O Cientista Cristão está preparado para curar! Curar é o seu elevado propósito. No “Resumo Histórico” do Manual de A Igreja Mãe de autoria da Sr.a Eddy, consta: “Numa reunião da Associação de Cientistas Cristãos, realizada em 12 de abril de 1879, foi votada, por proposta da Sr.a Eddy, a resolução de: organizar uma igreja destinada a comemorar a palavra e as obras de nosso Mestre, e a restabelecer o cristianismo primitivo e seu elemento de cura, que se havia perdido.” Man., p. 17;
Ao assentar como meta de sua Igreja o restabelecimento do cristianismo primitivo e a cura a ele associada, a Sr.a Eddy apresentou essa meta aos seus seguidores. Foi o trabalho de cura que ela e os primeiros pioneiros Cientistas Cristãos realizaram, o que serviu de fundamento para que se estabelecesse a Igreja de Cristo, Cientista. Foi a contínua atividade de curar exercida pelos Cientistas Cristãos, o que resultou na construção de igrejas da Ciência Cristã em todo o mundo. E é essa mesma atividade de curar que continuará a difundir este ensinamento, enquanto a humanidade estiver necessitada de curas.
Há pouco tempo fiz uma viagem pelo país e chamou-me a atenção a quantidade de montanhas que havia, com seu viçoso tapete verde de capim novo, produto da primavera. Parecia haver milhares de colinas e, nelas, milhares de animais. Lembrava-me repetidamente do versículo, nos Salmos, que diz: “São meus todos os animais do bosque, e as alimárias aos milhares sobre as montanhas.” Salmos 50:10;
É no começo da primavera que se encontra a relva mais tenra no alto das colinas. E, embora houvesse abundância de espesso capim nos vales e cobrindo os prados, o gado parecia estar sempre nas colinas ou encaminhar-se para elas, pastando o capim macio que há nos lugares mais elevados.
A Sr.a Eddy diz-nos em Ciência e Saúde: “Na transmissão figurada do pensamento divino ao humano, a diligência, a presteza e a perseverança são comparadas às «alimárias aos milhares sobre as montanhas». Carregam a bagagem da resolução firme, e acompanham o passo dos propósitos mais elevados.” Ciência e Saúde, p. 514;
As três qualidades de pensamento a que se refere a Sr.a Eddy ajudam a definir o campo de ação da realização moral e espiritual essencial à cura. Com a diligência, conseguimos preparo meticuloso na arte cristã de curar. Com a presteza, podemos nos valer das oportunidades de curar e da capacidade para curar. Com a perseverança, podemos gozar das bênçãos que resultam da cura dos problemas da humanidade.
Fazemos com diligência o que gostamos de fazer. Alguns sinônimos de “diligente” são: ativo, aplicado, trabalhador. A segunda epístola de Paulo a Timóteo mostra S. Paulo a exortar a tal atitude o seu companheiro de trabalho: “Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” 2 Tim. 2:15; Diligência é uma qualidade cujo cultivo é essencial para a atividade de cura pela Ciência Cristã.
A proficiência em qualquer assunto requer comumente o estudo de sua teoria e de seus ensinamentos. Mas nisso acha-se incluído muito mais do que a mera leitura ou a tentativa de assimilar informações. O estudante meticuloso não se limita aos fatos, mas busca a aplicação prática que eles têm. A experiência humana é o laboratório em que podemos aplicar a nossa crescente compreensão de Deus e do homem às dificuldades com que nós mesmos nos defrontamos, bem como às daqueles a quem somos chamados a prestar ajuda. À medida que estudarmos diligentemente os ensinamentos da Ciência Cristã e aplicarmos o que deles compreendemos, a nossa habilidade na arte de curar aumentará.
Às vezes, no entanto, algum problema insolúvel parece se agigantar diante de nós como se fora enorme montanha. Estejamos alerta para ver nisso uma oportunidade de chegar a novas alturas de realização espiritual. Um alpinista pode aprimorar sua destreza em escalar montanhas, mas as montanhas que irá escalar não poderão tornar-se maiores. Não importa qual seja o tamanho de uma dificuldade, nós é que podemos crescer espiritualmente. Cristo Jesus promete: “Se tiverdes fé e não duvidardes, ... se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te ao mar, tal sucederá.” Mateus 21:21; Com demasiada freqüência, talvez, fiquemos a olhar, apreensivos, para algum erro, em vez de perceber como a nossa compreensão espiritual pode ser aumentada, pois, quando esta aumenta, vemos a aparente magnitude do erro na sua perspectiva correta. Então, ele desaparece, porque o erro nada é diante da Verdade.
Qualquer dificuldade, ainda que pareça enorme como uma montanha, é apenas uma coleção de crenças falsas que não foram corrigidas. Elas estão, sempre, sujeitas à ação corretiva da Verdade. Qualquer forma de erro pode ser corrigida na consciência humana por meio da ação do Cristo, a idéia da Verdade. A instantaneidade do Cristo — o poder e a presença de Deus, os quais podem corrigir toda concepção errônea — está sempre à mão para que a sintamos, porque Deus jamais está ausente e Sua manifestação está sempre presente.
Pode ser que a dificuldade pareça ficar maior por não termos agido com ela com a devida presteza. Presteza significa não só disposição de agir, mas também rapidez. É outro ponto essencial à cura, quer alguém esteja trabalhando para si mesmo ou para outra pessoa. É na hora em que aparece uma sugestão falsa que temos de tratá-la com tudo o que sabemos da perfeição de Deus e da falsidade do erro.
