uma soma substancial. Eles bem que precisam dessa ajuda, e você sentiria muito prazer em ser um doador generoso.
Está certo sentir-se generoso, e está certo dar com sabedoria. Mas um sentido pessoal auto-indulgente de dar nem sempre tem o bastante para dar, nem a inteligência para dar com sabedoria. Isso porque esse impulso de dar estaria baseado num conceito limitado acerca da fonte de todo o bem, Deus, e num conceito limitado de Sua imagem e semelhança, o homem.
A Sr.a Eddy certa vez escreveu numa carta a um jovem Cientista Cristão: “«Eu gostaria de fazer mais por você, mas isto é egoísmo, pois me daria muito prazer».” Não havia hipocrisia nisso, nem retenção de qualquer coisa boa. Ela continuou muito interessada no bem-estar do jovem. Mas havia o reconhecimento de que o dar pode ser auto-indulgente e pode limitar tanto a doação como o doador. Ela continuou dizendo: “«Desejo apenas que minhas orações por você sejam justas, então sei que o resultado repousará na doce esperança de sua prosperidade, crescimento em graça, e no conhecimento do Amor infinito, onde a flecha não fere a pomba, onde não há separação nem dor».” We Knew Mary Baker Eddy, Série n° 1 (Boston, Sociedade Editora da Ciência Cristã, 1943), pp. 63–64;
Pedro e João sabiam como dar com desprendimento. Na porta do templo, quando o paralítico pediu uma esmola, Pedro replicou: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” Atos 3:6, 8; E o homem andou. Entrou no templo com eles, “saltando e louvando a Deus”. Louvando a Deus, não a Pedro e João. Naturalmente que eles devem ter sentido muita alegria, não porque houvessem partilhado algo de seus bens pessoais, mas porque tinham visto manifestar-se a bondade infinita de Deus. Dar dessa forma tem um sentido bem diferente e traz resultados bem diferentes do que os que advêm de um sentido pessoal de dar.
Há ocasiões em que somos solicitados a doar prata e ouro; então a retenção egoísta certamente não é o antídoto para a doação egoísta. A maneira de corrigir o sentido limitado e egoísta de dar, tal como qualquer outra noção limitada, é compreender melhor a natureza de Deus e do homem, especificamente em aspectos tais como os apresentados na afirmação da Sr.a Eddy: “Inteiramente separado desse sonho mortal, dessa ilusão e desse sonho dos sentidos, a Ciência Cristã vem revelar que o homem é a imagem de Deus, Sua idéia, coexistente com Ele — Deus dando tudo, e o homem tendo tudo o que Deus dá.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 5.
Aprendi algo acerca de dar numa época em que participava da diretoria de uma organização comunitária, uma creche diurna, que prestava um serviço muito útil à comunidade. As pessoas contribuíam de acordo com suas possibilidades e o resto do dinheiro para manutenção era suprido pela comunidade. De repente não havia mais dinheiro para continuar. Compreendi que essa instituição merecia apoio, mas eu possuía apenas uma quantia pequena para doar. Até perdi tempo sonhando com o prazer de dar uma quantia enorme e rosada.
Então lembrei-me das palavras: “Eu gostaria de fazer mais por você, mas isto é egoísmo.” Compreendi que o suprimento não precisava vir de mim e dar-me o prazer de doar. Isso era egoísmo. Toda idéia correta vem de Deus, a fonte de todas as idéias corretas, e tem aquilo de que necessita para seu sustento. Compreendi que as idéias corretas de prestação de serviço, de utilidade e de comodidade que esse empreendimento expressava, tinham sua fonte na Mente divina e estavam intactas e completas na Mente. Enviei meu modesto cheque e tirei o assunto do pensamento.
Cerca de um dia ou dois mais tarde falei com um amigo que mencionou ter assistido há pouco a reunião da diretoria de uma fundação que estava à procura de uma atividade que merecesse apoio. Mencionei a creche diurna e suas necessidades e antes do fim da semana a tesoureira da creche anunciou que havia sido ultrapassada a fase de emergência. Ela havia recebido um cheque substancial, várias vezes no valor daquele cheque de meu sonho rosado, e a fundação continuou suas doações anuais por muito tempo.
Quando reconhecemos Deus como o Doador infinito e o homem refletindo tudo o que Deus dá, nossas doações deixam de ser uma sangria de recursos limitados e já sobrecarregados e tornam-se a evidência substancial de nosso reconhecimento da presença dos recursos ilimitados do bem. E as doações deixam de ser a gratificação limitadora do sentido pessoal e tornam-se o cultivo alegre do sentido espiritual. Somente então estaremos dando com sabedoria e dando o suficiente.