Muitas vezes desejamos ardentemente destruir as muralhas da limitação humana. Elas nos separam de algum objetivo acalentado, tal como saúde, alegria, atividade correta, paz. Sabemos que Deus é socorro bem presente na tribulação, e nós nos voltamos radical e esperançosamente para Ele. Mas então as ordens que dEle recebemos podem parecer estranhas ao nosso sentido pessoal das coisas — assim como as ordens dadas a Josué e seus homens diante das muralhas de Jericó: No último dia rodeai seis vezes a cidade e na sétima volta tocai vossas trombetas e gritai.
Josué foi obediente e as muralhas de Jericó “ruíram” Ver Josué 6:1–20;. Este relato colorido e dramático do Antigo Testamento tem significado especial para nós hoje em dia porque existem muralhas que precisam vir abaixo — muralhas de ganância, preconceito, ignorância, medo. E elas virão abaixo, desde que obedeçamos às ordens divinas.
A mente dos mortais se nega a obedecer à realidade espiritual e até duvida que as profundezas do Espírito sejam eficazes para resolver problemas. Perguntamo-nos: Como pode Deus, a Verdade e o Amor divino, cientificamente compreendidos, desfazer tão complexa materialidade?
Mediante a educação espiritual que adquirimos pelo estudo e pela prática da Ciência Cristã, a Ciência do Cristo, aprendemos que essas enormes muralhas de limitação, embora pareçam ser, não são obstáculos finais ao nosso progresso. São apenas os estados subjetivos produzidos por medo, ignorância, ódio, pecado. São os sonhos do sonhador chamado mente mortal.
Deus, que é a Mente infinita e verdadeira do homem, nos revela uma visão bem diferente sobre a realidade. Em lugar das evidências da mortalidade, Ele mostra-nos a bela e pura substância da semelhança de Deus. Em vez da mão mirrada, dos membros aleijados, da conduta pecaminosa, do mar tempestuoso, Ele mostra-nos Sua obra-prima manifesta no governo do Princípio que não erra e é todo harmonioso. Em resumo, as muralhas na verdade não existem. Só há o caminho para frente. Cristo Jesus, o Filho de Deus, demonstrou o poder e o controle espirituais da Mente infinita para acertar, corrigir, curar — para redimir a condição humana do mal. Nosso objetivo deveria ser o de seguir o Mestre de modo a resolver nossos próprios problemas.
O que nos prepara para derrubar as muralhas de materialismo que parecem nos separar da vitória e da liberdade? A eterna união entre o homem e a Mente divina, percebida e compreendida espiritualmente, pode fazê-lo. Um sentido de sabedoria ou força meramente pessoal ou material não é equipamento adequado para esta tarefa. É necessária uma profunda força espiritual — o Cristo, sempre presente como inteligência divina, a verdadeira consciência da qual Paulo fala quando diz: “Temos a mente de Cristo.” 1 Cor. 2:16; Mediante a Mente de Cristo nós também podemos demonstrar a divindade que salva a humanidade, livrando-a do peso arrasador do materialismo.
E o soar das trombetas? Será que isso consegue derrubar essas muralhas? Não, não como uma ação física. Era ele um teste à fidelidade do povo e ao seu compromisso para com a orientação divina. Para Josué e seu povo, a força determinante em ação era o poder invisível do Espírito. E esse é o poder no qual nós também temos de confiar se esperamos ver que as muralhas da limitação mortal desapareçam.
É uma tendência humana confiar nos remédios e soluções materiais até que se torne óbvio que estes não funcionam. Então nossa fé se volta com urgência para o Princípio divino, Deus. Podemos evitar muitas frustrações se abandonarmos desde cedo os inseguros remédios físicos e nos voltarmos para o reino da Mente divina. A Sr.a Eddy escreve em Ciência e Saúde: “A Mente produz toda ação.” Ciência e Saúde, p. 419; E em Retrospecção e Introspecção ela diz: “Essa é a Mente «que houve também em Cristo Jesus», e que não conhece limitações materiais. É a unidade do bem e o vínculo da perfeição.” Ret., p. 76. Eis aí, nessa consciência cristã, o vislumbre que nos guia com segurança para as soluções de que precisamos. Aí, também, é a inteligência divina que, na medida em que a refletimos, ajusta e molda a situação humana até que coincida com a vontade divina. Então descobrimos que essas muralhas não existem.
Para experimentar a alegria do domínio sobre doenças e limitações carnais, precisamos praticar lealmente a Ciência do Cristo. Isso significa compreender a união absoluta com o nosso Pai-Mãe Deus e a verdadeira natureza do homem feito à imagem e semelhança de Deus. Significa refletir a harmonia da Mente divina e aprender, mediante a oração espiritualmente científica, a enfrentar com inteligência qualquer obstáculo.
Podemos imaginar a alegria que sentiram os homens de Josué quando viram que as muralhas que pareciam tão impenetráveis já não existiam. O que as fez ruir? O que derruba as muralhas que estão diante de nós? Não são planos ou esforços humanos, nem trombetas ou gritos, e sim a Mente de Cristo refletida em nossa compreensão espiritual de Deus, o bem, que a tudo envolve.