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A espiritualização do pensamento: um chamado à ação

Da edição de agosto de 1977 dO Arauto da Ciência Cristã


“Está na hora” dizemos muitas vezes, pensando em assuntos pessoais ou mundiais que se vão encaminhando ao clímax e à solução. Mas, realmente, está na hora do quê? Por entre o clamor e a confusão do pensamento do mundo, as palavras de Mary Baker Eddy, no livro-texto da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss), Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, reboam como um toque de clarim: “Chegou o tempo em que o conceito finito acerca do infinito e de um corpo material como sede da Mente tem de dar lugar a um conceito mais divino da inteligência e de suas manifestações — dar lugar à melhor compreensão que a Ciência fornece acerca do Ser Supremo, ou seja, do Princípio divino, e de Sua idéia.” Ciência e Saúde, p. 285; Eis aí um estimulante apelo à ação. Um apelo que até nos extremos confins do mundo incita a humanidade. E a quem está chamando? A você e a mim, justamente aqui, hoje.

A Ciência Cristã vara “o conceito finito” que o mundo tem “acerca do infinito” por revelar Deus em sete sinônimos de latitude total: Espírito, Mente, Alma, Princípio, Vida, Verdade, Amor Ver ibid., pp. 115, 465, 587; — todos os quais estão mencionados ou indicados na Bíblia. A compreensão da natureza incorpórea de Deus veio à Sr.a Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, como revelação pura. Deus revelou-Se a ela como Mente, não como pessoa humana magnificada que tivesse uma Mente infinita, mas como a própria Mente; não como um ser corpóreo glorificado que tivesse Vida, mas como a própria Vida, o próprio Amor, a própria Verdade, e assim por diante.

Os cristãos de muitas denominações oram a Deus como se Ele fosse, num certo sentido, uma pessoa corpórea ou um ser humano ampliado. A Sr.a Eddy cresceu e foi educada com esse conceito, e ela amava esse Deus. Mas, quando, como resultado de profunda pesquisa espiritual lhe veio a cura física, Deus foi-lhe revelado como estando infinitamente acima de qualquer conceito humano, corpóreo, acerca dEle — que Ele não é remoto ou intangível mas supremamente real e acessível.

Quando adquirimos um conceito espiritual e incorpóreo de Deus, nosso conceito acerca do homem se eleva. Começamos a ver que aquilo que realmente amamos noutra pessoa não é o corpo físico, porque a corporalidade, despojada da vida e da mente, cessa de ser nossa amiga e o objeto de nosso afeto, até mesmo segundo a aparência. É o amor deles, sua alegria, sua força espiritual, sua honestidade e sabedoria que os torna muito queridos de nós. Essas qualidades nada têm a ver com a corporalidade. Estão tão presentes no pensamento, embora o corpo já não mais esteja aqui, como o estavam anteriormente; e quando compreendemos que essas qualidades são espirituais, originando-se em Deus e não numa pessoa, elas permanecem perpetuamente conosco e se manifestam em nossa vida.

A natureza incorpórea de Deus permite que Ele esteja sempre acessível, seja sempre atuante, sempre digno de confiança, sempre a única presença divina, o único poder, a única consciência. Começamos a compreender que Ele inclui todas as coisas dentro de Si mesmo, e que nada existe fora dEle. Isso O torna o Tudo-em-tudo. Esse Deus não pode ter contorno, nenhuma forma ou corpo finito, nenhum lado de fora, nada que se Lhe oponha, nenhum limite ou fronteira. Nem nós nem os nossos entes queridos jamais podemos estar do lado de fora dEle ou separados dEle — nunca, nem por um segundo. Assim é que Paulo nos conta que “nele vivemos e nos movemos e existimos” Atos 17:28;. A totalidade de Deus, o Espírito, é o ponto de partida para todo o raciocínio correto, porquanto as conclusões baseadas na matéria são falíveis, finitas e mortais.

Os sinônimos que definem Deus não são abstrações, inaplicáveis e sem qualquer relação com a nossa vida diária. Mostram o que realmente constitui nossa vida: em cada dia de nossa experiência humana sentimos a vida e encontramos vida; sentimos amor e a necessidade de amor; necessitamos da verdade e da honestidade, da integridade e da justiça, da liberdade, da pureza e da moralidade; necessitamos um espírito de coragem e progresso; necessitamos inteligência. A mente humana tem um conceito flutuante e finito da bondade. Procura o bem na matéria e o perde, ao passo que todo o bem se origina em Deus, no Espírito, e é eterno. Verdadeiramente é chegada a hora de praticar a compreensão espiritual que somente a Ciência do Cristianismo pode dar.

