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É de dinheiro que estamos precisando?

Da edição de abril de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


Lemos em Provérbios: “Porventura fitarás os teus olhos naquilo que não é nada? pois certamente a riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus.” Se olhamos para o dinheiro como base de nossa fortuna, ficamos desapontados. Só há uma coisa que nos trará segurança duradoura: compreender Deus. Outro versículo do mesmo capítulo em Provérbios insta: “Compra a verdade, e não a vendas; compra a sabedoria, a instrução e o entendimento.” Prov. 23:5, 23; O suprimento, tal como a saúde, é espiritual; não é uma condição material.

Quer consideremos ou não a dependência material como um problema, é essencial compreender a verdadeira significação de substância como suprimento. Podemos passar anos felizes com um bom salário, investimentos lucrativos, uma herança, um negócio próspero ou alguém que de tudo provê a família. Mas, se tudo isso não for o resultado do pensamento baseado na verdadeira evidência da substância divina infinita, poderá não ser durável.

Devemos nos volver sem reservas para o verdadeiro significado de substância. Precisamos ter cuidado para não nos deixar enganar pelo mero desejo por dinheiro. O suprimento pode aparecer de outras maneiras compreensíveis e úteis em nossas vidas, mas o verdadeiro desejo deve ser o de compreender Deus, o Espírito, como sendo a nossa fonte e Aquele que nos provê. Se acreditamos que a matéria tem poder para dar-nos alguma coisa, então podemos crer que ela tem o poder de fazer-nos infelizes se não tivermos a dita coisa. Se admitir crenças falsas, que não possuem poder algum, dá origem à carência, então acalentar idéias corretas, que possuem todo o poder, certamente nos fará conhecer a abundância.

Já que o homem, a imagem e semelhança de Deus, é espiritual, ganhar dinheiro, como tal, é apenas um sentido temporário do bem. Devemos obter a idéia de substância, aquilo que é substancial, duradouro, aquilo de que o dinheiro é apenas um símbolo conveniente. Por detrás do dinheiro, quando apreciado corretamente, estão os conceitos de gratidão, consideração, utilidade, harmonia, intercâmbio, conveniência, comunicação e assim por diante.

Se assegurarmos a nossa abundância espiritual em primeiro lugar (e, em realidade, já a possuímos) então os símbolos aparecerão com naturalidade. São eles as coisas que serão acrescentadas. Caso tenhamos uma necessidade humana qualquer, a idéia espiritual para supri-la já está presente. Deus nada sabe de objetos materiais — grandes ou pequenos. Sabe somente das idéias divinas que Ele já reservou para Seus filhos. Jamais coisa alguma O impedirá de conceder tais idéias.

O fato é que podemos fazer o que a Sr.a Eddy nos pede que façamos: “Sabei, pois, que possuís poder soberano de pensar e de agir corretamente, e que nada pode desapossarvos desta herança e transgredir a lei do Amor.” Pulpit and Press, p. 3;

Certa vez, deparei-me com uma situação de penúria. Meus dois filhos estavam na escola, e eu iniciara um novo trabalho por conta própria. Durante duas semanas não nos fora possível comprar mantimentos. Tínhamos alguns cereais e enlatados em casa e nada sofremos. Poderia ter pedido emprestado dinheiro ou comprado fiado, mas simplesmente decidi que chegara o momento de resolver tudo confiando só em Deus.

Fazendo inúmeras pesquisas na Bíblia e nos escritos da Sr.a Eddy, consegui obter um conceito mais elevado da situação. Não era de dinheiro que estávamos precisando, mas sim daquilo que com o dinheiro poderíamos adquirir. E o que estávamos tentando comprar com dinheiro, não eram realmente coisas, não é mesmo? Inda que significasse condução ou alimento, o fato é que o que o dinheiro realmente compra são idéias — a compreensão da verdadeira substância espiritual. Quando obtivermos essa compreensão, ela se manifestará de modo prático em nosso estado presente de progresso espiritual. Essa compreensão nos capacita a “comprar a verdade”.

