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A matéria não é limite para o homem

Da edição de janeiro de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


Cristo Jesus revelou a natureza mental de todas as coisas. Ele provou, curando “toda sorte de ... enfermidades” e acalmando uma tempestade com as palavras: “Acalma-te, emudece!” que a matéria não restringe o homem. Ora, na medida em que as pessoas acreditam que a matéria contém vida, verdade, inteligência ou substância, ficam restringidas pela sua crença. Além disso, Jesus pôs a descoberto o ódio mortal a tudo quanto expõe a irrealidade da matéria.

Para as mentes dos mortais, o bem se acha na matéria. A felicidade está na sensação material; a riqueza é a acumulação de matéria; a satisfação pessoal está em adquirir status como um mortal — como pessoa material — entre outros mortais; a inteligência está no cérebro material; até mesmo o amor é biológico ou biofísico, assim como a habilidade de criar. Uma demonstração da natureza mental e espiritual da vida, da verdade, da inteligência e da substância ameaça tudo quanto os mortais consideram ser o bem em sua própria existência. Era natural, de um ponto de vista materialista, que os mortais odiassem Jesus. A mente mortal não estava então, nem está agora, disposta a abandonar o seu sentido de existência material, ainda que, fazendo-o, as pessoas pudessem achar libertação do pecado, da doença e da morte.

Não foram pessoas materiais, mas sim a crença na matéria o que crucificou Jesus. A resposta de Jesus às pessoas que pensavam estar crucificando-o, foi: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Lucas 23:34; E, literalmente, aqueles que expressavam esse ódio não sabiam o que estavam fazendo. Eram vítimas — instrumentos — da crença na matéria.

Antes da sua crucificação Jesus tinha explicado aos seus opositores que a maneira pela qual eles se identificavam tornava-os representantes do diabo — o mal. “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe aos desejos.... Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” João 8:44;

O homem não se identifica pela matéria

Na medida em que nos identificamos com o oposto de Deus, a matéria, aceitando a crença em matéria como a realidade de nosso ser, estamos sujeitos aos erros dessa crença. Mas não precisamos identificar-nos materialmente. Temos a liberdade de nos identificar com Deus, como Suas idéias espirituais. Quando assim fazemos, descartamo-nos da limitação que a crença na matéria impõe e demonstramos Vida ilimitada. Provamos que não há inteligência, verdade, vida ou substância em objetos sólidos, líquidos ou gasosos; e além disso, que os átomos, os eléctrons, e as forças não se motivam a si mesmas, nem agem por si mesmas. São mentais, e expressam a crença que as motiva e as faz atuar. Substitua-se a crença pela compreensão espiritual, e as condições chamadas físicas se modificam. Elas evidenciam a verdade que foi compreendida, em vez do erro em que se acreditava.

Geralmente, quando estamos doentes, tentamos descobrir a causa da enfermidade. Quando nos volvemos a Deus em oração, podemos descobrir que a doença não tem causa. Embora pareçam haver crenças associadas à doença — disfunção física, coincidência biológica, vírus ou condições mentais como ódio, tensão, frustração — todas essas causas são inerentes à crença de haver verdade, vida, inteligência e substância na matéria. Enquanto permitirmos que esse erro de crença básico permaneça em nosso pensamento, nossos esforços para eliminar o que parecem ser causas físicas ou mentais trarão apenas alívio temporário ou parcial. Toda crença em materialidade é como um muro que obscurece a luz da Verdade.

O objetivo principal da oração na Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss) é o reconhecimento e a conscientização da verdadeira Vida, Verdade, inteligência e substância. Quando damos reconhecimento ao Espírito, Deus, como a única Vida, a única Verdade, inteligência ou substância, adquirimos domínio sobre nosso pensamento. Conseguimos a habilidade de rejeitar como falso tudo quanto parece ser vida, verdade, inteligência ou substância mas que não é Espírito ou espiritual. Mediante essa rejeição podemos reconhecer a realidade espiritual, e com esse reconhecimento vem a cura.