Nosso conceito acerca de Deus não termina com os sinônimos que O definem. Esse nosso conceito tem de incluir a idéia que O expressa. A Mente sem a idéia é tão impossível quanto a idéia sem a Mente. São dois aspectos distintos de um todo que a tudo abrange. Quanto mais compreendemos a unidade de Deus e Sua idéia, tanto mais prática a Ciência Cristã se torna na nossa vida diária. Quando a Sr.a Eddy viu Deus como a Mente, ela também O viu como o único Ego, o grande Eu Sou, refletido em toda a Sua criação. O que, então, poderíamos perguntar, vem a ser o homem? Ele não poderia ser material e corpóreo, finito e mortal — pois isso não poderia ser a imagem e semelhança da Mente perfeita; tem de ser mental e espiritual, expressando a natureza e a substância da Mente, Deus, não da matéria e da mortalidade. Que é que a Mente gera? Idéias. A idéia, então, é real e substantiva. Não precisa ser trasladada para uma substância estranha, chamada matéria, a fim de ser tangivelmente manifestada. O conceito de homem como idéia, e não como ente corpóreo, é revolucionário.

A palavra “idéia” tem suas raízes no grego, e significa “ver”. A imagem também é algo que se vê, uma representação visível. Que é que a Mente, ou seja, o único Ego que a tudo inclui, vê? Que é que ela pode ver senão a si mesma em expressão infinita como idéia? E onde é que ela vê isso? Dentro de si mesma, porquanto nada existe do lado de fora da Mente. Desse modo é absolutamente impossível que o homem, a idéia de Deus, exista fora do reino da Mente infinita, do Amor divino, da Vida infindável e da harmonia perpétua.

A idéia é real e tangível ao sentido espiritual, e esse é o único sentido real que existe. A crença humana diz que você pode ter uma idéia de alguma coisa; mas para que essa idéia possa ser prática e real, ela tem de ser transformada em matéria. Com a idéia do Espírito a coisa é diferente. A idéia do Espírito está instantaneamente ao nosso alcance, é sempre inconfundível, individual, perfeita, eterna. Não pode ser fragmentada, dividida ou arrancada de sua fonte. A idéia é espiritual e completa — é o conceito glorioso que Deus tem de Sua própria integridade. A idéia de Deus — o verdadeiro ser de você e de mim — é o conceito ou corporificação que a Mente tem sobre a beleza na forma, na cor, na qualidade e na quantidade. Podemos percebê-la na glória da aurora, no esbrasear de um pôr-de-sol, na majestade de um panorama, na maravilha de uma flor, no canto de um pássaro, na inteireza de nosso ser.

A idéia de Deus envolve a infinita variedade do ser em esplendor e luz, e o homem espiritual é a representação dessa glória. Ele nunca está empobrecido, solitário, exaurido, doente, pecaminoso ou amedrontado. Ele nunca está na escuridão. Todo o seu ser é aquilo que Deus sabe acerca dEle Mesmo; a esse ser nada falta. A idéia de Deus é a imediata manifestação da Mente; não requer tempo nem processo para surgir na existência.

O Mestre provou isso. Ele sempre tinha tudo quanto era necessário no momento em que era necessário — saúde para os doentes, pão para as multidões, dinheiro para os impostos, compaixão pelo mundo. A Mente que ele manifestava — a Mente única — não abriga sensualidade, condenação, carência nem atrazo. Essa Mente só está consciente da perfeição de Deus e do homem, e o reconhecimento instantâneo que Cristo Jesus tinha dessa perfeição produzia a imediata evidência daquilo que atendia à necessidade humana. Sua compreensão de Deus era a base de suas curas; ela venceu o pecado, restaurou a saúde e ressuscitou os mortos.

Para que a humanidade se desprenda de seu “conceito finito acerca do infinito e de um corpo material como sede da Mente” é preciso que os meios e os recursos ocultos do mal sejam postos a descoberto. Mas a totalidade de' Deus converte o mal numa falsidade, numa ilusão. Deveríamos lembrar-nos disso e crescer na compreensão espiritual para encarar e vencer toda mentira de haver vida na matéria. O fato de que já chegou o tempo para a espiritualização de nosso conceito sobre Deus significa que já chegou o tempo para a espiritualização de todo o nosso modo de pensar. Eis aí uma exigência imperiosa.

