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Discriminação positiva

Da edição de janeiro de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


Tudo corria bem na reunião de testemunhos de quarta-feira à noite numa igreja da Ciência Cristã. Notei a presença de dois jovens estranhos. Haviam entrado ao acaso para observar nosso serviço religioso. O Primeiro Leitor leu seleções inspirativas da Bíblia, bem como de Ciência e Saúde de autoria da Sr.a Eddy. Os testemunhos e comentários compartilhados pelos presentes propiciavam introspecções espirituais interessantes. Foi então que aconteceu! Mentalmente encolhi-me quando um testificador fez declarações que poderiam sem dúvida desorientar ou confundir algum novato na Ciência Cristã.

Após o serviço conversei uns minutos com os dois visitantes e um deles disse o quanto apreciara o serviço e quão interessantes achara os testemunhos. É lógico, disse, houve um que obviamente não combinava com a leitura e os demais comentários. Esse jovem distinguiu claramente entre o útil e válido e aquilo que não o era.

De vez em quando, acaso não nos encontramos nós mesmos como novatos ou estranhos diante de uma legião de idéias, de conceitos e, às vezes, de rumores? Quão bem reconhecemos a importante diferença que há entre a verdade e o erro, entre o fato e a ficção, a realidade e o rumor? O que habilitou aquele jovem a fazer a distinção adequada? De fato, o que é que dá a cada um de nós tal habilidade quando nos defrontamos com o que é estranho ou com provas conflitantes?

A resposta se encontra numa capacidade vital, fundamentada espiritualmente, que poderíamos designar como “discriminação”. Conquanto esse termo tenha às vezes conotações negativas, não devemos perder de vista o fato de que também tem um significado muito positivo e afirmativo. Cada um de nós necessita da capacidade de discernir entre o que está certo e o que está errado, entre o que é verdadeiro e o que é falso.

Se deixamos de proteger e, então, de exercer efetivamente nossa habilidade de discriminar, essa capacidade pode tornar-se vaga e incerta. E com isso nos tornamos mais ingênuos e somos facilmente enganados pelas opiniões pessoais.

Quando há conflitos de provas, como podemos fazer a discriminação e tirar com certeza conclusões corretas? A Ciência Cristã oferece uma resposta em que se pode confiar. Enquanto o raciocínio humano nos levaria a uma análise mais profunda dos pontos em disputa, a maneira infalível de encarar a situação é deixar de lado esses pontos e voltar-se diretamente para a Mente divina.

Deus, a Mente, sabe tudo o que há para saber. Ele nunca erra. Sua compreensão é infinita. Seus fatos são totalmente espirituais. A relação do homem para com Deus não é a de um mortal incerto, vagueando através de um mundo de incógnitas, tentando separar o ruim do pior. Ao invés disso, o homem é a manifestação de Deus. Ele expressa a perfeição e a certeza da Mente. Deus não se defronta com um processo de seleção, nem tampouco é o homem posto diante de tal dilema. O que a Mente sabe, é, em verdade, a própria fonte de todos os fatos verídicos.

E, assim, nosso propósito é reconhecer e dar prova de que Deus e Sua infinita bondade constituem os únicos fatos, a única verdade. Com naturalidade negamos, então, tanto em pensamento como em ação, validade ou realidade ao que é destituído de perfeição. Esse modo de abordar o assunto traz cura às circunstâncias humanas. Seu efeito prático está em capacitar-nos a distinguir adequadamente entre o que é salutar e digno de apoio e o que é duvidoso e passível de erro. Aqueles dois visitantes novos na reunião de testemunhos, foram, sem dúvida, abençoados pelas orações daqueles na congregação que estavam afirmando a pureza da verdade e a habilidade do homem em discerni-la.

Todos nós somos chamados, de vez em quando, a discernir entre o que tem base em fatos e o que é exagerado, enganador ou errôneo. Os anúncios nos meios de comunicação em massa, uma controvertida questão na igreja, a retórica política, o dever de jurado no tribunal, e uma porção de outras situações podem exigir percepção firme. O volver-nos a Deus e ao Seu saber sempre presente abençoa nossos esforços no sentido de exercer discriminação espiritual.

Como exemplo, suponhamos que uma questão controversa tenha surgido em sua comunidade e que muitas alegações e acusações estejam recebendo ampla atenção nos meios de comunicação. Como cidadão atento, você, com seu equilíbrio espiritualmente estabelecido e a firme convicção de que a Mente revela-se a si mesma, pode auxiliar a relegar a um segundo plano a ênfase que a comunidade coloca na personalidade e abrir o pensamento para as questões legítimas.

É o pendor do espírito que nos habilita a reconhecer os fatos. Quando aceitamos a Mente como a única fonte de inteligência, as limitações da mente humana começam a diminuir. As dúvidas e incógnitas desaparecem. Um sentido de certeza começa a despontar. E, de vital importância, surge à luz uma clara distinção entre fatos humanos válidos e pretensões distorcidas e inverídicas. O pensamento humano começa a refletir, pelo menos em certo grau, a Mente infalível. Aquilo que se precisa saber humanamente, revela-se adequada e naturalmente. Assim o efeito prático é a capacidade de encarar as provas livre de preconceitos e da influência da opinião pessoal e de reconhecer o que é conclusivo. A Sr.a Eddy aconselha sabiamente: “Deixai que as distinções de caráter individual, as discriminações e a orientação sejam feitas pelo Pai, cuja sabedoria é infalível e cujo amor é universal.” Não e Sim, p. 7;

Cristo Jesus ensinou valiosa lição sobre o aprender a discernir fatos legítimos. Depois da crucificação, o incrédulo Tomé achou que precisava ver e tocar a prova pessoal antes de ser persuadido pelos fatos. Jesus disse: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram, e creram.” João 20:29. De fato, feliz é aquele que tem o pendor do espírito em grau suficiente para perceber o que a Mente revela e nisso confiar.

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