Na Ciência Cristã descreve-se com freqüência o mal como sugestão mental agressiva. O mal é falsamente mental e vem pela sugestão de que Deus tenha oposto. O problema é que o mal não tem fatos para apresentar. É mesmérico e é preciso enfrentá-lo do ponto de vista espiritual de que Deus é Tudo e de que o erro nada é.
O primeiro mandamento estimula-nos a manter lealdade constante à Verdade divina: “Não terás outros deuses diante de mim.” Êxodo 20:3; A obediência esclarecida a essa norma divina capacita-nos a disciplinar o pensamento e a não reconhecer outra realidade senão Deus e Sua totalidade. Então aprendemos a perceber a verdade espiritual de tudo quanto os sentidos físicos parecem contemplar. Nosso dever para com Deus é amá-Lo de todo o coração, amar Sua criação espiritual e perfeita, e isso inclui manter o conceito correto acerca de nós mesmos e de nossos semelhantes.
Dar crédito à realidade do pecado, da doença, da escassez ou da limitação, é dar crédito a outro deus e a outro poder e, desse modo, desobedecer ao primeiro mandamento. Exemplo claro dos resultados de tal desobediência encontra-se no segundo livro das Crônicas, onde lemos: “No trigésimo-nono ano do seu reinado caiu Asa doente dos pés; a sua doença era em extremo grave, contudo na sua enfermidade não recorreu ao Senhor, mas confiou nos médicos. Descansou Asa com seus pais; morreu no ano quarenta e um do seu reinado.” 2 Crôn. 16:12, 13;
Ora, a Bíblia registra igualmente muitos casos em que o bem sobreveio aos fiéis pesquisadores da Verdade que foram obedientes ao primeiro mandamento. O sexto capítulo do livro de Daniel, por exemplo, relata o seguinte incidente ocorrido no reinado de Dario, conquistador da Babilônia. Conta-nos como os presidentes e príncipes do reino de Dario, conspirando contra o hebreu Daniel, persuadiram o rei a assinar um decreto estipulando que “todo homem que, por espaço de trinta dias, fizer petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões”. Para não desobedecer o primeiro mandamento, Daniel recusou-se a obedecer esse decreto real de origem humana e, por isso, foi lançado na cova dos leões. Contudo, houve alegria quando, mais tarde, ao ser tirado ileso da cova, disse: “O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum.”
Ora, veio a Daniel recompensa ainda maior que sua própria segurança, porque o rei declarou: “Faço um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre; o seu reino não será destruído, e o seu domínio não terá fim.” Assim o rei Dario reconheceu a necessidade e a sabedoria de ser obediente ao primeiro mandamento.
Cristo Jesus é o nosso grande Modelo. Mostrou que a obediência esclarecida a Deus e às Suas leis concede liberdade completa dos grilhões da mortalidade. Ele não se retirou do mundo. Viveu entre o povo e misturou-se com o povo de sua época para demonstrar o poder regenerador, curativo e enaltecedor do Cristo, a Verdade. Quando lhe perguntaram: “Mestre, qual é o grande mandamento na lei?” respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento.” Mateus 22:36–38; Jesus reconhecia o Espírito como a única causa e o único criador. Provou por suas obras de cura que Deus, o bem, possui todo o poder e enche todo o espaço. Nessa infinidade e totalidade do bem, o mal não tem lugar.
Explicando os ensinamentos do Mestre, a Ciência Cristã mostra que, no reino da realidade, o mal não existe. As sugestões ou afirmações do mal são declarações errôneas, conceitos errados, e enganos. O mal nunca faz parte do fato a que ele erroneamente concebe. Sua alegação é apenas a suposta antítese do único poder divino. O mal pode reivindicar o direito à influência, mas sua influência é um conceito pervertido da única influência e atração verdadeira, que é espiritual. A assim chamada inteligência do mal é apenas a distorção da sabedoria irreversível da Mente. Pesado na balança da Vida, o mal não tem peso. Desaparece sob a lente do Espírito. Testado no crisol da Verdade, sua rematada nulidade fica evidenciada.
À medida que percebemos que o mal só tem ação no reino dos conceitos errados, ficamos livres das crenças confrangedoras de que o mal tenha algum misterioso domínio sobre nós. Então volvemo-nos, com confiança, para a Verdade, sabendo que, à medida que nos conscientizamos mais de que Deus é Tudo, cessa de nos parecer que seja válida a sugestão de que o erro tem ação. Nossa Líder, a Sr.a Eddy, escreve: “Nada é real e eterno — nada é Espírito — a não ser Deus e Sua idéia. O mal não tem realidade. Não é pessoa, nem lugar, nem coisa, mas simplesmente uma crença, uma ilusão do sentido material.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 71; À medida que percebemos que o mal é ilusão, uma mentira referente a Deus, a Mente e o Espírito perfeitos, e à Sua idéia perfeita, o homem, não podemos vir a sofrer por causa de ignorância ou medo.
Removendo de nosso pensamento o hábito de acreditar que o erro tenha poder, encontramos, a desabrochar em nossa consciência, o fato de que o Amor infinito já nos revelou a lei sanadora e sempre ativa e, à luz dessa lei, vemos que o erro, ou o mal, não é mais que pretensão, e nunca é algo verídico. Ciência e Saúde afirma, resumidamente: “O mal não é poder. É um arremedo de força, que não tarda em trair sua fraqueza e cair, para nunca mais se levantar.” ibid., p. 192; Alcançada essa compreensão do mal, cessamos de considerá-lo como verdadeiro, algo de que temos de nos livrar, e passamos a tratá-lo como a falsa crença que é, porquanto percebemos sua nulidade. Assim, a Ciência Cristã capacita-nos, por meio de um reconhecimento mais amplo da totalidade do bem e da nulidade do mal, a aumentar a nossa fé no poder onipotente de Deus para curar e salvar.
A Sr.a Eddy escreve: “A fé sanadora e científica é uma fé que salva; mantém firme o grande e primeiro mandamento: «Não terás outros deuses diante de mim» — não terás outro auxílio a não ser o auxílio espiritual do Amor divino.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 153.