A obra da Sr.a Eddy não teria sido completa se ela apenas tivesse lembrado a beleza da totalidade de Deus e deixado escondida a crença latente da humanidade no amor ao pecado e na realidade do mal. Ela diz: “Um conhecimento do erro e de suas maquinações tem que preceder aquela compreensão da Verdade que destrói o erro, até que o inteiro erro mortal, material, finalmente desapareça, e a verdade eterna, isto é, o homem criado pelo Espírito e proveniente do Espírito, seja compreendido e reconhecido como a verdadeira semelhança do seu Criador.” Para que essa importante diretriz seja compreendida plenamente ela precisa ser citada com a frase que a precede: “Quando as errôneas crenças humanas se apercebem, ainda que só um pouco, de sua própria falsidade, começam a desaparecer.” Ciência e Saúde, p. 252;

O modo com que a Verdade expõe e destrói o erro é fazendo com que a falsa crença venha a saber de sua própria falsidade. A necessária exposição e correção não vem por rastejarmos erradamente a fim de descobrir o que o erro é e onde está, mas por ser a Verdade invariavelmente a Verdade, fazendo com que o erro veja a si mesmo e assim destrua a si mesmo. Para provarmos a falsidade de uma mentira não ampliamos a mentira nem fazemos publicidade da mentira; proclamamos a verdade. Isso não encobre nem desculpa a mentira; isso a expõe e assim faz com que a mentira destrua a si mesma. É justamente isso que se dá na demonstração da Ciência.

O mundo está começando a despertar para a crescente influência do ocultismo — para as maneiras mentais secretas do mal manipular o pensamento público mediante a lavagem cerebral e a hipnose das multidões. Mas a influência hipnótica da mente mortal logo faz as pessoas adormecerem novamente, esconde o erro, e faz com que o perigo seja esquecido. Mas o despertar está à mão. A Ciência Cristã está provando que o modo de elevar a mente mortal para fora de si mesma e trazer a reforma não se produz por processos e meios materiais ou por organizações humanas mas sim mediante a espiritualização do pensar humano. É para isso que a hora chegou.

A mente humana, devido à revelação da Ciência, cede seu conceito finito sobre Deus, e isso está permitindo a restauração da cura cristã; e também para isso a hora já chegou. A promessa de Jesus é: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: ... se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.” Marcos 16:17, 18; Sua ordem aos seus seguidores em todas as épocas é: “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai.” Mateus 10:8;

A cura cristã revelou-se à Sr.a Eddy na sua plena estatura e promessa, e ela a praticou com fidelidade. Para nós, seus seguidores, o poder curativo igualmente se revelou, e nosso poder de praticá-lo aumenta com a espiritualidade de nosso modo de pensar e a atitude cristã de nosso modo de viver. Não há alegria comparável à convicção de que a Ciência Cristã nos dá a habilidade de ajudar outros mediante nossa compreensão de Deus; e não há sacrifício demasiadamente grande para que se possa conseguir essa compreensão. Almejamos o espírito-de-Cristo por meio do qual podemos dizer com certeza um ao outro: “Vai ... teu filho vive.” João 4:50; Mas isso só se consegue mediante humildade, oração, e grande crescimento espiritual.

A natureza divina se reconhece em qualidades cristãs tais como firmeza, humildade, pureza, moralidade, honestidade, afeição, gratidão, sinceridade, paciência, perdão, força, amor. Essas qualidades procedem do Espírito. Não se originam na mente humana. Possuímo-las à medida que a mente humana cede à Mente divina. A mente humana não é um instrumento para a cura cristã. Essas qualidades indicam o perpassar da cintilação divina através do humano, a qual se torna cada vez mais visível à medida que a neblina da mortalidade se dissipa. É essa a coincidência do humano com o divino, o estado espiritual de pensamento que abre caminho à cura.

Estarmos atentos para a totalidade de Deus torna-nos vivamente apercebidos das tentações da mente carnal e rápidos em reduzi-las à sua nulidade. A Ciência exige que nos revistamos da couraça da luz e que em sua defesa mantenhamos guarda permanente dentro da cidadela da consciência espiritualizada. Isso assegura nossa salvaguarda, e é o único modo de praticar a cura cristã. O Apóstolo pergunta: “Quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade?” Gálatas 5:7;

Nas palavras da Sr.a Eddy: “O homem tem de amar o seu próximo como a si mesmo, e o poder da Verdade tem de ser visto e sentido na saúde, na felicidade e na santidade: então se descobrirá que a Mente é o Tudo-em-tudo, e que não há nenhuma matéria com a qual contendermos.” Miscellaneous Writings, p. 183.

É chegado o tempo da humanidade demonstrar essa afirmação, a hora em que seu conceito finito de Divindade ceda à glória da revelação, e o momento em que o pensamento seja espiritualizado e a cura cristã praticada.

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