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Autocompletação, e não autocomiseração

Da edição de março de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


É uma maravilha neste mundo uma pessoa estar inteiramente destituída de comiseração própria — alguém que não perde tempo queixando-se de aparentes injustiças, privações e outras experiências duras que se passam no cenário do mundo; alguém que faz o melhor possível das situações desfavoráveis e que de bom grado dá os passos necessários para depender de si e estar contente, sem procurar a piedade de outros.

A comiseração própria é uma ladra. Se lhe for permitido fincar pé na nossa mentalidade, rouba-nos a alegria e a satisfação que nos pertencem naturalmente como filhos de Deus — pelo menos as roubaria se tal lhe fosse possível. Mas de fato, não é. A Bíblia diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança.” Tiago 1:17;

Os dons da abundante substância espiritual, da felicidade e da inteireza procedem de Deus, o Espírito. Todas as criações de Deus os refletem e eles nunca podem ser tirados de ninguém. O bem infinito pertence eternamente a cada um de nós. Na verdade, nenhuma circunstância humana, por muito desastrosa que pareça, pode privar-nos de um só elemento do bem, nem obrigar-nos a aceitar a sugestão de que a comiseração própria seja justificável por causa de alguma perda aparente, e não podemos revolutear aí. Isso seria condenar-nos injustamente a um sofrimento desnecessário. Pode-se até infligir esse sofrimento a outros, visto que a natureza da comiseração própria é incrementar e atrair a piedade de outros, alimentando-se da sua comiseração e compaixão.

Ninguém deveria cair na armadilha de sentir autocomiseração, pois assim procedendo estará simplesmente combinando os elementos da peça que a falsa crença mortal lhe está pregando. E ninguém deveria — ainda mesmo ao expressar terna compaixão para com aquele que parece estar em dificuldades — ser levado a ter pena dessa pessoa por causa de uma aparente carência. A Ciência Cristã apóia a compreensão que temos da bondade invariável de Deus para com todos os Seus filhos, e da nossa conseqüente e invariável inteireza. A Sr.a Eddy escreve em Ciência e Saúde: “O homem e a mulher, coexistentes e eternos com Deus, refletem para sempre, em qualidade glorificada, o infinito Pai-Mãe Deus.” Ciência e Saúde, p. 516; E noutra parte, no livro-texto da Ciência Cristã, diz: “Esta é a doutrina da Ciência Cristã: que o Amor divino não pode ser privado de sua manifestação, ou objeto; que a alegria não pode ser convertida em tristeza, porque a tristeza não é senhora da alegria; que o bem jamais pode produzir o mal; que a matéria jamais pode produzir a mente, nem a vida redundar na morte.” ibid., p. 304; Como, então, em face de tal evidência de nossa inteireza eterna, pode alguém ficar tão desorientado a ponto de condescendar com a comiseração própria em virtude de alguma perda ou privação imaginárias?

Cristo Jesus deu o exemplo perfeito de como sujeitar a autopiedade aos fatos da autocompletação e da satisfação, até mesmo sob as condições físicas mais desanimadoras decorrentes de injustiça e perseguição. Sem queixas, ele suportou a vergonha da crucificação, sabendo que nunca duvidara do amor que seu Pai lhe tinha, e que sua inteireza e harmonia na imagem da Vida eterna seriam finalmente provadas de maneira mais maravilhosa do que o sentido humano podia imaginar.

Podemos seguir o seu exemplo — e para nosso próprio bem deveríamos segui-lo — e rejeitar a tentação de sentir autopiedade quando as condições humanas parecerem duras. Acaso parece que estamos sobrecarregados de trabalho, sendo tratados com injustiça, privados de alguma coisa boa por causa dos pecados de outros? Terá, porventura, “o último inimigo” nos deixado sem companhia carinhosa e sem sustento? Ou terá alguma calamidade, como a da guerra ou da natureza, devastado nosso lar ou nossos negócios, deixando-nos desamparados? Se assim for, este não é o momento de condescender com a autopiedade, por muito justificado que esse sentimento possa parecer ao sentido mortal. Pelo contrário, será tempo de nos elevarmos, como nunca, a maiores alturas de fé na lei divina da harmonia, e de manifestar gratidão pela Sua imutável dispensação de boas dádivas. Se cedemos à comiseração própria somente retardamos a demonstração final de nossa autocompletação espiritual, a qual finalmente teremos de alcançar. Mas tomando uma atitude decidida e animada em favor da verdade do ser continuamente harmonioso, ajudamos a nós e a outros a superar as falsas crenças em carência e perda, e trazemos à luz uma visão melhor da beleza e da inteireza da realidade espiritual.

Em Ciência e Saúde a Sr.a Eddy se refere a um trecho no Apocalipse que fala em “um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos,” o qual disse: “Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro.” Apoc. 21:9; Ela escreve: “A mesma circunstância que teu sentido sofredor considera terrificante e aflitiva, o Amor pode converter num anjo que acolherás sem o saberes.” Ciência e Saúde, p. 574.

Nenhuma condição humana, por bonita e boa que pareça, nunca poderá fazer mais do que aludir à graça e à harmonia do Ser Divino. À medida que o pensamento se eleva na compreensão da realidade espiritual a experiência humana sempre cede a uma visão mais sublime até que a matéria desaparece e a realidade é vista na plena luz da Verdade.

Acaso você parece confrontado com uma calamidade? Essa pode ser exatamente a circunstância que lhe mostrará a beleza sublime do seu verdadeiro ser espiritual, completo, como idéia do Amor divino. Não permita que a autopiedade venha anuviar a sua visão da revelação que o anjo faz e assim privá-lo da bênção — ainda que por um só dia. O ser completo e eterno é a lei de Deus para todos.


Entoai-lhe novo cântico, ...
... A terra está cheia da bondade do Senhor.
Nossa alma espera no Senhor,
nosso auxílio e escudo.

Salmos 33:3, 5, 20

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