Seja qual for o problema humano, a solução está na verdade do ser — a totalidade do Espírito, a Mente divina. Para que possamos alcançar a consciência dessa totalidade, é preciso eliminar as barreiras que impedem seu reconhecimento. E a grande barreira, que inclui todos os outros erros, é a crença de que é na matéria que temos os elementos essenciais e reais de nossa existência.

As condições físicas são realmente mentais

Uma condição física não é realmente física; é mental. Uma vez que a oração é inteiramente mental, não poderia atingir alguma coisa que fosse realmente física, mas atinge, de fato, o que parece ser físico, porque o físico não é aquilo que parece ser. Isso precisa ser compreendido para que a cura pela oração se torne bem sucedida e constante. Só podemos compreendê-lo ao adquirirmos entendimento claro de que a matéria não é nada e de que o Espírito é Tudo.

Muitas vezes, quando tentamos curar algo a que chamamos doença, metemo-nos a descobrir os falsos traços mentais, as tensões, as ansiedades e os receios do paciente. E é bem isso o que devemos fazer, pois para aliviar seu sofrimento, precisamos libertá-lo de tudo quanto mantém seu pensamento focalizado na evidência que contradiz a harmonia da realidade espiritual. Não obstante, importa acautelarmo-nos contra a possibilidade de sermos induzidos a erro decorrente dessa investigação. Tendo descoberto um escaninho de vontade própria, ingratidão ou ressentimento, poderemos ser tentados a supor que a cura do paciente dependa agora dele se tornar menos voluntarioso, mais grato ou manifestar mais amor. Mas será que é realmente esse o problema?

Até mesmo os traços mentais têm sua origem na crença de haver inteligência na matéria. A crença mortal constrói uma personalidade material e proclama que seu cérebro é a fonte de sua mentalidade e de suas atitudes. O indivíduo que está expressando atitudes mentais indesejáveis é vítima dessa crença. Ele não é a causa dela. Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, escreve: “O pensamento humano não constitui o pecado, mas muito pelo contrário, o pecado constitui o conceito humano ou físico.” Declara ainda: “O pecador não se criou a si mesmo, nem ao pecado, mas o pecado criou o pecador, isto é, o erro fez mortal seu homem, e esse mortal era a imagem e semelhança do mal, não do bem.” Retrospecção e Introspecção, p. 67;

A cura da doença e do erro mental que talvez apareça em associação com ela, está, portanto, na verdade do ser. A Sr.a Eddy dá a “exposição científica do ser” em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, começando com estas palavras: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria. Tudo é Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo. O Espírito é a Verdade imortal; a matéria é o erro mortal.” Ciência e Saúde, p. 468.

Fui testemunha da cura de alcoolismo agudo efetuada por um Cientista Cristão, mediante sua compreensão dessa verdade, e isso sem que ele dissesse uma palavra ao alcoólatra. A oração do Cientista não foi um apelo feito à mente daquela pessoa, mas a rejeição da crença de haver uma mente no cérebro, bem como o reconhecimento de que a Mente divina, o Espírito, Deus, é a única Mente do homem — e em particular desse paciente. Quão importante é compreender o poder da Mente única e não ser desviado da constatação desse poder, por crer que a cura não virá até que o indivíduo que erra, passe por uma mudança e abandone o erro que ele — e o mundo — acreditam não lhe ser possível superar.

O que a mente dos mortais acredita é que a disposição mental de um mortal está estabelecida na sua personalidade material. Insiste, além disso, que, em grande parte, as características mentais de um indivíduo lhe foram programadas no cérebro pelos seus genes. Em resumo, diz que o estado mental é uma condição da matéria, e que por isso a oração mental não a pode afetar. Mas esta é a palavra do “mentiroso, e do pai da mentira”. Não é a verdade. No entanto, se quisermos libertar o indivíduo que é vítima de tal crença, precisamos compreendê-lo compassivamente. Ele pode ser libertado.