Após várias semanas, adquiri mais compreensão da verdadeira substância. A verdadeira cura de carência veio quando, em pensamento, desejei que o dinheiro não aparecesse até que eu alcançasse o significado espiritual de suprimento, a compreensão de Deus. Se o dinheiro aparecesse cedo demais, pensei eu, poderia ser tentada a me apoiar nele. Repetia, muitas e muitas vezes: “Deus, ajudame apenas a compreender!” Era isso o que eu queria acima de tudo. Podia verdadeiramente dizer, com Jacó: “Não te deixarei ir, se me não abençoares.” Gênesis 32:26;

Esse era um requisito espiritual e aprendemos na Ciência Cristã que um requisito espiritual sobrepuja o material. O resultado de minha oração e de meu estudo não surgiu de repente, com fanfarras e uma grande soma de dinheiro posta na soleira de nossa porta. Mas dia após dia fomos assistidos, até que toda a experência de carência ficou para trás.

É justo pagar nossas contas, não apenas porque alguém fez algo para nós, mas porque temos o poder de agir corretamente. Nosso poder de agir corretamente independe de todo daquilo que outra pessoa faz. Seria loucura sair por aí resmungando, a desejar que alguém nos pague com determinada porção de matéria, a fim de que tenhamos determinada porção de matéria para pagar a outrem. Nós e eles somos espirituais, e as qualidades e idéias que Deus verte continuamente em nós nada têm que ver com matéria.

A porção de matéria que damos, não nos fará mais semelhantes a Deus, nem nos faria ela, de per si, possuir mais substância espiritual. Ao contrário, o inverso é o real: espiritualidade em primeiro lugar, depois, a manifestação certa. E então podemos achar que a coisa material não era tão importante assim! Na Bíblia encontra-se este bem-conhecido versículo: “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra.” 2 Cor. 9:8; Esse versículo torna-se mais claro ainda na versão de Moffat em A New Translation of the Bible: “Deus pode abençoar-vos com amplos meios, a fim de que possais ter sempre o necessário para qualquer emergência própria e ainda de sobejo para qualquer boa obra para com outros.”

Outra faceta a ser considerada é que não alcançamos abundância estando temerosos de usar com sabedoria os nossos recursos para adquirir aquilo de que necessitamos. Cristo Jesus iniciou com gratidão a sua maravilhosa prova de suprimento à multidão com os pães e os peixes disponíveis. V. Marcos 6:34–44; Não podemos andar satisfeitos com o mero dinheiro material. A nossa segurança reside apenas no que aprendemos espiritualmente. Podemos então provar isto:

E quando tudo mais falhar,
Só Tu me restarás.Hinário da Ciência Cristã, n° 224;

A matéria não é substância. Ela não é substancial, porém o Espírito e todas as coisas espirituais são substâncias. O dinheiro, em si mesmo e de si mesmo, é matéria e matéria é limitação, é substância no erro. Então, por que razão orar por matéria, se com ela podemos somente nos limitar? A manifestação humana harmoniosa é apenas a coisa acrescentada — a evidência exterior — depois de termos pensado de maneira correta. Em Retrospecção e Introspecção pela Sr.a Eddy, lemos: “O homem brilha com luz emprestada. Reflete Deus, sendo Deus a Mente do homem, e esse reflexo é substância — a substância do bem. No erro a matéria é substância; na Verdade, o Espírito é substância.” Ret., p. 57.

O meio de obter uma compreensão adequada da verdadeira substância é o mesmo que se emprega para qualquer outra cura: inspiração. Para tal oração ser atendida é preciso o desejo de conhecer Deus melhor. E quando alcançamos mentalmente esse ponto, estamos prontos para obter a resposta conforme o desejo de nosso coração, porque ela é o desejo de nosso coração.

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