Não permita que uma crença falsa se entrincheire no seu pensamento. Excave-a com a Verdade. A Verdade está sempre consciente de sua própria perfeição e da integridade de sua expressão, o homem. Isso exclui a realidade ou existência de qualquer erro. O êxito na cura vem do rápido reconhecimento de que o erro está tentando fazer-se valer, bem como da pronta aplicação das verdades específicas acerca de Deus e do homem, as quais virão corrigir o problema. Contudo, podemos saber com certeza que, apesar de sua duração, toda crença errônea não passa de sugestão; é um pensamento não esclarecido, desprovido de poder ante a luz e o poderio da Verdade e do Amor.
Alguém que se encontra viajando à noite, sente-se freqüentemente confortado quando, através das janelas e dos pórticos das casas, vê as luzes acesas. Se o viandante tiver necessidade de pedir ajuda, talvez se dirija para uma casa iluminada. Em vez de encaminhar-se para um prédio às escuras, vai a um em que a luz esteja acesa. Mantenha acesa na sua consciência a luz do Cristo, e as pessoas necessitadas de cura e consolo voltar-se-ão para você, e você será capaz de ajudá-las logo. A luz espiritual desfaz a escuridão e revela a perfeicão de Deus e do homem.
Ora, às vezes apresentam-se sugestões como estas: “Eu não tenho a luz que atrái ou cura. Quem sou eu, para poder curar? Há outras pessoas que têm maior compreensão. Que elas se encarreguem de curar.” Que teria acontecido se Davi se submetesse a tal raciocínio mortal? Golias teria predominado. Davi usou de presteza ao confrontar o desafio do erro apesar de que este pretendesse ter proporções monumentais — apesar de o erro mentir que era muito superior à Verdade. Com efeito, uma grande sugestão não é mais real ou poderosa do que uma sugestão pequena. Os golias — os argumentos de poder e perigo oriundos da matéria — por mais pretenciosos que sejam, não passam de crenças falsas.
Tal como Davi, o jovem pastor, aquele que cura pode relembrar vitórias que já obteve sobre o mal, até mesmo as mais pequeninas, para voltar a confiar na vitória sobre o mal em todos os seus outros graus. É a mesma ação e o mesmo poder da Verdade que está agindo tanto no desafio maior como no menor. O Cristo, ou a expressão da Verdade, é sempre capaz de corrigir qualquer desarmonia. Não se trata de habilidade ou poder pessoal. É a presença e o poder de Deus a que podemos recorrer imediatamente por meio da oração. Mas temos a responsabilidade pessoal de invocar essa influência divina, conformando com ela o nosso pensamento e a nossa vida. Estar preparado para a verdade é algo essencial não só a fim de se evitar que o erro cresça, mas também para elevar-se acima dele com a cura-pelo-Cristo que destrói o erro.
O Mestre prometeu a seus discípulos: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” João 8:31, 32. Só podemos ser discípulos de Jesus quando seguimos em seus passos e deixamos que nossas vidas sejam disciplinadas pelo Cristo. O empenho eficaz por qualquer meta exige disciplina. O estudante de Ciência Cristã é discípulo dos ensinamentos de Jesus. Esforça-se para desenvolver aquela autodisciplina que está de acordo com a Verdade e que aumenta a sua impermeabilidade ao erro. Saber e declarar a verdade não basta. É necessário que aquele que cura permaneça nela. A perseverança em praticar e viver a Ciência Cristã é, então, outro ponto essencial no curar.
Estritamente falando, quem cura não está lidando com corpos enfermos ou negócios que vão mal. A Ciência Cristã revela que, basicamente, não é jamais uma condição material o que necessita de cura. Um mal físico ou outra condição qualquer é uma crença falsa que foi aceita mentalmente e se manifestou humanamente. Precisa ser rejeitada com persistência, e corrigida pela verdade de que Deus é onipresente, o que exclui a crença na presença da matéria. É este o motivo por que a Ciência, ao tratar de doenças, afasta-se da matéria — de sintomas físicos, diagnósticos, prognósticos ou tratamentos médicos.
Já que a dificuldade não é realmente uma condição da matéria, mas um pensamento discordante, seria uma atitude fútil, de acordo com a Ciência Cristã, procurar lidar com tal problema como se ele existisse na matéria. Sendo mental o problema, o pensamento desarmonioso é o que necessita ser corrigido e substituído pela compreensão clara da Verdade e de sua manifestação perfeita. O pensamento errôneo que se tornou objetivado cede à ação normalizadora e harmonizadora do Cristo, a idéia da Verdade, tanto no pensamento como no corpo.
A meta compensadora de curar pode ser alcançada por qualquer pessoa que estuda a Ciência Cristã com sinceridade. Ao alçarmos as qualidades de “diligência, presteza e perseverança”. as nossas realizações chegarão a altitudes ainda maiores — obteremos curas melhores e ajudaremos a humanidade a erguer-se acima dos males que a confrontam. A Sr.a Eddy une essas qualidades vivificantes à “resolução firme” e aos “propósitos mais elevados”. São elas essenciais na prática da cura-pelo-Cristo, essa cura que se estende a toda a humanidade. E nos tornam em alguém equipado para curar com a Ciência Cristã.