A ação curativa da oração

Através da oração podemos curar a desordem mental como também a doença física que parece estar associada a ela. Se nossa oração presta reconhecimento a Deus, o bem, como sendo a Mente — não apenas em palavras, mas em verdade e amor — ela há de expor e dissipar a crença errônea de que a matéria é a fonte da inteligência ou da vida. Tal oração abre o pensamento humano ao poder de Deus, a Mente divina. E a oração, por si só, é dinamizada por essa Mente infinita.

A Ciência dessa Mente, a Ciência Cristã, veio a nós mediante revelação. O que aprendemos pelo estudo e pela aplicação desta Ciência é que uma clara consciência da Vida, da Verdade, da inteligência e da substância divinas elimina os erros da crença na matéria. Aprendemos além disso que, a fim de conseguir essa clara consciência, precisamos eliminar o conceito de que a matéria tenha vida ou substância.

Cada desafio feito à saúde e à harmonia de nossa vivência humana é uma oportunidade para conseguir um conceito mais claro sobre o Espírito, Deus, e sobre o homem espiritual da criação de Deus. Na proporção em que percebemos a realidade espiritual, podemos expulsar a enfermidade e outros males. E a Ciência Cristã mostra-nos como encarar os erros da crença material, como reconhecer a autoridade que nos foi concedida por Deus para negar esses erros e como dissipá-los. Então nossa consciência da realidade não é apenas tida por certa ou asseverada, ela é real. E, com cada desafio que aceitamos, as limitações, que julgávamos nossas, desaparecem.

Tal oração também pode ir longe e tornar o mundo um lugar mais seguro e mais feliz para nele se viver. Os erros do egoísmo, da imoralidade, do crime, do desperdício, da corrupção, do desgoverno e assim por diante, todos eles têm sua raiz e estrutura na crença de que o universo, inclusive o homem, é matéria. A inteligência de que se necessita para reformar a humanidade e governar a raça humana harmoniosamente não pode ser encontrada no cérebro material ou na personalidade; somente pode ser encontrada na Mente divina, que o homem real reflete.

À medida que aprendemos, por oração, demonstração e mais oração e mais demonstração, que a matéria não é nada, e que a verdadeira origem do homem está no Espírito, Deus, trazemos harmonia e saúde à nossa própria vida. E a verdade que vivemos — se é que verdadeiramente a estivermos vivendo — iluminará a vida de outras pessoas. De fato, como a Mente que refletimos à medida que vivemos a verdade do ser não está na matéria, os efeitos dessa Mente não se limitam à comunicação entre personalidades materiais. A Verdade, compreendida e demonstrada aqui, pode ser sentida no outro lado do globo. Não é o que o cérebro material ou a mente humana compreendem; é a Mente divina que se expressa a si mesma universalmente.

A aparente limitação que a matéria impõe ao homem é rompida por etapas. Uma verdade espiritual compreendida produz como resultado a cura, e a consciência do ser isento de matéria que caracteriza a cura traz para a consciência humana como um todo, uma idéia iluminadora, libertadora. Na medida em que a consciência que o indivíduo tiver da verdade está livre de concepções materiais, essa consciência afetará o pensamento humano em toda a parte.

Adicione-se a uma massa de água da extensão de cem quilômetros quadrados, um milímetro de chuva, e o volume da água aumentará em cem milhões de litros. Eleve-se o nível da compreensão espiritual na consciência humana em pequeno grau, e o volume de bem, levado a efeito no rumo da saúde, da existência harmoniosa, será tremendo.

Cada um de nós tem a oportunidade de contribuir para a consciência humana com uma medida de liberdade que reduz a limitação da matéria e que produz uma conseqüente medida de compreensão da Vida ilimitada, da Verdade, da inteligência e da substância ilimitadas. Se nos dedicarmos a essa tarefa, a medida será expressiva.

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